A origem de tudo é algo que intriga a todos, especialmente quando consideramos o propósito de todas as coisas. Ela não é apenas uma curiosidade teológica, mas uma pergunta que toca o cerne de nossa existência. Por que o universo existe? Por que nós existimos? A resposta a essas perguntas ressoa por toda a Bíblia de forma clara e poderosa: Deus criou o mundo para a Sua glória!
Essa verdade é fundamental, não apenas para a nossa compreensão do mundo ao nosso redor, mas também para a nossa própria identidade e propósito como seres humanos. Ao entendermos que a criação, em toda a sua vastidão e complexidade, existe para refletir a glória de Deus, somos levados a uma compreensão mais profunda de quem somos e do que somos chamados a fazer.
Neste editorial, exploraremos por que é tão essencial afirmar que Deus criou todas as coisas, como essa verdade impacta diretamente nossas vidas hoje, e de que maneira ela nos conduz a uma maior apreciação da soberania de Deus e do propósito final de toda a criação: glorificá-lO!
Deus criou todas as coisas
Desde o seu primeiro versículo, as Escrituras revelam a origem de todas as coisas:
"No princípio, criou Deus os céus e a terra."
(Gênesis 1.1)
Essa declaração estabelece que tudo foi trazido à existência por Deus. A criação não é um acidente, mas um ato deliberado de Deus para manifestar Sua glória. Esse conceito é expandido em outras passagens, como:
“Trazei meus filhos de longe e minhas filhas das extremidades da terra,
todos os que são chamados pelo meu nome,
e os que criei para minha glória, e que formei, e fiz.”
(Isaías 43.6b e 7)
Embora o contexto imediato se refira a Israel, o uso das palavras criei, formei e fiz remete ao ato original da criação. Isso indica que Israel, assim como todas as coisas, não foi apenas criado por Deus, mas também existe para a glória de Deus. Assim, esta passagem nos revela uma verdade abrangente e fundamental: tudo o que existe, existe para glorificar o Criador.
Essa verdade é reforçada em outros textos, como Gênesis 1.27, onde vemos que Deus criou o ser humano à Sua imagem, com o propósito de propagar Sua própria natureza. Assim como um reflexo espelha seu objeto original, fomos criados para refletir e glorificar a Deus, pois, como Isaías 6.3 declara, somos parte da "terra cheia de sua glória", vivendo como portadores da imagem de Deus.
A glória de Sua graça
Deus é soberano, e Sua glória é exclusiva, como Ele mesmo declara:
"Eu sou o Senhor, este é o meu nome; a minha glória, pois,
não a darei a outrem, nem a minha honra, às imagens de escultura."
(Isaías 42.8)
O universo, com toda a sua vastidão, existe para refletir essa glória:
"Os céus proclamam a glória de Deus, e o firmamento anuncia as obras das suas mãos."
(Salmo 19.1)
No entanto, a criação não é apenas uma exibição do poder e da soberania de Deus; ela também revela Sua graça. Paulo nos lembra que Deus, em Sua soberania, planejou desde antes da fundação do mundo que a glória de Sua graça fosse manifestada:
"Assim como nos escolheu, nele, antes da fundação do mundo,
para sermos santos e irrepreensíveis perante ele; e em amor nos predestinou para ele,
para a adoção de filhos, por meio de Jesus Cristo, segundo o beneplácito de sua vontade,
para louvor da glória de Sua graça, que ele nos concedeu gratuitamente no Amado."
(Efésios 1.4–6)
Essa graça atinge seu ápice na cruz de Cristo, onde justiça e misericórdia se encontram de maneira perfeita. Em 2 Coríntios 4.4, Paulo se refere ao "evangelho da glória de Cristo", o qual é a perfeita “imagem de Deus”, mostrando que a obra redentora de Jesus é o ponto culminante da manifestação da glória de Deus. Essa glória é tão central que os redimidos, os quais Deus “para glória preparou de antemão” (Romanos 9.23), cantarão eternamente:
"Digno é o Cordeiro que foi morto de receber o poder,
e riqueza, e sabedoria, e força, e honra, e glória, e louvor."
(Apocalipse 5.12)
O impacto em nossas vidas
Entender que toda a criação existe para a glória de Deus transforma profundamente nossa perspectiva e nossas vidas. A soberania de Deus, que governa todos os aspectos da criação, nos dá confiança e direção, lembrando-nos de que nada está fora do Seu controle. Entretanto, a glória de Deus também nos traz uma grande responsabilidade. Paulo alerta sobre as consequências de não glorificarmos a Deus:
"Porquanto, tendo conhecimento de Deus, não o glorificaram como Deus, nem lhe deram graças; antes, se tornaram nulos em seus próprios raciocínios,
obscurecendo-se-lhes o coração insensato."
(Romanos 1.21)
A tragédia do pecado é que os seres humanos, criados para glorificar a Deus, desviaram-se desse propósito original. Quando não vivemos para glorificar a Deus, nosso entendimento se obscurece, e nos afastamos da verdadeira sabedoria. No entanto, Deus, em Sua infinita graça, jamais abandona Seu plano. Desde antes da fundação do mundo, Ele planejou que a glória da Sua graça fosse revelada de maneira suprema em Jesus Cristo. Como vimos em Efésios 1.4–6, a graça de Deus não foi uma resposta improvisada ao pecado humano, mas o ponto culminante de Seu plano eterno para glorificar a Si mesmo.
Quando compreendemos essa verdade, nossas vidas ganham um novo sentido e propósito. Cada decisão, cada ação, cada palavra torna-se uma oportunidade para refletir a glória de Deus. Vivemos não apenas para nós mesmos, mas para o Criador que nos redimiu através de Jesus Cristo, para que possamos glorificá-lO em tudo. Ao confessarmos Jesus como Senhor em nossas vidas e vivermos de acordo com Seus caminhos, cumprimos nosso chamado de refletir a glória de Deus em tudo o que fazemos:
"E toda língua confesse que Jesus Cristo é Senhor, para glória de Deus Pai."
(Filipenses 2.11)
Editorial de André Negrão Costa
*Vide "O QUE CREMOS": https://www.ibmaranata.org.br/sobrenos
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