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Não espere o Domingo chegar para adorar

Atualizado: 26 de out. de 2018

O que vem a sua mente quando falamos de adoração? Todos reunidos na igreja cantando, louvando, orando, ouvindo a pregação, e cultivando a comunhão com os irmãos? Se é apenas isto, ou algo parecido, que vem a sua mente quando se trata de adoração, pode-se dizer que você está alinhado com uma visão muito pragmática e estreita da Adoração Verdadeira. Não há uma lista de itens a serem cumpridos que possa fazer de você um verdadeiro adorador. Deus, o Pai, busca adoradores que o adorem em espírito e em verdade (João 4.23). Desta forma, não há uma lista de coisas a serem feitas, mas “tudo quanto fizerdes, quer por palavras, quer por ações, fazei em nome do Senhor Jesus, dando graças por ele a Deus Pai.” (Colossenses 3.17)


O termo “adorar” no Antigo Testamento significa render-se, prostrar-se. Adorar envolvia seguir os procedimentos de ofertas, sacrifícios, festas, comidas e dias. Muitos chegaram à fé por entenderem a maldição que a Lei trazia sobre nós (Deuteronômio 31.26), e esperavam a Salvação (Gênesis 49.18). Porém a grande maioria do povo adorava com o foco em si mesmo. Não entendiam que a Lei era a sombra do que haveria de se manifestar (Colossenses 2.17). Por isso permaneciam na adoração localizada e exteriorizada. Você já se perguntou por que somos tendenciosos em nos alinhar com este padrão de adoração mecânica e funcional da letra?


Deus não queria uma adoração automática e distraída. Deus disse: “Se diligentemente ouvires a minha voz e guardares a minha aliança, então, (...) vós me sereis reino de sacerdotes e nação santa.” (Êxodo 19.5) Deus quer se relacionar conosco desde sempre. Um reino de sacerdotes é um reino de homens consagrados, que tem acesso direto a Deus, pois era essa a prerrogativa de um sacerdote (Hebreus 5.1-3). Desde o início, Deus queria adoradores que o adorassem no coração, em espírito e em verdade. No entanto, o povo responde a Moisés e a Deus, “Fala tu mesmo conosco, e ouviremos, mas não fale Deus conosco, senão morreremos.” A visão que eles tiveram de Deus era aterrorizante, tanto que o próprio Moisés tremia (Hebreus 12.21). Deus os pôs a prova para que O temessem. O propósito de Deus era que todo aquele povo soubesse quem Ele é, e por meio do conhecimento de quem Deus era, eles não viessem a desagradá-lo e pecar (Êxodo 20.20). Imagine Deus se manifestando assim a cada ajuntamento de domingo. Você voltaria toda semana?


O coração obstinado pelo pecado e a dura cerviz do povo libertado os impedia de se envolverem com a Santidade de Deus (Isaías 48.4). A tríade dos atributos mais aterrorizantes de Deus é sua Onipresença, Onipotência e Onisciência. Ninguém pode se esconder de Deus, o Senhor (Salmo 139). Talvez esta seja a verdade que mais aterroriza e assombra a vida de um pecador. Deus sabe tudo que se passa em nossas mentes. Ele conhece o nosso coração.


Mas Deus louvou a sua Glória e Jesus encarnou. O Salvador nos tornou definitivamente uma Nação Santa. Possibilitou o cancelamento total dos nossos pecados diante de Deus, nos fazendo assim, um Reino de sacerdotes.


Por que, então, nós ainda apostamos nos aspectos exteriores e litúrgicos da adoração de um ajuntamento? Vamos anular a obra de Cristo permanecendo obstinados, como os sacerdotes desleais dos tempos de Malaquias? Continuaremos oferecendo sacrifícios indignos?


Jesus disse em Mateus 12.6, “aqui está quem é maior que o templo.” Cristo era e é o cumprimento daquilo que o templo figurava. Expulsou os cambistas do templo (Marcos 11.17) e disse, “Minha casa será chamada casa de oração para todas as nações.” Orou ao Pai para que Ele nos desse um outro Consolador, o Espírito Santo (João 14.16). E finalmente, Deus glorificou o Filho e o Filho glorificou o Pai para que a Alegria deles fosse a nossa Alegria, pois só a Glória, o Louvor e a Alegria deles são completos e perfeitos (João 17.13). Assim, Jesus nos abriu o caminho para entrarmos confiadamente no trono da graça de Deus (Hebreus 4.16), com uma Adoração dirigida pelo próprio Espírito Santo de Deus, que testifica em nosso coração que somos filhos dEle (Romanos 8.16).


Somos tendenciosos em nos alinhar a visão farisaica de adoração porque o nosso coração é enganoso e desesperadamente corrupto (Jeremias 17.9). Não enxergamos nosso pecado e por isso a Verdade não está em nós (1 João 1.8). Não podemos mais manipular a obra de Deus em Cristo, nem minimizar a consumação da obra que Jesus Cristo operou, nem direcionar nossa experiência do pleno conhecimento do Filho de Deus pela automatização exterior e barata da adoração. A Adoração Verdadeira começa internamente, quando apresentamos os nossos corpos como sacrifício vivo, santo e agradável a Deus, a nossa adoração racional. Não tomando a forma do sistema do mundo, mas nos transformando pela renovação da nossa mente (Romanos 12.1-2). Ouvidos, olhos, mãos, pés, boca, todo nosso ser, vivo, separado de qualquer corrupção, e agradável a Deus. Como diz John Piper, Deus totalmente glorificado em nós, pela satisfação (alegria, prazer, deleite, regozijo, contentamento) total no SENHOR.


Seja você o culto de adoração a Deus e não apenas vá para o ajuntamento dos justos aperfeiçoados. Aproxime-se ao Monte Sião, à cidade do Deus vivo, à Jerusalém celestial (Hebreus 12.22). Apresente agora um sacrifício de louvor e boas obras a Deus (Hebreus 13.15-16/Colossenses 3.16). Sirva a Deus no seu espírito e no evangelho do Filho (Romanos 1.9). Adore a Deus em espírito (Filipenses 3.3). Contribua para o ministério como um aroma suave (Filipenses 4.18). Seja parte do corpo de Cristo, que é o Novo Templo, “Sois edificados Casa Espiritual” (1 Pedro 2.5). Seja a habitação de Deus no Espírito (Efésios 2.21-22), o Santuário do Deus Vivente (2 Coríntios 6.16). Glorifique a Deus, seja a imagem e semelhança Dele, honre a Deus, aí onde você está agora! Não espere para fazer isso só no domingo.


Editorial de Kleber Gonçalves



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