As grandes empresas e negócios da atualidade têm se sustentado cada vez mais ao criar necessidades nas pessoas que “precisam” ser supridas pelo produto ofertado. É necessário cada vez mais convencer o consumidor de que ele precisa daquilo que está sendo ofertado. Vivemos, portanto em uma geração de pessoas constantemente insatisfeitas com sua situação material, sempre precisando adquirir “algo mais”. Porém, é importante ressaltar que isso não é exclusivo do ramo material. Apesar de esta ser a área mais denunciada (até mesmo por pensadores seculares), existem outras fontes de insatisfação na atualidade, que são um dificultador para sermos contentes e gratos a Deus.
Bandeiras sociais humanistas
Escolha a sua: gênero, etnia, raça, classe social, meio ambiente, etc. Hoje o mundo “politizado” tem diversas bandeiras para te oferecer e cada uma delas te dá uma lista de motivos para você ficar insatisfeito. Se por um lado essas lutas prometem (e às vezes trazem) a felicidade do progresso social, por outro entregam um descontentamento crescente com o status quo (ou seja, baseado em circunstâncias). Se nossa causa é a de Cristo, nossa vitória é certa e, portanto, nos leva ao contentamento e gratidão (2 Coríntios 4.7-18). Porém, a realidade é que a maioria das bandeiras que vemos hoje não tem sua ideologia baseada na Palavra de Deus e sim em filosofias e sabedoria humanas (1 Coríntios 3.18-20), que tentam dar soluções aos problemas do homem fora da Palavra, o que leva seus seguidores à amargura e descontentamento (Provérbios 1.22-27). Portanto, julgue: minha bandeira realmente defende a causa de Cristo e do Evangelho ou simplesmente um desejo do meu coração?
Nossa Constituição Cidadã
A nossa última Constituição conferiu direitos que melhoraram a qualidade de vida das pessoas. No entanto, novamente, alguns aspectos dessas leis não vêm de princípios da Palavra de Deus, que, sabemos, é autoridade eficaz para lidar com os problemas do ser humano (2 Timóteo 3.16,17, Hebreus 4.12), porque ela revela o problema real e mostra a solução. Porém, o objetivo da Lei de Deus é a santidade e não a suposta qualidade de vida que a lei humana promete. Por isso, por conveniência, somos tentados a depender mais da segurança da lei humana do que da de Deus e a abusar dela, querendo direitos tecnicamente legais, mas que não refletem o caráter de Deus (a exemplo dos fariseus – Mateus 12.11; 15.3-6,16-20; 23.13-36). Por exemplo, podemos ser protegidos na nossa preguiça por algumas leis trabalhistas; na nossa negligência com nossos pais por algumas leis previdenciárias e no nosso consumismo por algumas leis de defesa do consumidor. Esse contexto abre brecha para o descontentamento, pois a existência de um direito escrito, mesmo que não tenha base bíblica, desperta em nós a necessidade de tê-lo e nos deixa descontentes caso esse suposto direito seja violado ou mudado. Portanto, julgue: tenho corrido atrás de direitos que refletem o caráter de Deus ou desejos do meu coração?
A cultura anticristã
A nossa cultura, dominada por elementos humanistas e antropocêntricos, tem sido uma arma potente para a criação de insatisfação. Livros e programas de TV nos mostram como é a vida “perfeita”, seja nos diversos níveis de relacionamento, trabalho ou no entretenimento; e tudo isso nos leva a querer ter a mesma experiência. Quando a nossa vida não consegue refletir a mesma da ficção, ficamos desapontados. Novamente, a nossa cultura geralmente não reflete os princípios bíblicos e não devemos ficar nutrindo expectativas de que nossa vida siga o mesmo rumo (Romanos 12.2). Portanto, julgue: meu estilo de vida reflete o caráter de Deus ou os padrões atraentes mas deturpados da cultura que eu consumo?
Juntamente com esses pontos há outras fontes de descontentamento na nossa sociedade usando a mesma fórmula: despertar a cobiça do coração humano (que já está lá). A estratégia de Satanás não mudou desde o jardim, ou seja, questionar a palavra de Deus, trazer descontentamento em relação às bênçãos de Deus e nos oferecer as alternativas idólatras (Gênesis 3.1-6; 1 João 2.15-17). Isso vem do fato de que a verdadeira fonte do descontentamento é o coração do homem (Tiago 4.1-4) que apenas é atiçado por essas circunstâncias. Portanto, o combate contra o descontentamento não vem da mudança de circunstâncias e sim de se guardar o coração (Salmo 119.33-40; Provérbios 4.23).
Editorial de Tássio Côrtes Cavalcante
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