A felicidade tem sido um termômetro para medir o nível de sucesso na vida de alguém. Esta mentalidade do mundo tem afetado até mesmo a igreja de Cristo e uma das perguntas que os membros costumam fazer sobre o seu serviço na igreja é: Isso me realiza? Este serviço me faz feliz? Esta pergunta não é necessariamente errada, porém não é assim que a Palavra de Deus trata a questão do serviço cristão. A Bíblia sempre fala em termos de utilidade e não de realização pessoal, afinal, cristãos não devem mais viver para si mesmos, “mas para aquele que por eles morreu e ressuscitou” 2 Coríntios 5.15.
A parábola dos talentos em Mateus capítulo 25.14-30 descreve para nós dois tipos de servo e suas características.
“Pois será como um homem que, ausentando-se do país, chamou os seus servos e lhes confiou os seus bens. A um deu cinco talentos, a outro, dois e a outro, um, a cada um segundo a sua própria capacidade; e, então, partiu. O que recebera cinco talentos saiu imediatamente a negociar com eles e ganhou outros cinco. Do mesmo modo, o que recebera dois ganhou outros dois. Mas o que recebera um, saindo, abriu uma cova e escondeu o dinheiro do seu senhor. Depois de muito tempo, voltou o senhor daqueles servos e ajustou contas com eles. Então, aproximando-se o que recebera cinco talentos, entregou outros cinco, dizendo: Senhor, confiaste-me cinco talentos; eis aqui outros cinco talentos que ganhei. Disse-lhe o senhor: Muito bem, servo bom e fiel; foste fiel no pouco, sobre o muito te colocarei; entra no gozo do teu senhor. E, aproximando-se também o que recebera dois talentos, disse: Senhor, dois talentos me confiaste; aqui tens outros dois que ganhei. Disse-lhe o senhor: Muito bem, servo bom e fiel; foste fiel no pouco, sobre o muito te colocarei; entra no gozo do teu senhor. Chegando, por fim, o que recebera um talento, disse: Senhor, sabendo que és homem severo, que ceifas onde não semeaste e ajuntas onde não espalhaste, receoso, escondi na terra o teu talento; aqui tens o que é teu. Respondeu-lhe, porém, o senhor: Servo mau e negligente, sabias que ceifo onde não semeei e ajunto onde não espalhei? Cumpria, portanto, que entregasses o meu dinheiro aos banqueiros, e eu, ao voltar, receberia com juros o que é meu. Tirai-lhe, pois, o talento e dai-o ao que tem dez. Porque a todo o que tem se lhe dará, e terá em abundância; mas ao que não tem, até o que tem lhe será tirado. E o servo inútil, lançai-o para fora, nas trevas. Ali haverá choro e ranger de dentes” Mateus 25.14-30.
1. Somos mordomos de Deus
Observamos no texto que os três servos recebem talentos do homem. A realidade espiritual da parábola é que as pessoas recebem de Deus talentos. Isto é, recursos, habilidades e de forma última, suas próprias vidas, que são sustentadas por Deus.
2. Podemos ser bons ou maus mordomos de Deus
Vemos que os dois primeiros servos imediatamente partem para multiplicar seus talentos, o primeiro recebe 5 e ganha mais 5, o segundo recebe 2 e ganha mais 2, porém o último é negligente e esconde o seu talento. No fim, quando o homem volta, recompensa os dois primeiros servos que multiplicaram seus talentos e pune o negligente.
Podemos concluir que o que Deus requer de nós como seus mordomos é fidelidade. Ele não pede de nós mais do que fomos projetados para cumprir, mas ele exige que sejamos úteis diante dos recursos e da vida que Ele nos deu. A jornada da realização pessoal, seja na igreja ou fora dela, parece muito mais com o mau mordomo, que negligencia sua utilidade, ao custo de seu bem-estar.
3. Sermos bons ou maus mordomos tem a ver como vemos Deus
Observamos no texto que os dois primeiros servos que permanecem fiéis no seu serviço recebem a aprovação, visto que como exerceram fidelidade no pouco, seriam recompensados. O último servo, porém, seria punido por causa de sua infidelidade.
De maneira prática, no nosso serviço a Deus, só podemos ser fiéis a Ele se confiarmos na fidelidade de Deus, ou seja, no Seu caráter. Se Deus disse que você deve amar a Ele e ao próximo como a si mesmo, você deve crer e obedecer quando surgirem oportunidades, sejam quais forem, como falar do evangelho, lavar o banheiro, etc.
O servo mau não foi punido simplesmente por sua negligência, ele foi negligente porque tinha uma visão equivocada do seu Senhor, ou seja, não exerceu fé no Seu caráter. O servo duvidou que o Senhor voltaria, chegou a temer as consequências, mas não creu, por isso permaneceu inerte.
Que Deus nos ajude a confiarmos cada dia mais em Seu caráter, especialmente em Sua fidelidade, pois é isso que irá nos capacitar a sermos bons mordomos. Que possamos seguir com as mãos no arado, sem olhar para trás buscando a realização pessoal, mas com os olhos fixos em Cristo e na recompensa futura!
Editorial de Leonardo Cordeiro

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