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O segredo da mudança é a mudança do que se ama

Só o poder do Evangelho pode operar a transformação de vida que tanto desejamos. Porém, a mudança progressiva nem sempre parece acompanhar o ritmo que gostaríamos. O sentimento de estagnação espiritual incomoda e atormenta a consciência dos filhos de Deus.


Santificação é uma obra sobrenatural. O processo de transformação reserva mistérios e complexidades. É difícil até mesmo descrever como a santificação funciona. A mudança bíblica ganha contornos difíceis de serem apontados ainda que envolva uma mistura de elementos descritos na Palavra de Deus. Uma implicação direta disso é que a santificação não é resultado de uma receita de bolo igual para todos. Porém, ela é operada em todos pelo mesmo Senhor que prometeu usar a Sua Palavra para trabalhar em nós a transformação bíblica (João 17.17). Considere três aspectos da santificação em nossa tentativa de entender o segredo da mudança.


A raiz da santificação

A santificação começa com a salvação. A obra de salvação é o pontapé inicial para qualquer movimento em direção à santificação. Tim Keller nos ajuda a entender o relacionamento entre a obra de salvação e os passos de mudança: "toda mudança acontece a partir do momento em que você adquire um entendimento mais profundo da salvação em Cristo e passa a viver essas mudanças que esse entendimento cria em seu coração. A fé no evangelho reestrutura nossas motivações, o nosso autoentendimento, a nossa identidade e a nossa visão de mundo."


A salvação em Cristo resultante da obra do Evangelho constrói uma visão de mundo diferente. Passamos a enxergar tudo ao nosso redor com outros olhos. A partir daí os passos de mudança são uma resposta ao que Cristo fez por nós na cruz. Na raiz da santificação está a obra sobrenatural de salvação. Buscamos viver uma vida agradável a Deus porque Jesus morreu por nós (2 Coríntios 5.15).


A apropriação da santificação

É um engano achar que precisamos do Evangelho apenas uma vez na vida e no momento em que cremos para a salvação. Santificação é um viver em resposta ao que Cristo fez por nós. Quanto mais contemplamos o Senhor e Sua obra de salvação, mais parecidos com Ele ficaremos. Por causa da esperança de contemplá-Lo como Ele é, nos purificamos (1 João 3.2,3).


A esperança de ver Cristo é cultivada pela mudança constante do objeto de nossa afeição. O Evangelho nos dá um objeto de amor diferente. Enquanto que o mundo oferece paixões diversas, o Evangelho nos fala de um bem maior e infinitamente melhor: Jesus. É o amor a Cristo em resposta ao que Ele fez por nós que transforma corações estagnados. Por isso, o apóstolo Paulo ora para que os Efésios conheçam mais do amor de Cristo (Efésios 3.14-19). A vida resultante de um coração que vive em resposta ao amor de Deus é uma vida de crescimento e santificação.


Iain Duguid sintetiza esse conceito ao explanar o poder de uma nova afeição: "mudança profunda em nosso comportamento sempre vem através de uma mudança naquilo que mais amamos, não através de coerção externa" (Is Jesus in the OT? p. 11). Impor regras frias não irá levar você muito longe em sua caminhada de santificação. Duguid está certo, não é pela coerção externa. A mudança virá de um coração direcionado em amor a Jesus.


A garantia da santificação

O Evangelho também nos dá a certeza de que o processo não é vão, muito menos incerto. Nos foi dado um selo de garantia até o dia do resgate para a glória de Deus (Efésios 1.13,14). Por mais estagnados que pensamos estar, repousa sobre nós a certeza de que a obra será consumada por causa da fidelidade de quem nos salvou (Romanos 8.28,29; Filipenses 1.6). A obediência de Jesus até a morte de cruz e o túmulo vazio são provas incontestáveis de Seu amor e da eficácia de Sua obra.


O segredo da mudança não está em nós, mas em Cristo. O segredo começa no amor de Cristo por nós e viver em resposta Àquele que nos amou primeiro. Será uma vida em constante apreciação do que Cristo fez em nosso favor que irá conduzir o povo de Deus a passos concretos de mudança, amando a Jesus e não ao mundo.


Editorial do Pr.Alexandre "Sacha" Mendes



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