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Ore por poder

Atualizado: 19 de set. de 2018

A maior parte das pessoas, quando perguntadas sobre manifestações do poder de Deus busca no Antigo Testamento suas principais referências, especialmente pela quantidade de relatos sobre grandes obras sobrenaturais de Deus. Jeremias, vendo Jerusalém sitiada pelos Babilônios e atônito por Deus ter ordenado a compra de um terreno mesmo nessa situação crítica, começa sua oração exaltando o poder de Deus da seguinte maneira:


“Ah! Soberano Senhor, tu fizeste os céus e a terra pelo teu grande poder e por teu braço estendido. Nada é difícil demais para ti.“

 (Jeremias 32.17)


Ele reconhece que a criação em si já é uma das maiores exposições do poder de Deus. Sua oração continua nesses termos; nos versículos seguintes ele ressalta os feitos poderosos do Senhor, que incluíam os sinais e maravilhas no Egito, a saída do povo e a conquista da terra prometida. Jeremias tinha total consciência do poder do Senhor e sabia que nada poderia resistir à sua vontade, mas mesmo assim precisou ouvir de Deus que ele teria que confiar na Sua palavra de que o povo voltaria para a terra prometida, sendo aquele comprovante de compra do terreno que ele segurava em suas mãos um sinal dessa promessa.



No Novo Testamento, usualmente nos voltamos para o poder de Deus manifestado nos milagres que Jesus fez, na transfiguração e, principalmente, na ressurreição. Por um período de tempo, enquanto os apóstolos eram vivos, a igreja ainda convivia com esse tipo de manifestação, seja com curas realizadas pelos apóstolos em situações específicas, seja em eventos isolados como a saída de Pedro da prisão em Atos 12. Lemos todas essas narrativas com admiração no coração, naturalmente clamando “Pai, quero ver esse teu poder na minha vida também!“. Quão grande a nossa surpresa quando vemos Paulo falar, em Efésios 1.20, que esse mesmo poder que ressuscitou Cristo dentre os mortos age em nós! O poder de Deus está disponível a todos os cristãos! Porém, nunca vemos uma demonstração desse poder sem um objetivo nas Escrituras. Olhando para Colossenses 1.9-12, podemos aprender um pouco mais de como o poder de Deus se aplica em nossas vidas:


“Viver de maneira digna do Senhor e, assim, agradá-lo em tudo”, seguindo o exemplo de Jesus, é o objetivo final do cristão nessa vida. O problema é que não conseguimos fazer isso pelas nossas próprias forças. O próprio apóstolo Paulo demonstra, em sua síntese da condição humana em Romanos 3, a total incapacidade do homem em cumprir essa ordenança. Com isso em mente, a oração de Paulo é que o poder de Deus atue nos cristãos de Colossos e que os leve a uma mudança de natureza, que lhes dê o poder de agradar a Deus vivendo uma vida santa a partir dali.


“Frutificar em toda boa obra e crescer no conhecimento de Deus” é a maneira visível e prática em que isso ocorre. Paulo já havia mencionado que os cristãos daquela igreja tinham o conhecimento do evangelho e os frutos disso eram vistos pelo amor que tinham uns pelos outros nos primeiros versículos da carta. Mesmo assim, a vida cristã pressupõe constante crescimento no conhecimento de Deus e consequente multiplicação dos seus frutos, o que faz parte da santificação progressiva. Não existe uma posição confortável quando se fala do quanto conhecemos a Deus e o quanto podemos frutificar como cristãos na nossa igreja; um Deus infinito não pode ser totalmente conhecido num período finito de tempo. Mais que isso, um Deus infinito não pode ser conhecido por seres finitos, a não ser que Ele mesmo se faça conhecer.


“Perseverança e paciência... com alegria!” Quanto poder precisamos para passar por provações, quando parece que não conseguimos fazer nada diante de alguma situação? Certamente, essa é a hora que mais clamamos por uma ação poderosa de Deus, normalmente em meio a choro e angústia. Mas quanto poder precisamos para passar por elas com paciência e alegria? Aqui está o segredo: todo o poder é necessário, precisamos da força da sua glória! Não existe entendimento de que todas as coisas cooperam para o nosso bem quando não entendemos que precisamos do poder de Deus para passar por tudo. Só com esse poder conseguimos perseverar nessas situações com alegria.


“A herança dos santos no reino da luz” é o motivo da alegria do versículo anterior. Nossa alegria não deve estar firmada na nossa situação presente, mas totalmente na nossa situação futura, por isso damos graças e podemos ficar firmes em qualquer ocasião. Se estaremos por toda eternidade com Cristo, desfrutando de sua presença, o que pode abalar a nossa alegria? E sabe quem garante essa promessa? O próprio Deus. O mesmo poder que criou o universo, que fez grandes maravilhas com Israel e que ressuscitou Cristo dentre os mortos é que garante que irá nos guardar da condenação final. Podemos nos unir a Jeremias e louvar os feitos grandiosos de Deus, sabendo do que Ele fará. Melhor que uma escritura de um “terreno celestial”, Ele nos deixou seu próprio Espírito e sua Palavra como garantia disso tudo.


Paulo reconhecia a necessidade do poder de Deus, o mesmo poder criador e ressuscitador para a transformação dos homens em novas criaturas, para a sua santificação e sua glorificação final. Nosso desafio agora é nos juntarmos a ele em oração, clamando por esse poder em nossas vidas diárias para crescermos em conhecimento e boas obras, reconhecendo que não podemos fazer nada sem o poder de Deus. Temos boas novas: ele está disponível!


Editorial de Petrônio Nogueira



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