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A Vida Centrada no Evangelho – Ídolos do Coração (cap. 6)

Quando paramos para pensar em ídolos, quase sempre pensamos em religiões que tem estátuas e coisas para se prostrar diante delas. Porém, acabamos ficando presos a uma coisa muito superficial, e não enxergamos o problema mais a fundo, onde devemos entender que o nosso coração é a maior fábrica de ídolos que existe (Ezequiel 14.1–8).

 

“Filho do homem, estes homens levantaram ídolos dentro de seu coração

e puseram diante de si o tropeço que os leva a cair em iniquidade…”

(Ezequiel 14.3a)

 

"Os ídolos não são apenas estátuas de pedra. São amores, pensamentos, desejos, anseios e expectativas que adoramos em lugar do Deus verdadeiro. São as coisas nas quais investimos nossa identidade; são aquilo em que confiamos. Os ídolos nos levam a desconsiderar nosso Pai celestial em busca daquilo que imaginamos precisar. Nossos ídolos são nossos amores distorcidos: tudo o que amamos mais do que amamos a Deus, as coisas em que confiamos para nossa justificação, para nos tornarmos aceitáveis."¹

 

Nossos pecados visíveis são apenas sintomas de um problema profundo que enfrentamos em nosso coração, na nossa fábrica pessoal de ídolos. Isso como qualquer outro pecado nos leva ao descumprimento do primeiro Mandamento (Êxodo 20.3). Nosso coração idólatra nos leva a não amarmos o nosso Deus. Quando olhamos para Deuteronômio 6.5, o Senhor pede que O amemos de “todo o coração”, e para fazermos isso temos que fechar essa fábrica que opera no mais profundo do nosso coração.

 

“Amarás, pois, o Senhor teu Deus de todo o teu coração,

e de toda a tua alma, e de todas as tuas forças.”

(Deuteronômio 6.5)

 

A chave para fazermos isso está em aprendermos a nos arrepender do pecado que está por trás dos nossos pecados visíveis, ou seja, nos arrepender de nossa idolatria, que está enraizada em nosso coração e que junto com a incredulidade motivam nossos pecados visíveis.

 

O Evangelho é a nossa solução, pois é através dele que alcançamos, nos edificamos e nos firmamos em Jesus Cristo, nosso Salvador. E viver com base nele vai nos levar a vencer a idolatria, pois o Evangelho é o poder de Deus (Romanos 1.16), e é com esse poder que passamos a receber o Senhor Jesus em nossas vidas de forma sincera, nos tornando novas criaturas (2 Coríntio 5.17), e vivendo em fiel obediência e com amor à Palavra de Deus (1 João 2.3–6).

 

Steve Childers dá dois aspectos para a fé que vão nos ajudar a praticar as verdades do Evangelho. O primeiro é que devemos depositar nossos afetos e nosso coração em Cristo, adorando a Cristo e não aos nossos ídolos, não satisfazendo a nossa vontade, mas sim a do Senhor. O segundo é que devemos nos deleitar nos privilégios que agora temos por meio de Cristo. Nossos pecados são perdoados, somos reconciliados com Deus, experimentamos um novo nascimento espiritual, recebemos a vida eterna, passamos a ser filhos e coerdeiros das promessas em Cristo, e recebemos poder para crescer à semelhança do próprio Cristo e crescer no conhecimento íntimo de Deus.

 

Devemos lembrar que o centro da nossa vida é o próprio Cristo. Não podemos esquecer que Ele exige todo o nosso coração (Deuteronômio 6.5). Então, quando criamos e mantemos ídolos, Cristo não está em primeiro lugar no nosso coração.

 

“Enquanto você aprende a ter uma vida centrada no Evangelho, lembre-se de que isso é a essência da caminhada com Jesus. O arrependimento e a fé não são passos no caminho; eles são o caminho. A obra de Deus é crer.”²

 

Lembre-se que apesar das pessoas não conseguirem enxergar o nosso coração, o Senhor o vê perfeitamente.

 

Para lidar com esse pecado, façamos algumas reflexões:

 

  • O que eu tenho amado?

  • No que tenho confiado?

  • E do que tenho medo?

 

Essas perguntas vão nos ajudar a sondar os nossos corações. Pense em chamar alguém para te acompanhar nesse processo. Precisamos de pessoas, precisamos uns dos outros para ver nossos pecados de forma nítida e assim lidarmos com eles honestamente.

 

Editorial de Natalício Queiroz

¹ Fitzpatrick, Elyse. Ídolos do coração: Aprendendo a desejar somente Deus. Vida Nova, 2020.

² Thune, Robert H., and Will Walker. A Vida Centrada no Evangelho. Vida Nova, 2015.

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