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O preconceito que negligenciamos

Atualizado: 19 de set. de 2018

A epístola de Tiago nos mostra que desde o início da igreja já se observava preconceito por parte dos cristãos. Apesar de a situação exemplificada na carta ser apenas a do favorecimento de ricos em detrimento dos pobres, o ensino do apóstolo é abrangente e pode ser resumido em:


“Se vocês de fato obedecerem à lei do Reino encontrada na Escritura que diz: Ame o seu próximo como a si mesmo, estarão agindo corretamente.

Mas, se tratarem os outros com parcialidade, estarão cometendo pecado

 e serão condenados pela Lei como transgressores.”

(Tiago 2.8,9)


Dessa forma, o preconceito está ligado com um agir parcial em relação a um irmão devido a uma categorização escolhida. Muitas vezes, entendemos que não somos preconceituosos por restringirmos nossa definição de preconceito. Porém, se pensarmos em termos de parcialidade relacional, certamente perceberemos um preconceito velado em nosso coração.


Tipicamente, o preconceito no nosso contexto se desenvolve de duas formas: quando achamos alguém inferior a nós ou quando achamos que alguém se acha superior a nós. O primeiro caso é o que normalmente consideramos preconceito, porém o segundo também resulta em tratar os outros com parcialidade (após os categorizarmos como “metidos”), o que é igualmente pecado. Vamos então abordar mais detalhadamente o segundo (quando achamos que alguém se acha superior a nós). Para isso, convido você a ver algumas considerações que Tiago faz.


1. Tiago 4.1-3: De onde vem o problema?

Se você está tendo um problema de relacionamento com alguém nessa área, confesse que ele procede dos “prazeres que guerreiam dentro de você” (Tiago 4.1-3). É natural da natureza pecaminosa não querer se sentir inferior, então quando alguém te faz se sentir assim (intencionalmente ou não), a reação de defesa é atacar a outra pessoa (taxá-la como metida) e evitar que tal circunstância se repita (evitar o relacionamento).


2. Tiago 4.11,12: Julgar uns aos outros.

Devido ao item 1, muitas vezes seremos muito rápido em julgar uma atitude de outra pessoa como uma ofensa. Portanto, considere que seu julgamento possa estar errado.


3. Tiago 3.13-18: Quem é humilde e quem é orgulhoso?

Uma forma de o item 2 ficar mais claro é você entender melhor o que a Bíblia define como “metideza” (procure por orgulho) e como humildade. Vários livros falam disso, e esse trecho de Tiago aborda um pouco do assunto. Procure traços bíblicos na pessoa que mostre sua humildade (vontade de servir, vida honrada, disposição a abrir mão, misericórdia) e não traços subjetivos que você criou na sua cabeça como sendo sinônimo de humildade. Aproveite e procure traços bíblicos de orgulho em você (inveja, amargura, egoísmo, não estar disposto a abrir mão, ira, etc.) e isso facilitará a você ver a humildade do outro.


4. Tiago 3.1-12: A questão da língua.

Geralmente, quando temos um problema com outra pessoa, temos dificuldade de guardar isso só para nós. Por isso, cuidado com a maledicência.


5. Tiago 5.1-11: Tenha paciência.

Caso você avalie e, realmente, o comportamento da outra pessoa em questão seja ímpio; você ainda não está autorizado a pecar. Tenha paciência, porque Jesus está voltando e trará justiça.


6. Tiago 5.13-20: Foco na restauração.

Em todos os conflitos de relacionamento que temos, o nosso foco deve ser na restauração das partes (uma com a outra e com Deus). Não negligencie a oração e a exortação (se a pessoa pecou, você precisa confrontá-la). Tratar problemas biblicamente pode ser trabalhoso, mas é a forma que Deus abençoa.


Editorial de Tássio Côrtes Cavalcante




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