Espero que você entenda que o título do artigo é meramente um “marketing” para a importância do assunto a ser tratado e não algo literal!
Quando chega o fim de ano e as férias, nos deparamos com uma grande quantidade de festas e algo em comum a elas é a abundância de comida e, assim, a grande chance de passarmos dos limites. Infelizmente, nos nossos dias o pecado da gula já se tornou banalizado, de forma que ao invés de chamarmos as pessoas (inclusive nós mesmos) ao arrependimento, tratamos com brincadeiras algo que é sério (Números 11.34). Muito disso se deve ao fato de tratarmos a alimentação como o mundo trata, de forma secular: “é apenas uma questão de saúde”. Ao fazermos isso, deixamos de vista que isso também deve ser tratado no campo espiritual, pois Paulo diz que “quer comais quer bebais, ou façais outra coisa qualquer, fazei tudo para a glória de Deus” (1 Coríntios 10.31) e a Bíblia nos dá instruções sobre como glorificar a Deus nesse aspecto também. Para isso, vamos identificar algumas verdades e mentiras que precisamos compreender.
1) Foco na saúde vs Foco em glorificar a Deus
A má alimentação traz problemas para todos os homens, tanto em termos de saúde quanto de estética. Por isso, a procura por dietas e programas de reeducação alimentar é algo geral na sociedade, visando à solução desses transtornos. Tudo isso pode ter seu mérito, mas para nós cristãos a motivação não pode ser a mesma. O grande problema é quando queremos dietas, programas e exercícios que melhorem nossa saúde e não um estilo de vida que glorifique a Deus. Queremos uma solução para a nossa falta de saúde/estética (potencial ou atual) e não para o nosso pecado; e essa não é a vontade de Deus (Romanos 6.12,13).
2) Dieta radical vs Obediência radical
Quando pensamos em dietas radicais logo pensamos em impor a nós mesmos uma alimentação severa, que, devido à severidade, não costuma durar muito tempo. Não há um arrependimento dos nossos hábitos, então ficamos cumprindo um programa sem mudar o nosso coração. Em alguns casos uma dieta mais intensa pode ser necessária (por recomendação médica), não negligenciemos isso, mas a radicalidade do processo deve ir além disso. Lembre-se de que o nosso objetivo é glorificar a Deus, não perder/ganhar peso, então pensamentos do tipo “comer menos agora para comer muito depois” ou “comer para me parecer bem em determinada situação” devem ser substituídos por “comer de forma moderada para que o meu Deus seja o Senhor; não meu estômago”. Portanto, a radicalidade está em lutar contra o pecado na minha vida em todas as circunstâncias (Provérbios 23.2, Mateus 5.29).
3) Resultado vs Fidelidade
Não devemos focar o que fazemos em ter um resultado físico bom e sim sermos fiéis a Deus. É esperado que ao se alimentar e exercitar constantemente de forma que se glorifique a Deus haja resultado na sua saúde (o que, de fato, é desejável), porém ter ou estar com uma saúde adequada é necessariamente sinal de estar glorificando a Deus (Números 11). Tendemos a pensar que essa preocupação é só para pessoas acima do peso, mas é bem possível que haja pessoas que não tenham problemas de saúde ou de estética mas que pequem constantemente na alimentação e devem, portanto, se arrepender.
4) Seu corpo para si mesmo vs Seu corpo para O corpo
Um outro engano em que costumamos acreditar é que o pecado da gula afeta somente o nosso corpo e não as pessoas ao nosso redor. Porém, esquecemos que o nosso corpo faz parte do corpo de Cristo, que é a Igreja (Romanos 12.4,5). Quando um membro do corpo está com problema, o corpo também está. De forma prática, quando nossa saúde está debilitada nossa capacidade de servir é prejudicada e O corpo sofre. Portanto, precisamos ser bons mordomos dos recursos que Deus nos deu e o nosso corpo é um deles.
5) Resolução de ano novo vs A graça de Deus
Essa realidade exposta é confrontadora e confortadora. A partir do momento que eu sei que o meu problema é pecado eu tenho uma solução! Confesso meu pecado e a graça de Cristo me move ao arrependimento sincero e ao desejo de glorificá-lo, inclusive na minha alimentação. Não tentemos mudar nossa alimentação por força de vontade, mas, sim, pela ação sobrenatural do Espírito que nos capacita a glorificar a Deus (Filipenses 2.12,13).
Editorial de Tássio Côrtes Cavalcante
Comments