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Violência, até quando?

Atualizado: 18 de dez. de 2018

Com toda certeza, sabemos que este não é um assunto novo e, sem medo de errar, podemos afirmar que ele já se incorporou em nossa rotina diária. No entanto, por ser uma realidade que ingenuamente imaginamos estar longe de nós, tendemos, muitas vezes, a ignorar a amplitude do seu poder e o estrago que ela poderia nos causar, caso viesse a bater em nossas portas. A verdade é que a violência não escolhe vítimas e continua, em ritmo assustador, a correr o mundo feito rastilho de pólvora, causando destruição, pânico, traumas e, principalmente provocando, até mesmo entre cristãos, o que é mais visível num mundo caído: “o desejo agudo de revidar” que, quando não satisfeito, chega a causar um sofrimento muito maior do que o próprio dano suportado. Da mesma forma como em anos anteriores, em 2015 milhares de pessoas também perderam a vida vítimas de atentados terroristas, acidentes de trânsito, estupros, roubos e vários outros crimes, muitos deles cometidos com requintes de extrema crueldade, como é o caso dos homicídios relacionados com o tráfico de drogas. E o que é pior, a maioria dos mortos é de jovens entre 14 e 30 anos. São dados que revelam a força viva e poderosa do mal a imperar num mundo caótico que tem o inferno como lógica por trás do ser humano corrompido e viciado no pecado.


Na tentativa de solucionar o problema, autoridades políticas nacionais e internacionais, sociólogos, filósofos, especialistas em segurança, há muito procuram justificar a violência que enche a Terra como sendo fruto da intolerância religiosa, do racismo, do preconceito, da má distribuição de renda, da exclusão social, da impunidade, entre outros.


O que se vê, no entanto, é que todo resultado positivo conseguido pela ação do homem se mostrou meramente transitório e serviu, apenas, como paliativo para mascarar sua completa frustração e impotência, frente à questão. Mas, por que suas ações determinam o seu próprio fracasso? Porque o homem fomenta dentro de si a sabedoria que provém do mundo e, por isso, despreza algo que jamais poderia ser desconsiderado:      “… Do coração procedem os maus desígnios, homicídios, adultérios, prostituição, furtos, falsos testemunhos, blasfêmias”. São palavras de Jesus em Mateus 15.19, que nos dão a medida certa e a dimensão exata para compreendermos que a violência não é uma virose passageira, nem, tampouco, apenas um desajuste social ou psicológico. Ela é um mal profundamente enraizado no coração do homem de todos os tempos.


Do mesmo homem de Gênesis 3 que decidiu destronar a Deus e, com o tempo, se viu perdido e desorientado em seu próprio entendimento, buscando encontrar no labirinto de sua alma, uma identidade que pudesse saciar sua fome de transcendência. E de tanto cavar o solo infértil do seu coração, fez minar no recôndito de sua mente o mal supremo da idolatria, que lhe promoveu a juiz de todas as coisas e senhor do seu próprio bem ou mal. Por isso, mergulhado em glória particular para esconder sua condição de refugo do universo, não lhe importa manchar sua consciência com sangue alheio, pois ela já está assepticamente desinfetada de qualquer resíduo de piedade, perdão ou arrependimento.

O fim da violência está ligado aos acontecimentos mais aguardados pelo mundo cristão: A segunda vinda de Jesus Cristo e a ressurreição, tempo em que será estabelecido o Seu reino milenar aqui na Terra, de “onde os perversos serão eliminados” (Provérbios 2.22) e “Ele julgará entre os povos e corrigirá muitas nações; estas converterão as suas espadas em relhas de arados e suas lanças, em podadeiras, uma nação não levantará a espada contra outra nação, nem aprenderão mais a guerra” (Isaías 2.4) e “Nunca mais se ouvirá de violência na tua terra, de desolação ou ruínas, nos teus limites; mas aos teus muros chamarás Salvação, e às tuas portas, Louvor” (Isaías 60.18).


Mas enquanto isso não acontece, como nós cristãos devemos viver em meio a tanta crueldade?


- Vigilantes: porque fomos declarados justos, não inocentes e, portanto, devemos considerar nossa condição humana, sabendo que a violência, como um barril de pólvora, está escondida também em nossos corações, aguardando apenas uma pequenina centelha para promover destruição em nossas vidas.


- Sem Medo e Confiantes no Poder da Cruz: porque sentir-se tentado ao medo é algo bastante comum, em especial quando se fala em violência, mas “Deus não nos tem dado espírito de covardia, mas de poder, de amor e de moderação” (2 Timóteo 1.7) e, à medida que confiamos sinceramente no Poder da Cruz e nos mantemos obedientes às Escrituras, o amor de Deus é aperfeiçoado em nós e é “esse amor que lança fora todo o nosso medo” (1 João 4.18).


- Proclamando incansavelmente o Evangelho: porque anunciar as Boas Novas é uma ordem do Senhor Jesus, não uma opção para nós. E mesmo sabendo que, por isso, seremos hostilizados e sofreremos injustiças, não podemos permitir que nada, nem mesmo a violência, nos torne insípidos ou diminua a nossa luz. Ao contrário, devemos “nos revestir de toda armadura de Deus, cingindo-nos com a verdade, vestindo a couraça da justiça, calçando os pés com a preparação do evangelho da paz, embraçando o escudo da fé, tomando o capacete da salvação e a espada do Espírito” (Efésios 6.13-17) com os afiados gumes da mansidão e humildade para que, exercitando a piedade, possamos provocar sede de esperança em todos os que crerem e fazer brilhar intensamente a luz de Cristo para guiá-los pelo único caminho que conduz à água viva do poço de Jacó, onde jorra abundante a mais pura, verdadeira e tão desejada PAZ DE DEUS.


Amém! Aleluia!


Editorial de Walter Feliciano



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