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Marcas do discípulo: Humildade

Atualizado: 26 de nov. de 2020

Quando se pensa na característica fundamental de um discípulo de Jesus Cristo, a humildade tende a não ser a primeira da lista. A cultura em que vivemos no século 21 tem influenciado as igrejas a ignorarem o chamado cristão de perseguir a humildade. Em meio a um mundo frenético, traços de caráter mais suaves, como humildade, muitas vezes são ignorados, ou mesmo consideradas expectativas irreais na agitação do dia a dia.


A verdade, porém, é que a Palavra de Deus coloca a humildade como uma característica fundamental do cristão. Se alguém é discípulo de Jesus Cristo, este deve imitar o Mestre, que descreve a Si mesmo como “manso e humilde de coração” (Mateus 11.29). Neste sentido, segue uma lista de três fatos sobre a humildade que os discípulos de Jesus Cristo devem considerar:


A humildade não é opcional para o cristão


“Rogo-vos, pois, eu, o prisioneiro no Senhor, que andeis de modo digno da vocação a que fostes chamados, com toda a humildade e mansidão, com longanimidade,

suportando-vos uns aos outros em amor.”

(Efésios 4.1, 2 — ênfase do autor)


Nesta passagem, o apóstolo Paulo descreve para nós como devemos viver no nosso dia a dia. O termo andar traz, neste contexto, justamente a ideia de viver a vida cotidiana normal. À medida que Paulo expande o significado de andar de modo digno, a primeira coisa que ele menciona é a humildade. Pense no que isso significa: ao dirigir meu carro, ao interagir com meu cônjuge ou filhos, ou com meus colegas de trabalho, ou com o balconista do supermercado, devo fazer tudo isso com humildade.


A humildade produz exaltação no momento certo


“No trato de uns com os outros, cingi-vos todos de humildade,

porque Deus resiste aos soberbos, contudo, aos humildes concede a sua graça

Humilhai-vos, portanto, sob a poderosa mão de Deus, para que ele,

em tempo oportuno, vos exalte.”

(1 Pedro 5.5b, 6. – ênfase do autor)


O apóstolo Pedro também ordena aos discípulos se revestirem de humildade. Isto é, a humildade deve fazer parte de nós tanto quanto as roupas que vestimos. Não pensaríamos em aparecer diante de outras pessoas sem nossas roupas, e não devemos pensar em aparecer diante de outras pessoas sem deliberadamente nos revestirmos de uma atitude de humildade.


Mas o apóstolo Pedro não para aqui. Depois de nos exortar a nos revestirmos de humildade, ele nos dá a razão pela qual devemos ter esta atitude. A razão está fundamentada em Provérbios 3.34, e se refere ao fato de que Deus concede graça aos humildes. A palavra graça é frequentemente usada como sinônimo do poder de Deus (2 Timóteo 2.1; 2 Coríntios 12.9) e esse é o seu significado aqui. Uma atitude de humildade é completamente contrária aos valores do mundo, mas também contrária à nossa própria natureza pecaminosa. Portanto, precisamos da graça de Deus — ou seja, de Sua capacitação fornecida pelo Espírito — para nos revestirmos de uma atitude de humildade ao encontrarmos pessoas e situações diferentes ao longo do dia. E Deus nos promete que suprirá essa graça, se buscarmos andar em humildade.


Finalmente, o apóstolo Pedro conclui seu pensamento ao fornecer o resultado de nos revestirmos de uma atitude de humildade. A promessa de 1 Pedro 5.6 é que, no momento certo, Deus nos exaltará. Qual será a forma dessa exaltação, bem como seu momento adequado, é deixado indeterminado porque pode vir de muitas maneiras e em vários momentos. Só Deus conhece o momento adequado e a expressão desta exaltação, que pode não acontecer nesta vida, mas virá — porque Deus, que não pode mentir, prometeu.


A humildade produz atenção e cuidado do próprio Deus


“Porque assim diz o Alto, o Sublime, que habita a eternidade, o qual tem o nome de Santo: Habito no alto e santo lugar, mas habito também com o contrito e abatido de espírito,

para vivificar o espírito dos abatidos e vivificar o coração dos contritos.”

(Isaías 57.15 — ênfase do autor)


Esta passagem é fascinante. Note primeiramente a descrição que Deus faz de Si mesmo. Ele é Alto e Exaltado, e Seu nome é Santo. Esta passagem é um reflexo de Isaías 6.1–7, onde Isaías, em uma visão, vê Deus tão alto e elevado, e ouve os serafins clamarem: “Santo, santo, santo é o SENHOR dos Exércitos.” Como resultado de ver Deus em Sua glória magnífica, Isaías ficou totalmente arrasado. Contudo, em Isaías 57.15, este mesmo Ser infinitamente Santo e Exaltado promete habitar com aqueles que são de espírito contrito e humilde, e reavivar seus corações.


Nesse contexto, habitar com alguém é entrar em uma relação íntima com essa pessoa. E vivificar aqui significa encorajar a pessoa. Esta é uma promessa fantástica para viver uma vida de humildade! Caminhar em humildade às vezes envolve um sentimento de vergonha ou mesmo humilhação. Ao aceitarmos humildemente essas situações, Deus promete habitar conosco e nos encorajar.


Portanto, o discípulo deve ser alguém humilde, que coloca os outros à sua frente e que busca viver para a glória de Deus e não a sua. Enquanto ele andar em humildade, sabe que receberá a graça de Deus para perseverar e será exaltado por Ele em tempo oportuno. A humildade é tão importante para o discípulo que até mesmo Aquele que habita no lugar mais alto e exaltado promete dar atenção e cuidado diários.


Editorial de Leonardo Cordeiro


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