De todas as frases marcantes do filme Toy Story, “ao infinito e além” talvez seja a mais conhecida. Buzz usa essa frase como uma espécie de mantra, um chamado para superar os seus desafios. É como se ele falasse para si mesmo que as adversidades e dificuldades podem ser superadas, pois seu foco e sua fé são muito fortes.
Obviamente, a ideia aqui não é propor nenhum mantra gospel que resolva todas as nossas dificuldades com amizades. Mas eu creio que precisamos manter o foco no local correto e crer naquilo que a Bíblia nos diz sobre amizades se quisermos vê-las florescer.
Por isso, concluindo nossa série de editoriais sobre amizades, quero desenvolver dois aspectos que já foram tratados nos editoriais anteriores, fruto de crermos nas verdades bíblicas expostas principalmente no primeiro editorial desta série:
1. Boas amizades nos ajudam a ser mais parecidos com Jesus
Esse tem sido o grande ponto de toda a série, e não poderia ser diferente. Paulo escreve em Romanos 8.28–30 que todas as coisas cooperam para nos fazer parecidos com Jesus. Normalmente usamos esses versos para falar sobre como lidar com o sofrimento, mas a verdade escrita ali se aplica a qualquer situação — boa ou ruim. O que está incluso em TODAS as coisas? TODAS as coisas! Nada fica de fora, nem mesmo as amizades que temos.
O mesmo Paulo escreve em Colossenses 3.5–10 que o cristão é chamado a abandonar o velho homem, e abraçar a “nova natureza que se renova para o pleno conhecimento, segundo a imagem daquele que a criou” (v. 10). É indiscutível, ao longo das Escrituras, o desejo de Deus de formar em nós o caráter do seu Filho. É isso que Ele espera de nós.
No entanto, também é indiscutível nossa incapacidade de fazermos isso sozinhos. Precisamos de pessoas caminhando conosco. Precisamos de exemplos a seguir (1 Coríntios 11.1). Deus nos chama a amar uns aos outros (Romanos 12.10), suportar uns aos outros (Efésios 4.2), exortar e aconselhar uns aos outros (Romanos 15.14), consolar uns aos outros (1 Tessalonicenses 4.18), confessar nossos pecados uns aos outros (Tiago 5.16).¹
Precisamos de bons amigos, que farão essas coisas conosco. E precisamos ser bons amigos, que farão isso com os outros. É assim que cresceremos. É assim que Cristo é — e será — formado em nós. Um fruto visível de uma boa amizade é nos tornarmos mais parecidos com Jesus por influência do outro.
2. Boas amizades nos dão um solo fértil para demonstrarmos o amor de Cristo ao próximo
Além do que podemos desfrutar “para nós”, boas amizades também nos dão oportunidades de demonstrarmos o amor de Cristo “para os outros”. É um ciclo que se repete. Pessoas demonstram o amor de Cristo por nós, e nós crescemos. Nós demonstramos o amor de Cristo ao próximo, e o próximo cresce — e nós também crescemos ao servir.
O ponto é que, quando temos bons amigos, oportunidades de aplicar as mutualidades aparecerão. Essas oportunidades só aparecem quando estamos intencionalmente nos relacionando com pessoas. Elas não serão vistas se estamos sempre sozinhos, vivendo dentro da nossa bolha.
Para concluir, quero deixar um breve testemunho de como boas amizades foram instrumentos de Deus para me ensinar como Deus é bom e como vale a pena viver para Ele.
Durante toda a minha adolescência, eu me cerquei de pessoas que eu gostava, mas que não queriam saber de Jesus. Naturalmente, me amoldei ao estilo de vida delas, e passei toda a minha adolescência e início de juventude sofrendo por viver uma vida medíocre e sem propósito. Quando eu tinha 18 anos, algumas pessoas se aproximaram de mim, não para receber alguma coisa, mas para me amar e mostrar Cristo para mim. Pessoas que foram exemplo, que me amaram, me suportaram, me exortaram, me consolaram, me fizeram prestar contas dos meus pecados. Pessoas que brilhavam Cristo, e que me mostravam uma alegria que eu nunca encontrei em qualquer outro lugar. Eu não sei onde estaria se não fosse por elas, mas tenho convicção de que não estaria perto de Cristo como hoje eu estou. Elas foram essenciais na minha caminhada, e eu nunca vou conseguir agradecê-las o suficiente por todo esse investimento.
Essas pessoas foram usadas por Deus para me levar “ao infinito e além”.
Editorial de Gustavo Santos
¹Se você quiser ver mais sobre essas MUTUALIDADES, seguem os links de uma série de editoriais sobre este tema:
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