“Agora, Senhor, podes despedir em paz o teu servo, segundo a tua palavra; porque os meus olhos já viram a tua salvação.”
(Lucas 2.29, 30)
Como você se sente quando o final do ano vai chegando? O que passa pela sua cabeça quando os shoppings começam a ficar enfeitados, as músicas começam a ter sinos, os grupos começam a fazer confraternizações e dizeres de “paz, amor e alegria” se banalizam? Parece que nesta época tudo ao nosso redor quer moldar nossa expectativa para que fiquemos empolgados com o clima de Natal. Porém, sem perceber, nos deixamos ser levados a festejar um Natal que não se parece nem um pouco com aquele primeiro Natal. Naquela época, a expectativa do povo judeu não era uma noite feliz com a família, ou celebrações com amigos, muito menos casas enfeitadas. A expectativa era a redenção que viria com o prometido Messias. O cântico de Simeão e o louvor da profetisa Ana em Lucas 2.25-38 mostram a reação sincera do povo de Deus ao primeiro Natal e nos instruem a cultivarmos sentimentos saudáveis nesta época do ano.
Expectativa pela salvação
Simeão e Ana se encheram de alegria ao descobrirem que Deus havia se lembrado de seu povo ao trazer a salvação que tanto esperavam (vv. 30, 38). Você consegue se lembrar do dia em que Cristo te salvou? Qual foi a transformação que Ele fez na sua vida? Essa foi a mesma alegria que eles sentiram naquele dia. Que a chegada do Natal nos lembre mais uma vez que fomos resgatados do nosso pecado e trazidos para a sua maravilhosa luz (1 Pedro 2.9).
Gratidão pela revelação
A alegria de ambos não era somente pela existência da salvação, mas também pelo fato deles terem sido agraciados em saber que a salvação havia chegado. Nós, cristãos da atualidade, somos muito mais agraciados por recebermos a revelação de Deus em sua totalidade por meio da Bíblia, de forma que a história do Natal nos aparece bem clara em seu contexto. Que a chegada do Natal também nos lembre que Cristo foi a revelação final de Deus que nos permitiu compreender a totalidade da sua vontade (Hebreus 1.1, 2).
Reconhecimento da missão
Em sua fala (Lucas 2.30-32, 34, 35), Simeão mostra que não vê em Jesus apenas um bebezinho indefeso nos braços de sua mãe: ele vê que o propósito do nascimento de Jesus era a sua morte. Quando você pensa no Natal, você se lembra da páscoa? Você associa o advento de Cristo à sua missão de libertar pecadores da escravidão dos seus pecados? Certamente Ana também entendeu isso, pois vemos sua atitude de anunciar as boas novas às pessoas em Jerusalém. Se a nossa reflexão do Natal terminar no bebê na manjedoura, estamos perdendo o ponto principal da missão de Cristo que é a nossa redenção por meio da sua morte.
Realmente, sabemos que o clima do Natal de hoje em dia não é marcado por esses pontos. Cada dia mais as pessoas tentam dar uma roupagem “nobre” aos sentimentos natalinos (“é tempo de se estar com a família, de compartilhar o que se tem, de rever amigos distantes, de se alegrar e cantar, de viver em paz, etc.”), mas nada disso está representando o verdadeiro Natal. Até mesmo alguns chavões cristãos do Natal se tornaram vazios em retratar a importância da vinda de Cristo. Dessa forma, precisamos urgentemente acordar para a realidade de que o Natal significa que Deus proveu uma solução para o principal problema do homem: o pecado. E o segredo para termos essa mesma visão de Simeão e Ana em relação ao Natal está em termos a mesma atitude dos dois nos demais dias do ano, isso é, ter uma vida marcada pela piedade e devoção a Deus (Lucas 2.25-27, 36, 37).
Editorial de Tássio Côrtes Cavalcante
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