As mensagens de Natal já estão por toda parte, nas conversas do dia a dia, nos cartões que estão sendo enviados e até invadindo os meios de comunicação. Nas redes sociais, pontos de ônibus e reuniões familiares, este parece ser o assunto principal e podemos ouvir diversas mensagens nestas ocasiões. Algumas delas são: "Muita paz e tranquilidade neste Natal", "Comida e saúde, o resto corremos atrás", "Que você tenha paz e alegria em sua festa, Feliz Natal!".
É verdade que paz, tranquilidade, comida, saúde e alegria são coisas boas e desejáveis, afinal, foram criadas por Deus. Porém, resumir a mensagem de Natal a isto é uma tolice total. O apóstolo Paulo resume a sua mensagem de Natal em sua carta aos Gálatas. Se pudéssemos parafrasear sua mensagem ela seria simplesmente: Vocês não podem salvar a si mesmos!
Vejamos o que Paulo diz em Gálatas 4.4-5: “vindo, porém, a plenitude do tempo, Deus enviou seu Filho, nascido de mulher, nascido sob a lei, para resgatar os que estavam sob a lei, a fim de que recebêssemos a adoção de filhos.”
Podemos distinguir 3 ensinos na mensagem de Paulo sobre o Natal:
1. Deus enviou seu Filho na plenitude do tempo
O apóstolo Paulo nos informa primeiro que o Senhor Jesus Cristo foi enviado por Deus na plenitude do tempo e isso faz referência a dois pontos:
Primeiro, a plenitude do tempo se refere a época em que Jesus nasceu. Não havia outro dia, outra hora, outro momento para que o Filho de Deus nascesse, ou seja, seu nascimento já estava planejado desde a eternidade passada. Todos os detalhes foram arquitetados pelo Deus que não pode mentir, cumprindo sua promessa dada tantas vezes nas Escrituras, do glorioso momento da humilhação do Filho de Deus ao se tornar homem, tudo isso no momento exato.
Em segundo lugar, a plenitude do tempo também faz referência ao tempo em que o filho se torna herdeiro, ou seja, passa a ser maior de idade e deixa de ser confundido com escravo. Paulo usa essa metáfora do mundo antigo para mostrar que nossa condição antes de Cristo era a mesma de um escravo (Gálatas 4.1-3). Estávamos presos, trabalhando para senhores severos, rápidos para punir, difíceis de agradar e não iriamos amadurecer nunca, se o Filho não trouxesse com Ele a plenitude do tempo.
2. Filho veio resgatar os que estavam sob a lei
Paulo agora nos informa que este Filho de Deus nasceu de mulher, sob a lei, para resgatar os que estavam sob a lei.
Em primeiro lugar, isto significa que, ao nascer de mulher, Jesus é um homem de carne e osso. Também existe uma indicação do cumprimento da promessa de Gênesis 3.15, de que o descendente da mulher que pisaria a cabeça da serpente havia nascido: o Deus-homem.
O Filho de Deus também nasceu sob a lei, isso quer dizer que Ele estava na mesma condição que nós antes da queda. Jesus tinha a capacidade de obedecer a lei de Deus, algo que todos nós negamos em Adão (Romanos 3.10). Mas, ao contrário de nós e de Adão, Jesus obedeceu toda a lei de Deus.
Estar sob a lei e não cumpri-la tem consequências, conforme Deuteronômio 27.26 diz: "Maldito todo aquele que não permanece em todas as coisas escritas no Livro da lei, para praticá-las." Desta forma cada um de nós somos malditos diante de Deus, mas a esperança que temos nestes versículos é que Deus enviou seu Filho Jesus Cristo, o Deus-homem nascido de mulher e obediente a toda a lei, para nos resgatar da maldição da lei.
3. Recebemos a adoção por meio do Filho
Finalmente, o objetivo de Deus é atingido por meio do resgate do seu Filho Jesus Cristo ao sermos adotados por Deus.
O Filho de Deus, o Deus-homem, cumpriu toda a lei de Deus e foi punido cruelmente com a morte na cruz, recebendo a penalidade que nós merecíamos por causa do nosso pecado. Mas o Senhor se agradou deste sacrifício e ao terceiro diz ressuscitou o Filho de Deus dos mortos. Agora, por meio da fé na obra de Jesus em nosso favor, ao nos arrependermos de nossos pecados, somos unidos com o Filho de Deus e recebemos a adoção, ou seja, nos tornamos filhos de Deus!
Portanto, o Natal do apóstolo Paulo tem a ver com o nascimento de Jesus Cristo sim, mas também com sua morte resgatadora do homem pecador e a consequente adoção de Deus. Que neste Natal sejamos lembrados que o Filho de Deus não apenas se humilhou e nasceu como homem, mas que também viveu obediente a lei de Deus e morreu a nossa morte em uma cruz, para nos fazer filhos de Deus.
Editorial de Leonardo Cordeiro
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