Ser cristão no mundo em que vivemos é, muitas vezes, desafiador. Isso é visto de maneira bem clara em países nos quais a perseguição ao cristianismo é feita de forma mais direta, chegando aos nossos ouvidos notícias que relatam várias atrocidades feitas àqueles que professam sua fé em Jesus Cristo. Porém, mesmo em locais em que isso ocorre com muito menor frequência, não é difícil perceber que o mundo é um lugar hostil.
O apóstolo João, em sua primeira epístola, já nos alertava quanto a isso: “Irmãos, não vos maravilheis se o mundo vos odeia” (1 João 3.13). Esse ódio é o retrato de uma guerra que ocorre entre o sistema espiritual invisível do mundo e os padrões de Deus.
Estamos em guerra
Por diversas vezes, nas Escrituras, vê-se um tom belicoso, tal como em 2 Coríntios 10.4,5a:
“Porque as armas da nossa milícia não são carnais, e sim poderosas em Deus,
para destruir fortalezas, anulando nós sofismas e toda altivez que se levante contra
o conhecimento de Deus.”
O versículo acima mostra que a guerra se estende a pensamentos e raciocínios duvidosos (sofismas) que se opõem abertamente ao conhecimento de Deus, isto é, um conflito entre as verdades bíblicas e as mentiras que o mundo acredita e quer nos convencer de que são verdades. Muitos desses sofismas visam retirar a nossa busca de satisfação em Deus e a colocar em expedientes mundanos.
Nosso campo de batalha
“Não ameis o mundo nem as coisas que há no mundo.
Se alguém amar o mundo, o amor do Pai não está nele,
porque tudo que há no mundo, a concupiscência da carne,
a concupiscência dos olhos e a soberba da vida, não procede do Pai,
mas procede do mundo. Ora, o mundo passa,
bem como a sua concupiscência, aquele, porém,
que faz a vontade de Deus permanece eternamente.”
(1 João 2.15-17)
O campo de batalha está muito relacionado àquilo que amamos e, por conseguinte, valorizamos. No texto acima, notamos que o pecado, que “não procede do Pai”, está relacionado com “tudo o que há no mundo”, ou seja, todos os pecados se encaixam em alguma das categorias listadas, sendo estas um reflexo claro de uma vida que não ama a Deus sobre todas as coisas. É neste contexto que a guerra é travada, no coração, o que é revelado pelas nossas vontades e afeições.
Como podemos vencer?
“Todo aquele que crê que Jesus é o Cristo é nascido de Deus;
e todo aquele que ama ao que o gerou também ama ao que dele é nascido.
Nisto conhecemos que amamos os filhos de Deus:
quando amamos a Deus e praticamos os seus mandamentos.
Porque este é o amor de Deus: que guardemos os seus mandamentos;
ora, os seus mandamentos não são penosos,
porque todo o que é nascido de Deus vence o mundo;
e esta é a vitória que vence o mundo: a nossa fé.
Quem é o que vence o mundo, senão aquele que crê ser Jesus o Filho de Deus?”
(1 João 5.1-5)
Para vencer o mundo, precisamos ter fé! A fé de que “Jesus é o Cristo”, que atesta que somos “nascidos de Deus”. Mais uma vez, levanta-se a questão do amor, estendendo-o para “os filhos de Deus”. Para saber que os amamos, precisamos amar a Deus e praticar seus mandamentos. E é interessante observar que tais mandamentos não são penosos, pois, ao nascermos de novo, somos capazes de entender que os cumprir é o melhor que podemos fazer. Isso ocorre porque deixamos de acreditar nas mentiras do mundo, pois o vencemos por crermos “ser Jesus o Filho de Deus”.
Nossa fé é a nossa vitória, ela nos capacita a lutarmos contra o conjunto de valores que o sistema mundano nos tenta impor. Apeguemo-nos, portanto, a ela e amemos a Deus e a seus filhos por meio de nossa obediência a Ele! Isso irá direcionar nossa vontade, tornando-a parecida com a de Deus, que é o único capaz de saber o que realmente precisamos para vivermos uma vida plena.
Editorial de André Negrão
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