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Alicerces da Nossa Fé — A Palavra de Deus

Tudo ao nosso redor faz parte da Criação de Deus, que envolve não apenas as coisas materiais, mas também as leis que governam a interação de cada elemento criado. A Criação tem um propósito que aponta para o próprio Criador e Sua glória (Romanos 11.36). Sabemos disso porque Deus decidiu Se revelar a nós. Deus se revelou a nós de uma forma geral e especial.

 

A revelação geral e a revelação especial

 

A revelação geral é o testemunho que Deus dá de si mesmo a todos, por meio da Criação (Romanos 1.19 e 20), da Sua providência na história (Atos 14.15–17) e da consciência humana (Romanos 2.14 e 15). Essa revelação geral alcança a todos os homens (Salmo 19.1–6), mas é limitada a expor os atributos de Deus através da Criação. Ao contrário da abrangência da revelação geral, a revelação especial alcança um número limitado de pessoas, mas é capaz de nos tornar sábios para a salvação (2 Timóteo 3.15). Assim, a revelação especial é o desvendamento do caráter e do plano de Deus na história da redenção (Salmos 78; 107), na pessoa de Cristo (João 1.18; 14.9; Colossenses 1.15; 2.9; Hebreus 1.1–3) e nas Escrituras: a Bíblia (2 Timóteo 3.16; 2 Pedro 1.20 e 21). Ou seja, a Bíblia é a revelação especial de Deus onde Ele desvenda mistérios que não poderíamos descobrir por nós mesmos. A Bíblia é a revelação necessária para entendermos a revelação geral e tudo na história.

 

A Palavra inspirada

 

O que você pensa sobre a Bíblia tem uma influência direta no que você faz com a Bíblia. Se a Bíblia é apenas um conjunto de textos antigos e desconexos, você irá tratá-la como mais um livro na sua estante aguardando o seu interesse e tempo para lê-lo. Mas se a Bíblia é o que ela afirma ser, então temos que repensar nossa postura diante dela.

 

A Bíblia não é um livro qualquer, ela é inspirada (2 Timóteo 3.16). A inspiração faz referência a uma qualidade do próprio texto bíblico, escrito por meio da ação sobrenatural do Espírito Santo que moveu homens para falarem da parte de Deus (2 Pedro 1.21). O teólogo John Frame nos ajuda a entender ao afirmar que a inspiração é "um ato por meio do qual Deus cria uma identidade entre uma palavra humana e sua própria palavra... Dizer que a Escritura é inspirada é o mesmo que dizer que as palavras da Escritura, escritas pelas mãos de autores humanos, são as palavras do próprio Deus".¹ Quando a Bíblia está aberta diante de nós, Deus está falando conosco! Essa é a primeira e mais importante implicação da inspiração.

 

Autoridade, infalibilidade e inerrância

 

Se são palavras do próprio Deus, as Escrituras têm a autoridade de Deus, já que Ele tem o direito de ordenar o que devemos fazer e autoridade para expressar como as coisas devem ser. Então, quando não cremos em alguma palavra da Bíblia nem a obedecemos, é em Deus que não cremos e é a Ele que não obedecemos (1 Tessalonicenses 4.8).

 

Também sabemos que Deus é infalível, que não erra nem pode errar. Se a Bíblia é a Sua Palavra, podemos dizer o mesmo sobre ela. A Bíblia é infalível, não tem erros e não conduz ao erro (quando interpretada corretamente, lógico). Deus não se engana e nem desconhece alguma coisa, Ele é inerrante naquilo que diz e expressa conhecer. E como a Bíblia é a Sua Palavra, logo, ela também é inerrante.

 

Portanto, por ser inspirada por Deus, a Bíblia tem Sua autoridade, é infalível e inerrante. O testemunho da Palavra acerca de si mesma é verdadeiro, é o testemunho do próprio Deus sobre Sua revelação deixada a nós. E o que podemos esperar da Bíblia?

 

Suficiência da Palavra

 

A Bíblia é tudo o que Deus quis deixar para o Seu povo em cada capítulo da história da redenção. A Bíblia é tudo o que precisamos para aprender sobre Deus (2 Timóteo 3.15–17; 2 Pedro 1.3 e 4), receber a nova vida em Cristo (Tiago 1.18; 1 Pedro 1.23) e termos uma perspectiva correta do mundo ao nosso redor (Salmo 19.7 e 8). Jeremy Pierre nos ajuda resumindo que “Deus nos deu tudo o que precisamos para formar uma perspectiva orientada nele (e, portanto, singularmente verdadeira) de tudo o que estudamos”.²  Ou seja, você não irá aprender nada corretamente sem a compreensão da totalidade da realidade que nos cerca, que envolve o que pode ser observado por todos os homens (revelação geral), mas que não pode ser completamente interpretada sem a Palavra de Deus (revelação especial). Você não conhecerá o propósito da vida nem terá uma explicação robusta do problema da humanidade sem as lentes da Palavra de Deus. O que está revelado é o que Deus deixou para nós que suficientemente revela o que precisamos saber sobre Ele, de Seu plano de salvação e como devemos viver aqui e agora. A palavra de Deus é a verdade que nos santifica (João 17.17).

 

E quanto a nós?

 

Se a Bíblia é a Palavra de Deus, carregando Sua autoridade infalível e inerrante e que de forma suficiente diz tudo o que precisamos saber para cumprir os propósitos de Deus, qual deve ser a nossa atitude para com ela? Investimos o tempo necessário em conhecer a Deus revelado na Bíblia? Buscamos compreender as palavras de Deus, mesmo nos textos difíceis que escondem pérolas do conhecimento de Deus? Seremos sábios em escutar o chamado de Deus a Josué: "Tão somente sê forte e mui corajoso para teres o cuidado de fazer segundo toda a lei que meu servo Moisés te ordenou... não cesses de falar deste Livro da Lei; antes, medita nele dia e noite, para que tenhas cuidado de fazer segundo tudo quanto nele está escrito; então, farás prosperar o teu caminho e serás bem-sucedido" (Josué 1.7 e 8).


Editorial do Pr. Alexandre “Sacha” Mendes 

¹John MacArthur org., Inerrância, pp. 189, 190.

²Bob Kellemen e Jeff Forley, editores, As Escrituras e o aconselhamento, p. 106.

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