“Confia no Senhor de todo o teu coração,
e não te estribes no teu próprio entendimento. Reconhece-o em todos os teus caminhos, e ele endireitará as tuas veredas. Não sejas sábio a teus próprios olhos; teme ao Senhor e aparta-te do mal. Isto será saúde para o teu âmago, e medula para os teus ossos.” (Provérbios 3.5-8)
Frequentemente somos colocados em situações que não sabemos como agir ou nem imaginamos como podemos resolver as questões em jogo. A desesperança e a falta de confiança em Deus tomam conta de nossos corações pelas circunstâncias que somos enredados pela dificuldade do dia a dia. A sensação de impotência sobre certos fatos nos deixa para baixo e tende sempre a nos afundar mais e mais.
Todos passamos por situações difíceis, ninguém debaixo do sol está isento delas. Algumas questões são: Como enfrentar todas essas coisas? Como não me afundar em tristeza e desânimo? Como encarar tais situações na perspectiva do Senhor? Por que o Senhor permitiu isso?
O problema
A falta de esperança, uma situação que parece não ter solução aparente e o sofrimento intenso (seja pelo pecado ou morte) nos levam olhar para as circunstâncias. A dor e o sofrimento procuram um lugar para repousar e nossos corações são locais propícios para que ali eles fiquem e façam morada. O foco no problema e em suas circunstâncias nos levam em uma espiral gradativa, para baixo, onde cada vez mais perdemos a esperança, o vigor e a razão.
Naturalmente, durante a dor e o sofrimento, nos fechamos e focamos simplesmente naquilo que nos afeta e incomoda. Tudo começa a perder a beleza e, nada satisfaz. A rispidez toma conta de nossas atitudes, mudamos muito. Uma busca incessante por solução, num esforço sem medida, toma nossa mente, buscando uma saída para a dor e o sofrimento. Quanto mais a situação vai escapando entre os dedos de nossas mãos, e perdemos o controle, mais desesperadora se torna nossa situação, justamente porque estamos focando tudo no ponto errado.
Confiança no Senhor
O objetivo de toda a história da Redenção é trazer louvor para a glória da graça de Deus (Efésios 1.5,6). Nossos sofrimentos não fogem desse objetivo de render glória a Deus, pois o próprio Deus os permite segundo seu eterno propósito. Precisamos olhar na ótica de Deus para entender como devemos enfrentar as adversidades, olhando sempre com confiança e fé em Cristo.
Na ótica de Deus:
1. Deus quer nos moldar através do sofrimento (Romanos 8.28,29)
Um mau entendimento deste texto pode nos levar à compreensão de que Deus não nos ama. Não é esta a ideia do texto. O sofrimento se faz presente quando o verso 28 diz: “Sabemos que Deus age em todas as coisas...”. O verso 29 fala que fomos chamados a sermos conforme Cristo. O sofrimento, então, nos molda à semelhança de Cristo. Deus nos quer mais parecidos com Cristo e, para isso, precisamos enfrentar o sofrimento e a dor como Jesus encarou. A dependência do Pai e o desejo de cumprir Sua vontade são marcas de Cristo diante do sofrimento. Compreender que o sofrimento também coopera para o progresso da nossa santificação muda toda realidade de como devemos encarar a adversidade.
2. O sofrimento nos ensina a obediência a Deus (Hebreus 5.8)
Certamente o mundo não entende o sofrimento. A rebeldia é uma das formas que o mundo reage ao sofrimento. Isto, para o piedoso, o chama para aprender e desenvolver a obediência como Cristo. Nosso Salvador foi obediente integralmente até sua morte na cruz. Sua submissão e perseverança ao plano eterno do Pai mostram o caminho a trilhar durante o sofrimento. Com súplica e ações de graça foi pavimentado o caminho da obediência de Cristo. Pela sua obediência em meio ao sofrimento, somos chamados a viver em plena obediência, pela sua justiça, somos capacitados à perseverança.
3. Nós amadurecemos através da disciplina pelo pecado (Hebreus 12.5-11)
Muitas vezes nossos sofrimentos são causados por nossos pecados. Deus quer desenvolver em nós a maturidade de Cristo. O sofrimento pelos nossos pecados é um meio pelo qual Deus usa para nos mostrar quanto somos falhos (ainda) diante de dEle e quanto Cristo é suficiente para nos perdoar. Deus disciplina seus filhos para que endireitem seus caminhos, para que não se acomodem a um padrão pecaminoso de vida e para que vivam o propósito da sua salvação, sermos como seu Filho Jesus e glorificarmos ao Pai. Em todo o processo de disciplina, somos chamados a aprendermos a maturidade de nosso irmão mais velho, Jesus Cristo.
4. Precisamos aprender a confiar em Deus (Romanos 8.18)
Existe esperança pelo que está por vir, uma esperança que nos leva à glória. Em 2 Coríntios 4.17,18 somos chamados a sempre olharmos para a eternidade e não para coisas efêmeras. Deus nunca deixou de cumprir com suas promessas. E ele prometeu em Cristo que acabará com todo sofrimento, toda dor e tristeza (Apocalipse 21.4). Durante toda a história bíblica, homens e mulheres sofreram de diversos modos, mas o que sempre os fortaleceu foi a confiança que Deus é poderoso e reina soberano sobre tudo e todos. Enquanto peregrinos neste mundo, sempre seremos fortalecidos, animados e sustentados pela graça de nosso Salvador. Deus é fiel, não vai falhar!
“A minha graça te é suficiente, pois o meu poder se aperfeiçoa na fraqueza.
Sendo assim, de boa vontade me gloriarei nas minhas fraquezas,
a fim de que o poder de Cristo repouse sobre mim.
Por esse motivo, por amor de Cristo,
posso ser feliz nas fraquezas, nas ofensas, nas necessidades, nas perseguições,
nas angústias. Porquanto, quando estou enfraquecido é que sou forte!”
(2 Coríntios 12.9,10)
Editorial de William Rubial
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