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Deus de Missões

“...nos reconciliou consigo mesmo por meio de Cristo e

nos deu o ministério da reconciliação,”

(2 Coríntios 5.18)


Durante a história da igreja, a obra missionária dos discípulos marcou a ação de Deus no mundo. Não somente pelos milagres feitos, até mesmo porque a conversão é um milagre, mas também pelo agir soberano de Deus ao escrever a história do homem tanto no Velho como no Novo Testamento. Ao olharmos para a Palavra de Deus fica claro quem é o Senhor da história, o autor da missão. Por toda a Bíblia vemos o caráter missionário de Deus, que inclui o homem nessa missão de resgatar os perdidos por meio da igreja e para dela fazer parte.


Deus Missionário

Em uma atenta leitura e análise dos livros de Gênesis e Êxodo, por exemplo, vemos Deus sempre buscando o homem, se relacionando com ele e o chamando para viver Seu propósito. Deste modo foi com Noé, quando o chamou para construir uma arca para resistir ao dilúvio e cumprir Seu juízo na humanidade perversa da época (Gênesis 6.13). Abraão, o “Pai de Nações” foi chamado por Deus, ainda na terra dos Caldeus, vivendo com seus pais, para que, por meio dele existisse uma nação dedicada ao Senhor. Curiosamente, a aliança feita com Abraão tinha por garantia nada mais que o próprio Deus (Gênesis 15.1-21). Com Moisés não foi diferente, enquanto pastoreava um rebanho, Deus o chamou para o Seu propósito por meio da sarça ardente.


O que vemos em Êxodo 3.1-12 é um Deus que se move em direção ao Seu povo, que rompe as barreiras do tangível e se manifesta em esplendor e glória diante de Seus filhos, com o propósito missionário que está em Sua própria essência[1]. E, este Deus missionário que chama pessoas para Seu propósito, também mantém um relacionamento com elas.


Deus relacional

Em Gênesis, vemos o homem em um relacionamento íntimo com Deus. Já no capítulo três, encontramos o “grande problema” do homem, a Queda: a quebra de relacionamento entre o homem e Deus por meio do pecado da desobediência de Adão e Eva. Naquele momento, houve a ruptura! Mas a história de salvação articulada pelo Deus relacional somente estava por começar. E, o capítulo três continua a nos mostrar que Deus é quem resolve o problema da quebra de relacionamento do homem. Por outro lado, a intenção do homem é fugir de Deus, se esconder e O negar, como ainda faz hoje.


Então, o Senhor prometeu a solução para o primeiro Adão, com o segundo Adão (Romanos 5.19) que viria na plenitude dos tempos (Efésios 1.3-14). Em Gênesis 3.15, temos o texto conhecido como “Protoevangelho”, um anúncio prévio do Evangelho: “Porei inimizade entre ti e a mulher, entre a tua descendência e o seu descendente. Este te ferirá a cabeça, e tu lhe ferirás o calcanhar.” Jesus Cristo, o segundo Adão, reconciliou os homens plenamente com Deus. O próprio Senhor, saiu de Sua glória para se tornar homem, viver a vida que não conseguíamos viver, pagou o preço que não podíamos pagar, morreu a morte que nos era devida para que, feito tudo isto, o homem se relacionasse novamente e intensamente com Ele. Este relacionamento é bem observado quando olhamos para Sua igreja viva.


Uma comunidade de testemunho

Deus, por essência missionário, chama e atrai as pessoas por meio da Sua noiva, a igreja de Jesus espalhada por toda a Terra. Ela é o resplendor da glória de Deus nas nações (Efésios 1.22, 23; 3.10). Sua missão é dar continuidade na proclamação das boas novas de Jesus. Dar continuidade à missão de Jesus não é apenas mais uma tarefa dada à comunidade de discípulos. Na verdade, é essa missão que define a verdadeira identidade e função dessa comunidade na história divina. Tanto a missão de Jesus, como a missão da Sua igreja são pautadas no poder e ação do Espírito Santo. O texto de Atos 2 é um claro exemplo da ação do Espírito no início da igreja, onde quase três mil foram convertidos e suas vidas foram transformadas, assim, iniciando uma comunidade que vivia em união, dedicação à doutrina e temor a Deus.


Como a missão da igreja é continuar a missão de Jesus, esta deve ser feita à maneira como Cristo a realizava. Não temos autoridade para mudar, adaptar ou deixar de fazê-la, mas precisamos, no poder do Espírito, continuar a proclamação e restauração de maneiras criativas em qualquer contexto cultural que tivermos inseridos. A igreja e o cristão devem ser o testemunho, realizar o testemunho e anunciar o testemunho. A igreja deve testemunhar do plano de Deus para o mundo, ser uma “comunidade de contraste” com o mundo. E, é para isso que eu e você fomos chamados, testemunhar individualmente e em comunidade da grande obra restauradora de Deus na cruz de Jesus (2 Coríntios 5.18-21).



Editorial de William Rubial



[1] http://tribosfe.com.br/jesus/wp-content/uploads/2018/09/artigoMissioDei.pdf



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