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Inimigos do discernimento

Atualizado: 21 de set. de 2018

A Palavra de Deus chama a Igreja do Senhor Jesus a uma vida de discernimento, criteriosa diante de todas as coisas (1 Coríntios 2.15; 1 Pedro 4.7). Viver de forma agradável ao Senhor num mundo caído é um desafio, mas uma tarefa essencial para o testemunho de transformação do Evangelho. A forma como alguém vive irá mostrar (ou não) a diferença que o Evangelho produziu em sua vida (Efésios 5.15-17; Tito 1.16). Embora o foco não seja uma mera transformação de comportamento, é no nível do comportamento e no exercício das escolhas que o mundo enxerga o discernimento interno produzido pelo Evangelho de Jesus Cristo.


Por isso, o que acontece quando a Igreja não exerce discernimento? O testemunho do Evangelho é manchado. E por que a Igreja não cresce em discernimento? A Igreja tem perdido batalhas importantes para inimigos que lutam contra o discernimento na vida dos cristãos. A seriedade e a urgência do assunto são compromisso que temos em viver para a glória de Deus de forma criteriosa em todas as coisas, dentro e fora da casa de Deus. Considere cinco inimigos comuns que lutam contra a prática do discernimento:


1. Paixões

As paixões influenciam os sentimentos. Sentimentos e desejos passionais se misturam e se influenciam. Eles não são a mesma coisa, mas estão inter-relacionados. Pense nos desejos intensos como o alimento de sentimentos que irão influenciar suas escolhas. A Palavra de Deus nos exorta quanto a essa dinâmica. Os “inimigos da cruz” tinham suas paixões como seus "deuses" (Filipenses 3.17-19). Os que estavam tomados de paixões eram incapazes de discernir o certo do errado porque estavam cegos em seu serviço a falsos deuses. É isso, paixões desenfreadas funcionam como ídolos dentro de nossos corações. São desejos que nos cegam para a realidade. Deixamos de perceber o mundo ao nosso redor, incapazes de discernir o bem do mal porque vemos apenas o que desejamos (Salmo 115.1-8).


2. Sentimentalismo Os sentimentos brotam das paixões. As emoções são bênçãos de Deus para nós. A experiência da vida ganha cores com o exercício de emoções saudáveis e bem orientadas pela Verdade. Porém, sentimentos "desgovernados" podem apresentar um perigo para o discernimento da Igreja. Se os critérios de avaliação do mundo ao seu redor estão baseados em suas sensações, você irá trocar o que é certo pelo "que é bonitinho" e o edificante pelo "que é legal"! Avaliações subjetivas baseadas em meras sensações são incapazes de levá-lo(a) à maturidade. Na busca pelo discernimento, devemos estar atentos para não deixar que meros sentimentos sejam o critério final para nossas escolhas. "O justo viverá pela fé" (Romanos 1.17; Gálatas 3.11; Hebreus 10.38).


3. Preguiça

O discernimento é a coroa de muito esforço. Não existe o exercício adequado do discernimento sem o suor da alma no estudo e prática da Palavra (Hebreus 5.14). Se você está no Evangelho há alguns anos, você já sabe disso. Então, qual é o problema? O problema é a preguiça de desenvolver uma atitude diligente na busca pelo Senhor em Sua Palavra. No coração da preguiça, existe a paixão pelo conforto e comodismo. Talvez, lhe falte discernimento porque você é preguiçoso. E você é preguiçoso porque acredita em suas próprias mentiras de que "a Bíblia é um livro difícil, a igreja é complicada e seu pastor não lhe entende!" Deus é amor e não está jogando cartas com Seu povo, escondendo maquiavelicamente a próxima jogada num passo de blefe. Espere desafios e dificuldades no caminho do discernimento, mas não se engane achando que é um caminho impossível e ruim. Difícil é só difícil, não é ruim. Deus é gracioso e Se revela para os que O buscam (Provérbios 2.1-5). É um caminho difícil, mas cheio de vida.


4. Ignorância Pecamos porque não conhecemos as Escrituras (Mateus 22.29). A preguiça em crescer em discernimento perpetua a ignorância acerca da vontade de Deus. Então, ficamos confusos diante de tanto barulho ao nosso redor. Nos vemos sem ação diante de decisões que precisam ser tomadas acerca do bem e do mal. O resultado natural é decidirmos de acordo com o senso comum de um mundo caído. Desastre. Cristãos desconhecem o padrão de Deus acerca do mundo ao seu redor e passam a absorver valores e práticas que sutilmente entram por diversos meios: TV, mídia social, amizades, entretenimento em geral, etc. Você conhece a vontade de Deus revelada para filtrar a realidade ao seu redor?


5. Razão Esse inimigo é o mais sutil. Ele é disfarçado de certeza e, muitas vezes, até de piedade. Mas a razão pessoal traz uma armadilha perigosa para o discernimento cristão. Não existe aspecto humano que não tenha sido afetado pelo pecado. A razão humana não é uma exceção. Pensamos influenciados por sentimentos desgovernados e paixões desenfreadas. Não confie em seu próprio entendimento (Provérbios 3.5-8). Ainda que se proponha a ser objetiva, a razão humana é passível de erro. A fonte absoluta de verdade é externa ao homem e vem do alto (Tiago 3.17). Não podemos confiar no que sentimos, desejamos nem pensamos. Tudo precisa do crivo excelente da Palavra de Deus.


Lutando contra os inimigos do discernimento


Diante disso, algumas estratégias na batalha pelo discernimento:

  1. Arrependa-se de paixões desenfreadas que levam você para longe do Senhor. Quais são seus desejos intensos que lhe impedem de crescer em discernimento? Quais são os desejos que seduzem suas emoções para longe do Senhor? O assunto é sério: "O que desvia os ouvidos de ouvir a lei, até a sua oração será abominável" (Provérbios 28.9).

  2. Vigie seus sentimentos. Emoções são bênçãos do Senhor, mas são péssimos critérios para discernir o bem do mal. Submeta seus sentimentos à revelação da Palavra de Deus com fé. O que lhe guia não deve ser "o que é bonitinho" ou "o que é legal", mas o que é verdadeiro.

  3. Arrependa-se de uma vida marcada pelo comodismo espiritual. O Senhor é o melhor tesouro. Prepare-se para suar a camisa no caminho do discernimento. De forma última, a preguiça revela incredulidade sobre a bondade do Senhor, Ele é melhor que o seu comodismo.

  4. Estude a Palavra de Deus. A Verdade liberta. Ela liberta porque ela é uma Pessoa, um Salvador (João 14.6). A Verdade liberta do engano e da mentira. Estude. Conheça. Viva a verdade. "Os homens maus não entendem o que é justo, mas os que buscam o Senhor entendem tudo" (Provérbios 28.5).

  5. Não confie em você mesmo. Mas busque Aquele que conhece todas as coisas e morreu por você.

Em suma, é no temor do Senhor que estaremos seguros, discernindo o certo do errado, verdade da mentira, para não cair no mal (Provérbios 28.14).


Editorial do Pr.Alexandre "Sacha" Mendes



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