“É evidente que diante de Deus ninguém é justificado pela lei,
pois o justo viverá pela fé."
(Gálatas 3.11)
A doutrina da justificação é ensino fundamental para a fé cristã. Sem sua plena compreensão, fatalmente perderemos de vista o que o Senhor fez por nós na cruz por Sua graça. Possivelmente esta seja a doutrina mais atacada e motivo de controvérsias na história da igreja cristã, inclusive atualmente. Diversas vertentes do pensamento cristão enxergam essa doutrina de forma diferente, e algumas, com distorções grotescas. Mas o Senhor levantou homens para restaurar o ensino bíblico em tempo oportuno, para trazer a pureza e a beleza da obra de Cristo de volta ao seu digno lugar no ensino da Palavra. Com isto, podemos desfrutar de um ensino que fortalece nossa fé e traz firme confiança em nosso Senhor por Sua obra perfeita.
O ensino da justificação, e acrescento, pela fé (Romanos 3.28), é a doutrina que nos separa de todas as outras formas de crença. Em grande parte delas, e em ramos do cristianismo, há a necessidade do homem realizar “boas obras” para que se aproxime de Deus. Contudo, o que a Bíblia nos ensina é que somos justificados pela fé em Jesus Cristo somente (Romanos 3.20).
A palavra justificado significa “contado ou declarado como justo”. A perfeita obra e vida de Cristo, Sua justiça, é imputada a nós que cremos, enquanto a nossa injustiça foi imputada nEle na cruz, o que muito teólogos chamam de “dupla imputação”. Jesus tomou o nosso lugar na cruz, e nos dá, gratuitamente, a Sua justiça para que os nossos pecados, que nos separavam de Deus, fossem pagos para sempre sem que nenhuma condenação exista sobre nós (Romanos 8.1, 2). Não precisamos de obras para a salvação, somente depositar nossa fé na obra vicária de Jesus em nosso favor (Romanos 5.1,2 ; Gálatas 3.24).
A justificação pela fé é uma obra completa de Deus aplicada ao crente pela fé, e não um processo como a santificação. Pela fé em Cristo somos de imediato considerados completamente justos. Esta fé, real e não somente de boca, é a condição necessária para receber os méritos de Cristo. Entendendo tamanha verdade e bênção que nos foi dada de graça, devemos considerar as implicações e consequências disso em nosso dia a dia.
Gratidão
A justificação pela fé deve nos mover à gratidão eterna pela grande obra que o Senhor fez em nosso favor. Era a minha morte, a minha condenação que Ele tomou, e em troca, me deu vida. Por isso, sigamos uma vida de serviço ao nosso Redentor, assim como Ele nos serviu.
Sirva a sua igreja, o povo pelo qual Cristo morreu;
Ame ao seu próximo;
Seja grato pela segurança de relacionamento que você tem com Deus; embora o que sentimos mude por causa da nossa instabilidade, a base do nosso relacionamento com Deus é inabalável em Cristo.
Boas obras
O livro de Tiago faz um belo paralelo entre fé e obras. No capítulo 2.14–26, Tiago faz seu discurso afirmando que a fé sem obras é morta (v. 26), e que as obras são agente importante no aprimoramento da fé (v. 22), um autenticador que de fato cremos em Jesus. Portanto, andemos praticando as boas obras, lembrando que elas não nos justificam e nem podem fazê-lo, mas que tal atitude demonstra um coração transformado pela fé em Jesus.
Preste atenção às necessidades das pessoas à sua volta. Boas obras vão além de oferecer comida ou dinheiro; muitas vezes um tempo bem gasto com alguém, ouvindo ou orando juntos, é tudo o que a pessoa precisa;
Procure ministérios para que você sirva aos irmãos e/ou sirva pessoas que você não conhece e que precisam ouvir a Palavra. Nossa igreja tem várias opções;
Não existe um momento sagrado ou secular na vida do cristão. Realize boas obras em qualquer situação, seja no trabalho, com a família, amigos ou em outras oportunidades. (Colossenses 3.23, 24).
Lembre-se: justos vivem na prática da justiça. Imitamos nosso Justo Senhor ao promovermos um ambiente justo, e a vivermos de forma justa, praticando as boas obras que Deus preparou para nós.
Somos justificados pela fé em Cristo somente. E essa realidade muda a forma como vivemos. No próximo editorial, Santificados por Deus, falaremos mais sobre isso, e veremos como justificação e santificação estão completamente ligadas — como também estão todos os aspectos da nossa identidade em Jesus.
“...mas o justo pela sua fé viverá.”
(Habacuque 2.4b)
Editorial de William Rubial
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