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Alicerces da Nossa Fé — A Realidade do Pecado Humano

O pecado é bem pior do que pensamos, mas temos uma boa notícia.

 

O termo “pecado” é parte de nosso vocabulário do dia a dia. O termo ganhou espaço para descrever uma porção de situações. É empregado para descrever eventos desagradáveis, faltas diversas e até mesmo utilizado para ridicularizar a fé cristã. Nessa diversidade de usos, muitas vezes nós mesmos ficamos confusos quanto ao conceito bíblico de pecado. Assim, esse texto serve como um lembrete do que a Bíblia nos ensina sobre o pecado e espero lhe encorajar a correr para a solução em Jesus.

 

Uma definição

 

A narrativa bíblica conta que Deus criou o Homem para refletir e espalhar Sua glória em um relacionamento harmonioso (Gênesis 1.26–28). Porém, logo no início da história, o pecado entrou em cena na rebeldia do próprio Homem (Gênesis 3.1–6). O pecado criou uma barreira entre Deus e o Homem (Gênesis 3.22–24; Isaías 59.2), uma separação hostil que aponta para a rebeldia do Homem contra a vontade de Deus. Assim, o pecado faz referência a um estado do Homem contra o plano, a vontade e a Lei de Deus. Wayne Grudem define da seguinte forma: “pecado é deixar de se conformar à Lei moral de Deus, seja em ato, seja em atitude, seja em natureza”.¹

 

Grudem destaca três esferas de manifestação do pecado: no ato, na atitude (ou desejo) e na natureza. Cada uma dessas manifestações são ligadas e nos ajudam a entender a seriedade do pecado, suas manifestações e sua solução.

 

A seriedade do pecado

 

Antes de tudo, o pecado é contra Deus. Isso faz toda a diferença em nosso entendimento da seriedade do pecado. Não se trata de algo do tipo “errar é humano”, mas uma falta contra o Criador do Universo, de Santidade perfeita, Todo-Poderoso e Justo. A seriedade da ofensa está intimamente ligada com a dignidade do ofendido. No caso do pecado, a ofensa é contra Deus, o Santo, Todo-poderoso e Justo ofendido por nós, ofensores. A situação é tão séria que sua consequência é capital, a morte (Romanos 6.23). Isso nos coloca numa situação delicada e cujos desdobramentos são vistos em três níveis e em todos os lugares: nossas ações, desejos e natureza.

 

As manifestações do pecado

 

O pecado se manifesta em nossas ações. Essa talvez seja a maneira mais fácil de reconhecermos sua existência. Sofremos com o pecado dos outros e fazemos outros padecerem por causa de nossos pecados. Enxergamos o pecado na mentira, roubo, homicídio, maledicência e tudo aquilo que viola a Lei de Deus (1 João 3.4).

 

Mas nossas ações apontam para o que está em nossos desejos (Tiago 4.1). O pecado também se manifesta em nossas atitudes e desejos. Em Seus ensinamentos, Jesus Cristo deixou claro que o pecado não se limita a ações, mas também se aplica aos desejos do coração (Mateus 5.21–28), o que coloca a conversa num outro nível. Não se trata apenas de fazer algumas coisas proibidas, mas também de termos atitudes e desejos errados, contrários à Lei de Deus.

 

E é justamente aqui, na manifestação da Lei de Deus, que notamos uma terceira manifestação do pecado: a natureza humana. A Bíblia diz que a Lei de Deus também está gravada no coração dos homens, que agem de forma contrária a essa Lei, em rebeldia a Deus (Romanos 2.15). Essa realidade expande a concepção de pecado contra a Lei de Deus que não está escrita, mas revelada na consciência dos homens. E por que isso acontece? Porque o Homem tem uma natureza pecaminosa.

 

O pecado se apresenta em todas as dimensões da experiência humana: ações, desejos e natureza. Não existe parte do Homem que não tenha sido afetada pelo pecado. Tudo o que pensamos, desejamos e sentimos é de alguma forma influenciado pelo pecado e contrário a Deus. “O pecado se opõe diretamente a tudo o que é bom no caráter de Deus, e assim como Deus necessária e eternamente se deleita em si mesmo e em tudo o que ele é, também necessária e eternamente detesta o pecado”.² Isso tudo comunica para nós um problema sério: por causa do pecado, o Homem está separado de Deus e destinado à morte eterna (Romanos 3.23; 6.23).

 

A solução do pecado

 

Um problema sério requer uma solução poderosa. Graças a Deus, nós temos! Onde abundou o pecado, superabunda a graça de Deus (Romanos 5.20). Se o “salário do pecado é a morte”, o “dom gratuito de Deus é a vida eterna em Cristo Jesus, nosso Senhor” (Romanos 6.23).

 

O Evangelho se aplica a cada dimensão das manifestações do pecado, nos enchendo de esperança para uma vida diferente. O que antes era marcado por morte e separação é agora transformado em vida e harmonia. E tudo começa com fé no sacrifício substitutivo de Jesus, que se fez pecado por nós para nos dar a Sua justiça (2 Coríntios 5.21). Com fé em Jesus, deixamos de ser meras criaturas pecadoras para sermos filhos de Deus (João 1.12). Nossa natureza é transformada e agora temos um novo coração que responde com fé à Palavra, capaz de obedecer.

 

O amor de Jesus age em nós de tal forma a nos dar um desejo de vivermos para o Senhor, que é maior que os nossos desejos egoístas (2 Coríntios 5.14 e 15). Esse desejo move o coração do crente que tem uma nova natureza. Lógico, esse processo pode ser abafado por causa do pecado remanescente e passar por estações não tão intensas assim, mas deve caracterizar a caminhada de um crente desejoso de viver para o Senhor (1 João 2.6).

 

Assim, com uma nova natureza e um novo desejo, as ações dos filhos de Deus são transformadas, deixando de ser contrárias à natureza e à Lei de Deus para serem conformadas a elas. O cristão vive num processo que chamamos de santificação progressiva, deixando tudo o que caracteriza sua velha natureza para ser revestido de um Novo Homem em Cristo Jesus (Efésios 4.22–24).

 

O pecado é bem pior do que pensamos, mas as Boas-Novas do Evangelho também são bem melhores do que sequer poderíamos imaginar! Assim, meu irmão, siga temendo ao Senhor e se afastando de tudo o que é contrário ao seu Salvador. E, se você está lendo isso, mas não tem certeza de que lado está, confesse Jesus Cristo como seu Senhor e Salvador (Romanos 10.9 e 10), releia esse texto e procure cristãos que podem lhe ajudar a andar de acordo com a Lei de Deus, não do pecado!

 

Jesus é digno!

 

Editorial do Pr. Alexandre “Sacha” Mendes

¹Wayne Grudem, Teologia Sistemática, p. 403.

²Wayne Grudem, Teologia Sistemática, p. 404.


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