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Tomando Boas Decisões

Quando pensamos em decisões, muitas vezes nossas mentes se dirigem a pontos de grande mudança em nossas vidas, onde um conjunto de ações poderia definir nossos rumos durante os anos vindouros. Com que trabalhar, com quem se casar, o que estudar, onde morar, são alguns exemplos desse tipo de decisão. Para tomá-las, pessoas estabelecem diversas metodologias, que podem ou não levar Deus em consideração. Por exemplo, alguns fazem listas de prós e contras, outros consultam uma série de conselheiros no assunto, outros ainda procuram exemplos de pessoas que passaram por situações semelhantes.


Entretanto, além de tais decisões que podem levar muito tempo para serem tomadas, diariamente, tomamos inúmeras decisões (alguns estudos indicam que tomamos cerca de 70 decisões conscientes por dia), que também impactam em diversas esferas de nossas vidas. Como podemos então aplicar, de 15 em 15 minutos, aquelas metodologias mencionadas acima?


Apesar de as decisões serem partes importantes de nossas vidas, muitas vezes elas são fruto daquilo que transborda espontaneamente de nossos corações, em vez de processos complexos de tomada de decisão. Isso pode ser visto, por exemplo, ao considerarmos aquilo que decidimos falar:


“Porque a boca fala do que está cheio o coração.”

(Mateus 12.34b)


O que são boas decisões?


“O homem bom tira do tesouro bom coisas boas;

mas o homem mau do mau tesouro tira coisas más.”

(Mateus 12.35)


Em primeiro lugar, boas decisões provêm de homens bons. Boas decisões são consequências de um bom coração.


Além disso, boas decisões são tomadas por pessoas cujo objetivo de vida é dar glória a Deus. Qualquer decisão será boa se tiver esse objetivo principal.


“Portanto, quer comais, quer bebais ou façais outra coisa qualquer,

fazei tudo para a glória de Deus.”

(1 Coríntios 10.31)


Por último, se boas decisões são resultado de um bom coração, aquilo que consumimos impactará nossas decisões. Ou seja, nossas decisões são um reflexo do que ocupa nosso pensamento. Quando enchemos nossa mente com aquilo que é verdadeiro, puro, justo, amável, nossas ações também serão verdadeiras, puras, justas, amáveis.


“Finalmente, irmãos, tudo o que é verdadeiro, tudo o que é respeitável,

tudo o que é justo, tudo o que é puro, tudo o que é amável, tudo o que é de boa fama,

se alguma virtude há e se algum louvor existe, seja isso o que ocupe o vosso pensamento.”

(Filipenses 4.8)


O que deve direcionar nossas decisões?


Nossas decisões, além de serem guiadas por pensamentos do alto e de corações que tiram coisas boas do bom tesouro, devem ser guiadas pelo Espírito.


“Pois todos os que são guiados pelo Espírito de Deus são filhos de Deus.”

(Romanos 8.14)


Devemos orar em todo tempo no Espírito (Efésios 6.18), tomando sempre o cuidado de mantermos comunhão com Ele, sem entristecê-lO (Efésios 4.30) ou apagá-lO (1Tessalonicenses 5.19).


Além disso, o Espírito também nos guia através das Escrituras que por Ele foram inspiradas (2 Timóteo 3.16). Portanto, as Escrituras devem prover um claro direcionamento para toda e qualquer decisão que temos pela frente. A Palavra mantém nossos caminhos puros (Salmo 119.9), livrando-nos do pecado (Salmo 119.11).


Quais os critérios que podemos usar para tomar decisões?


Por fim, ainda que uma lista de critérios para cada decisão específica provavelmente nunca cubra todos os aspectos que ela envolve, alguns critérios gerais podem ser estabelecidos rapidamente para facilitar nosso processo de tomada de decisão, tanto nas grandes escolhas, quanto nas mais corriqueiras. Existem muitos princípios nesse sentido nas Escrituras, mas aqui vamos nos ater a dois versículos num contexto de decisões abordado por Paulo:


“Todas as coisas são lícitas, mas nem todas convêm;

todas são lícitas, mas nem todas edificam.

Ninguém busque o seu próprio interesse, e sim o de outrem.”

(1 Coríntios 10.23, 24)


1. Antes de apontar o que os versículos tratam, é importante mencionar o aspecto moral. Se Deus claramente proíbe algo nas Escrituras, não faça. Isso também pode envolver desdobramentos claros das opções em pauta, que podem levar à negligência de mandamentos específicos de Deus. Paulo não está falando de pecados claros quando diz que todas as coisas são lícitas — em outras palavras, nunca é lícito pecar.


2. Em segundo lugar, mesmo coisas que são lícitas, isto é, não são pecados, não necessariamente convêm ou edificam (1 Coríntios 10.23). Ou seja, nem todas as decisões podem ser proveitosas espiritualmente e, portanto, devem ser evitadas.


3. Nossas escolhas não podem levar outras pessoas a tropeçarem: “Vede, porém, que esta vossa liberdade não venha, de algum modo, a ser tropeço para os fracos” (1 Coríntios 8.9). Além disso, não podemos ser o foco principal de nossas decisões.


É claro que muitos outros passos podem ser tomados na busca por uma tomada de decisão bíblica como, por exemplo, buscar conselheiros (Provérbios 11.14), mas vamos parar por aqui com esses três fundamentais critérios para nossas decisões: não ser pecado, levar à edificação espiritual e considerar os interesses dos outros.


Tomar boas decisões, no final das contas, é reflexo de um coração parecido com o de Jesus. Se a nossa preocupação sempre for agradar a Deus e amar ao próximo, tomaremos boas decisões.


Editorial de André Negrão Costa


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