O herdeiro chegou! É tudo muito novo, é estranho pegar aquela pequena criança, ainda toda molinha e delicada. Frio na barriga, os pais são tomados por uma sensação de não saberem muito bem o que estão fazendo. A família toda “babando” na mais nova sensação do momento. A criança começa a crescer e se desenvolver. Um pequeno “serzinho” vai tomando forma e personalidade, é incrível participar desse momento. Então chega o momento de dar instruções para o “serzinho”, ensinar e caminhar junto com ele. Percebemos nele algo que está em nós pelo qual Jesus morreu, o pecado. Nossos filhos precisam da Palavra tanto quanto nós, porque Ela nos instrui o caminho, nos repreende e ensina o que devemos fazer (2 Timóteo 3.16). Ela também vai apresentar Aquele que nos resgatou de nosso caminho de perdição, que nos deu vida enquanto estávamos mortos em nossos pecados (Efésios 2.1), o Senhor Jesus.
A nossa sociedade pós-moderna tem uma perspectiva diferente da qual aprendemos na Bíblia. Em geral, a sociedade encara os filhos como uma continuidade da família, talvez uma obrigatoriedade social. Em um cenário mais pessimista, os filhos muitas vezes são vistos como um fardo financeiro ou aquilo que atrapalha os planos de crescimento profissional, pois demandam tempo e dedicação. Por isso, cada vez mais as famílias estão diminuindo o número de filhos e a forma como estes são vistos tem mudado de tempos em tempos.
Como pais que amam ao Senhor, devemos extrair da Palavra nosso conceito de criação de filhos e como devemos enxergá-los pela perspectiva de Deus.
Ensine-o a amar ao Senhor
O texto de Deuteronômio 6.1-7 expõe a centralidade que o Senhor deseja para nossa caminhada com nossos filhos. O cerne do texto nos chama a centrar nossas vidas e de nossos filhos em Deus e em sua Lei. Examinando o texto com cuidado podemos extrair alguns aspectos os quais o Senhor nos orienta para a educação de filhos. Destes, vamos abordar três: tempo, intensidade e objetividade.
1. O Senhor planejou que gastemos tempo com nossos filhos diante da Palavra. Não somente algo programado, até porque o texto não especifica tempo, mas todo tempo é tempo de falar do Senhor;
2. Devemos falar intensamente com nossos filhos sobre o Senhor. Eles desobedeceram? Eles têm dificuldades com as amizades? Têm muitos medos? Fale do Senhor para eles, conte suas experiencias e como o Senhor e sua Palavra o ajudaram. Todas as circunstâncias são ocasiões para falar de Deus; e
3. Se programe para ter boas conversas e tempos de discussão com seus filhos. Ser objetivo é criar oportunidades para estar com eles intencionalmente. Um bom filme pode ser uma boa oportunidade para ter uma conversa objetiva com seus filhos.
Ensinar seus filhos a amar ao Senhor é um privilégio, e que nesta árdua tarefa eles possam enxergar em você o exemplo de amor a Deus e a sua Palavra.
Aplicação
· Gaste tempo mostrando uma bela paisagem e fale da beleza da criação de Deus; e
· Tenha bons momentos de leitura bíblica ou de devocional temático com seus filhos.
Ensine-os as Boas Novas
O Evangelho é simples e deve ser apresentado com simplicidade. Não existe idade mínima ou máxima para se ouvir as boas novas. O que os pais precisam entender é que seus filhos são pecadores e a verdade deve ser exposta para eles. Não tenha medo de ensinar o que a Lei de Deus exige.
Mostre que eles são pecadores (1 Joao 3.4), afirme a consequência do pecado (Romanos 6.23), ensine quem é Jesus (Joao 1.1-3), fale da cruz (1 Pedro 2.24), mostre o poder da ressurreição (Romanos 1.4) e que um dia estará eternamente com Ele (Apocalipse 19.11-16).
Nos momentos de disciplina ou quando é necessária uma conversa mais incisiva, falar sobre O Evangelho é a decisão mais acertada. Porque é preciso expor a necessidade de arrependimento pelo pecado e que Jesus é o único que pode salvá-lo de seus pecados. Jamais deixe de falar aos seus filhos o que Deus fez por você em Jesus e como as Boas Novas mudaram sua vida.
Aplicação
· Em momentos de desobediência e rebeldia dos filhos, fale como Jesus tem te conduzido a ser mais obediente; e
· Tenha boas conversas com seus filhos e use as circunstâncias da vida deles para ensiná-los a ver a vida pela ótica do Evangelho.
Desenvolvendo a intimidade
No contexto de Efésios 6.1-4, o apostolo Paulo está dando instruções de como as relações familiares devem ser. Um lar no qual os filhos obedecem aos pais será um lar harmonioso. Ensinar a obediência aos filhos é essencial para que eles tenham bons relacionamentos em qualquer nível no futuro.
O ponto aqui é que os filhos, para serem obedientes e honrarem seus pais, necessariamente vão precisar se relacionar com eles. Não há obediência real sem um desejo amoroso de honrar seus pais. Essa relação é a mesma conosco, quando obedecemos ao Senhor porque desejamos honrá-lO e glorificá-lO como nosso Pai.
Em contrapartida, Deus espera que eduquemos nossos filhos baseado em sua Palavra (v.4), sem sermos injustos, abusivos e autoritários. Talvez uma das maiores causas de rompimento ou fragilização de relacionamentos com os filhos venha de um comportamento incoerente dos pais. Um exemplo disso é o famoso “faça o que eu falo, mas não faça o que eu faço”.
Aplicação
· Se interesse pelos interesses dos seus filhos. Procure estar atento ao que eles têm se dedicado; e
· Cultive desde que são pequenos um bom relacionamento, brinque, se divirtam juntos. E, conforme o tempo vai passando, a relação de autoridade vai sendo substituída pela de amizade.
Perguntas para reflexão
1. Você tem ensinado seus filhos a amarem ao Senhor? Como essa tarefa fundamental pode ser melhorada?
2. Tenho mostrado com minha vida que amo ao Senhor?
3. Sou intencional em dedicar tempo, intensidade e objetividade no ensino da Palavra?
4. Tenho me exercitado em sempre expor o Evangelho aos meus filhos? Tenho aproveitado boas oportunidades para ensiná-los a Verdade?
5. Tenho buscado melhorar minha intimidade com meus filhos? Quais passos preciso dar para melhorar essa relação?
Editorial de William Rubial
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