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E não nos deixe cair em tentação

Atualizado: 17 de set. de 2018

“Então, saiu Satanás da presença do Senhor e feriu a Jó de tumores malignos, desde a planta do pé até ao alto da cabeça. Jó, sentado em cinza, tomou um caco para com ele raspar-se. Então, sua mulher lhe disse: Amaldiçoa a Deus e morre”

Jó 2.7-9


A alternativa dada pela mulher de Jó à sua condição miserável revela algo muito sutil e quase imperceptível que ainda nos dias de hoje habita de forma integrante, inevitável e sorrateira nesse mundo caído: a tentação. Não foi diferente com José quando a mulher de Potifar pôs os olhos nele e pediu que se deitasse com ela (Gênesis 39.7), nem, tampouco, quando Daniel foi exposto a se contaminar com o melhor da gastronomia pagã daquela época (Daniel 1.8). De Gênesis a Apocalipse, a Bíblia está recheada de situações que evidenciam o gigantesco potencial sedutor que a tentação exerce sobre o ser humano.


Mas o que é de fato essa tal de tentação? O pastor e professor Charles R. Swindoll* cita em um de seus livros uma interessante descrição de tentação dada por Dietrich Bonhoeffer, um pastor e teólogo, membro ativo e corajoso da resistência contra o Terceiro Reich de Hitler: “Em nossos membros há uma inclinação latente em direção ao desejo, o qual é tanto súbita, quanto impetuosa. Com irresistível poder o desejo domina a carne. De repente, um fogo secreto, sem chamas, se acende. A carne queima e se inflama. Não faz diferença que se trate de desejo sexual, ambição, vaidade, sede de vingança, amor pela fama e o poder, ganância por dinheiro ou, finalmente, esse estranho desejo de beleza do mundo, da natureza. A alegria em Deus está prestes a extinguir-se em nós e buscamos toda nossa alegria na criatura. Nesse momento Deus se torna quase irreal para nós, ele perde toda a realidade e só o desejo pela criatura é real; a única realidade é o diabo. Satanás não nos enche nesse ponto de ódio contra Deus, mas nos faz esquecer dele... A lascívia assim despertada envolve a mente e a vontade do homem na mais negra escuridão. Os poderes da clara discriminação e da decisão são removidos de nós... É aqui que tudo em nós se levanta contra a Palavra de Deus”.


E é assim que, enlaçados pela perspicácia e sutileza de Satanás, cedemos à tentação como desculpa para não enfrentarmos a realidade de que o homem foi criado para Deus e só nele tem finalidade e propósito.


No entanto, o Mestre Jesus que, muito antes de nós, também foi tentado em todas as coisas, nos ensinou, em Mateus 6.13, a recorrer ao Pai, porque Ele sabia que o sustento divino é a única forma capaz de nos proteger e evitar a nossa queda diante de qualquer tipo de tentação. Mas como experimentamos isso diante da dura e implacável, mas, por vezes, sedutora realidade de nossa rotina


Através da suficiência da Palavra de Deus que é viva e eficaz

Fé e obediência andam sempre de mãos dadas e, quando entendemos e vivemos isso, as tentações se tornam oportunidades para declararmos a nossa inteira confiança no Pai e incondicional submissão às Escrituras, utilizando, a exemplo de Cristo Jesus, duas pequenas, mas poderosas palavras contra as investidas sutis de Satanás: “Está escrito”


Através da Vigilância

Corre maior risco de morrer afogado aquele que se considera exímio nadador, porque se enche de confiança e desafia ondas maiores, águas mais profundas ou correntezas mais fortes. Assim também acontece com aquele que imagina estar firme nos caminhos do Senhor, mas, desatento, ignora o perigo ao decidir acessar aquele site, ou a frequentar lugares suspeitos, ou abusar das facilidades dos cartões de créditos ou, ainda, a deixar-se influenciar por amizades inadequadas.... Vigiar significa ser diligente e estabelecer limites, criar alarmes, traçar estratégias de defesa para fugir e não ser surpreendido, confundido e agarrado pelas garras afiadas das tentações.


Através da Oração

Como forma de ligar nossa mente e o nosso coração às coisas lá do alto, porque sabemos que “...o espírito, na verdade, está pronto, mas a carne é fraca” - Marcos 14.38 e, por isso, temos de clamar, a todo momento, ao nosso único e poderoso Deus que é fiel e está sempre pronto para nos fortalecer e nos proporcionar livramento (1 Coríntios 10.13).


Mas, acima de tudo, se ainda assim o mal desejo persistir em seu coração, OLHE PARA CRUZ e contemple toda misericórdia do Pai demonstrada em Cristo e imagine quanto amor Ele destinou a você ao permitir que Seu próprio Filho fosse pendurado naquele madeiro maldito em seu lugar. Encha suas afeições com a Cruz de Cristo e as tentações não encontrarão espaço para manifestar o pecado em sua vida.


Editorial de Walter Feliciano


*Swindoll, C. R. José: Um homem íntegro e indulgente. Pág. 40

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