Um novo ano começa e o número de resoluções aumenta, especialmente depois de um ano tão atípico e difícil como foi o de 2020. Entrar em forma, ler toda a Bíblia, memorizar mais da Palavra de Deus, aprender uma nova língua, entre tantas outras coisas. A verdade é que a maioria dessas novas resoluções de ano novo são rapidamente abandonadas e entrarão na lista de resoluções do ano subsequente. Uma das principais razões para que isso aconteça são os nossos pecados escondidos, aqueles que normalmente não damos muita atenção, mas que roubam nossa vitalidade espiritual e nos impedem de dar passos em direção a Cristo. É por isso que nos primeiros dois meses de 2021abordaremos o tema “ladrões de vitalidade”.
Neste primeiro editorial, os pecados de insatisfação e ingratidão serão expostos. Estes pecados parecem ser mais aceitáveis atualmente na igreja porque temos “comprado” da nossa cultura que qualquer tipo de ambição é saudável. Muitos têm vivido vidas cristãs cheias de insatisfação e ingratidão porque transformam meros desejos em necessidades, chamando assim sua ambição egoísta de ambição santa, quando na verdade ela não é. O apóstolo Paulo e a igreja de Filipos têm muito a nos ensinar sobre este assunto. No final da carta aos Filipenses, Paulo escreve:
“Alegrei-me, sobremaneira, no Senhor porque, agora, uma vez mais,
renovastes a meu favor o vosso cuidado; o qual também já tínheis antes,
mas vos faltava oportunidade. Digo isto, não por causa da pobreza,
porque aprendi a viver contente em toda e qualquer situação.
Tanto sei estar humilhado como também ser honrado; de tudo e em todas as circunstâncias,
já tenho experiência, tanto de fartura como de fome; assim de abundância como de escassez; tudo posso naquele que me fortalece. Todavia, fizestes bem,
associando-vos na minha tribulação.”
(Filipenses 4.10–14 — ênfase do autor)
Aprenda o contentamento
Uma das coisas mais fascinantes que Paulo diz nesta passagem é que ele aprendeu “a viver contente” — em outras palavras, ele aprendeu o contentamento. Por vezes, pensamos que o crescimento na vida cristã é feito de grandes saltos. Porém, o uso do verbo aprender enfatiza um processo que demanda tempo. Não somente isso, o apóstolo aprende contentamento “em toda e qualquer situação”. Isso significa que as diversas circunstâncias que Paulo experimentou foram o expediente pelo qual ele aprendeu o contentamento. Portanto, aprender estar contente envolve não somente tempo, mas também muita dedicação e esforço.
Assim como Paulo, nós também podemos aprender o contentamento nas diversas circunstâncias que experimentamos, especialmente naquelas que somos tentados à insatisfação. Se olharmos para o espectro amplo das circunstâncias de Paulo veremos uma importante característica deste contentamento: ele suporta e supera toda e qualquer circunstância. Como? O apóstolo revela o segredo ao concluir em Filipenses 4.13: “tudo posso naquele que me fortalece.” Muitos usam este versículo fora de contexto, mas está claro que ele mostra que o segredo para suportar toda e qualquer circunstância é o poder incrível do Senhor Jesus Cristo!
Seja alegre e grato no Senhor
Nesta passagem, os temas de contentamento, alegria e gratidão se sobrepõem. O apóstolo Paulo acaba de receber uma oferta da igreja de Filipos e se alegra profundamente com isto. Porém, ele ensina aos Filipenses que não está grato e feliz com a oferta porque supriu sua necessidade simplesmente, mas porque aprendeu o contentamento em toda e qualquer situação. Isso significa que, em algum grau, o contentamento que sentimos por pertencermos e estarmos unidos ao Senhor Jesus Cristo em Sua morte e ressurreição é o que torna possível nos alegramos e sermos gratos em nossas circunstâncias diversas!
Observe também que esta alegria não é nas circunstâncias, mas no Senhor. Esta informação nos ajuda a imitarmos Paulo, pois a sua fonte última de alegria, contentamento e gratidão não é uma oferta vinda de uma igreja amada enquanto ele enfrenta o sofrimento da prisão em Roma, por mais que isso tenha suprido as suas necessidades (Filipenses 2.25; 4.18). Ele se alegra, sim, no presente vindo desta igreja amada, porém sua gratidão e alegria finais estão no Senhor. Em outras palavras, Paulo atribui o dom ao Doador, que é o Senhor Jesus Cristo.
Neste ano que se inicia, devemos permanecer firmes em nossas resoluções e deixar os pecados da insatisfação e ingratidão morrerem. Que possamos perseguir diariamente e diligentemente o nosso alvo de crescermos em contentamento e gratidão por meio do nosso Senhor Jesus Cristo.
Editorial de Leo Cordeiro
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