Todos nós, seres humanos, além de intelecto, sentimento e vontade, temos, também, uma consciência que é a capacidade dada por Deus para conseguirmos nos autoavaliar sobre nossas atitudes, pensamentos, palavras, comportamentos, enfim, é algo que nos permite discernir se o que estamos fazendo está de acordo com as normas que nos foram colocadas.
Mesmo o homem sem Deus já tem uma lei que o governa, ou seja, ele possui um sistema de valores que, na maioria das vezes, foi passado pelos próprios pais, e que tem como foco tudo aquilo que o satisfaz, porque valoriza, essencialmente, a sua própria pessoa. Essa consciência egocêntrica e endurecida está, em geral, predisposta a promover o mal, porque deixa o homem desorientado espiritualmente e à mercê do seu próprio arbítrio.
Porém, todo aquele que teme ao Senhor e acredita na suficiência de Cristo Jesus, possui uma consciência que está sendo, constantemente, guiada e educada pelas Escrituras.
Ela é como uma espécie de termômetro da sua alma, que indica como está a temperatura da batalha interna, travada, todos os dias, entre o bem e o mal. Se apresenta febre e mal-estar, é sinal de que, não somente o vírus do pecado está, rapidamente, se proliferando em sua vida, mas, sobretudo, de que o seu comportamento, atitudes e pensamentos, não estão agradando a pessoa de Deus. E é exatamente nesse momento que a ação do Espírito Santo, como verdadeiro antitérmico, possibilita ao verdadeiro cristão fazer uso do remédio adequado, confirmando pela Palavra de Deus, se uma ação é boa e digna de ser seguida ou deve ser evitada com horror.
No entanto, manter uma consciência limpa e treinada na Palavra de Deus não é algo simples e natural e sim fruto de esforço e determinação. Nossa consciência deve, então, ser insistentemente treinada e educada pela Palavra de Deus como forma de renovarmos diariamente o nosso interior, ainda que o nosso exterior esteja constantemente se deteriorando (2 Coríntios 4.16), pois quanto mais a vida terrena declina, mais a vida celestial avança. E é isso que irá ajudar a nos mantermos firmes e determinados no progressivo processo de santificação.
Mas, o que devemos fazer, então, para que nossa consciência permaneça sensível e alinhada com as Escrituras? A própria Palavra de Deus tem a receita:
Ouça a Palavra de Deus
“Portanto, a fé vem por ouvir, isto é, por ouvir as boas-novas a respeito de Cristo.”
(Romanos 10.17)
Certamente que a pregação pela voz humana não pode, por sua própria virtude, penetrar a alma, porém, quando o Senhor quer operar, ela vem a ser instrumento do Seu poder e é isso que educa nossos ouvidos a reconhecer, entender e seguir a voz do Bom Pastor.
Leia e estude a Palavra de Deus
“Até a minha chegada, dedique-se à leitura pública das Escrituras,
ao encorajamento e ao ensino.”
(1 Timóteo 4.13)
O homem, por si só, não pode fazer a renovação da sua própria mente, mas ele pode participar dessa renovação. E ler e estudar as Escrituras permite que ele alinhe os seus pensamentos com a Palavra de Deus e ajuste a sua consciência no prumo correto da verdade e da justiça.
Memorize a Palavra de Deus
“Guardei tua palavra em meu coração, para não pecar contra ti.”
(Salmo 119.11)
Aqui o salmista aponta o curso que devemos trilhar e nos informa que a nossa consciência é suficientemente fortalecida contra as investidas de Satanás quando a Lei de Deus se torna profundamente enraizada em nosso coração.
Medite na Palavra de Deus
“Não cesses de falar deste Livro da Lei; antes, medita nele dia e noite...”
(Josué 1.8)
A constante meditação é uma consequência do amor pela Palavra de Deus. Só é digno das Escrituras aquele que se chega a ela com um coração humilde e uma mente disposta a se deleitar com suas instruções, pois é assim que irá educar a sua consciência a não considerar nada mais desejável e delicioso do que extrair da Lei o genuíno progresso.
Pratique a Palavra de Deus
“Tornai-vos, pois, praticantes da Palavra...”
(Tiago 1.22)
Todo objetivo traçado no ouvir, ler, estudar, memorizar e meditar a Palavra de Deus será insuficiente se não o colocarmos em prática. A vida cristã, mais do que um exercício mental, requer que nós estejamos sempre com as mãos no arado, para que ela mesma reflita, em todos os seus aspectos, a própria Palavra de Deus.
Dessa forma, se assim procedermos, o termômetro da nossa alma estará sempre calibrado, nossa vida agradará ao Senhor e nós estaremos aptos a declarar, a exemplo do apóstolo Paulo, que também nos esforçamos por termos sempre uma consciência pura diante de Deus e diante dos homens (Atos 24.16).
Amém! Aleluia!
Editorial de Walter Feliciano
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