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Ansiedade: a vida de Paz

Todos desejamos paz e, certamente, é algo que pessoas ansiosas dificilmente experimentam. As preocupações são muitas, os problemas são muitos. É um ciclo que muitas vezes aparenta ser interminável. Nossos pensamentos invariavelmente são: “Senhor, meus problemas são um fardo que me atrapalham a viver”, “até quando irei sofrer?”, “tento ser uma pessoa de paz, mas a vida só me traz guerras” e “quando o Senhor vai voltar e acabar com meu sofrimento?”. A paz é algo real para os filhos de Deus, precisamos aprender de Cristo como nos apropriarmos dela. No texto anterior foi dado uma pincelada sobre paz, porém neste, vamos tratar deste tema de uma forma mais profunda.


O Salmo 131, foco do nosso texto, faz parte de um conjunto de salmos chamados de “Salmos de Romagem” ou “Cânticos dos Degraus”. Este estilo de Salmo, acreditam os teólogos, era cantado quando o povo de Israel subia para a cidade de Jerusalém para as festas determinadas por Deus, como a Páscoa. O objetivo maior destes Salmos são de lembrar quem é o Senhor, as Suas grandes obras e como nós dependemos dEle.


“Senhor, não é soberbo o meu coração,

nem altivo o meu olhar;

não ando à procura de grandes coisas,

nem de coisas maravilhosas demais para mim.

Pelo contrário, fiz calar e sossegar a minha alma;

como a criança desmamada se aquieta nos braços de sua mãe,

como essa criança é a minha alma para comigo.

  Espera, ó Israel, no Senhor,

desde agora e para sempre.”

A paz real vem de Deus

A história conta que os filósofos estoicos, da época de Paulo, buscavam a paz como todos buscamos. A forma que eles encontraram para alcançar “paz e contentamento” foi por meio da indiferença. Diante dos problemas diziam: “a vida é assim e não me importo com os problemas”. Negar o problema ou fugir dele não irá ajudar e nem resolvê-lo. Eles estavam lidando com os fatos da vida de forma soberba e presunçosa. Estavam inferiorizando o peso do problema e não sendo humildes ao olhar para a adversidade. E, fazer isto não traz paz! Observem o versículo 1 do Salmo, o autor apresenta um coração correto diante de Deus e das adversidades.


O salmista conhece o seu Deus e sabe que pode descansar nEle porque vai encontrar um porto seguro e paz verdadeira. Pensemos nos atributos de Deus, muitos vêm à mente instantaneamente. Mas, paz é um deles? Deus é perfeito e paz é um atributo de seu ser. O Senhor vive em plena paz e contentamento. Tudo está sob seu controle, ele é onisciente e nada ameaça Sua soberania. Somente Ele pode oferecer paz verdadeira (2 Tessalonicenses 3.16). Pois, a “paz” que muitas vezes buscamos, seja por meio de nossa capacidade intelectual, condição financeira, influência, etc., não é nada comparada à que Deus nos oferece por meio da cruz de Cristo.


A paz real é um presente

A paz de Deus é um presente gracioso para aqueles que creem em Jesus Cristo. No versículo 2 do Salmo 131, o escritor usa uma comparação muito apropriada. Ele apresenta a paz de uma criança que está satisfeita, saciada em suas necessidades após um bom tempo junto de sua mãe. Será que esta satisfação em Deus é algo real a nós em nossos afazeres do dia a dia? A paz verdadeira é oferecida a todos nós, mas temos preferido muitas vezes confiar a nós mesmo essa tarefa de prover paz à nossa alma. O autor do Salmo 4 no versículo 8 diz: “Em paz me deito e logo pego no sono, porque, Senhor, só tu me fazes repousar seguro.” Quanta confiança e conhecimento do Senhor nos mostra o salmista ao reconhecer ser Deus a sua paz.


Jesus Cristo em João 14.27 é enfático ao dizer: “...a minha Paz lhes dou; não a dou como o mundo a dá...” O próprio Senhor, diante dos seus discípulos, oferece algo precioso. Não há presente maior para o ansioso do que a paz de Deus! O versículo 2 do Salmo 131 é a experiência real de paz que todos nós devemos viver. Por meio de Jesus podemos lutar contra uma experiência temporária e pobre de paz. E, vivendo nEle, confiadamente teremos paz e descanso em toda e qualquer situação e circunstância.


Paz em todo tempo

Já conheceu alguém que pode “cair o mundo”, que a paz parece reinar constante em sua vida? Talvez exista alguém assim, mas a grande questão é como ser assim. Como a paz pode ser real e constante na minha alma, se minha vida é a pior montanha russa que existe? Como restaurar a paz quando ela parece estar por um fio? Observe o Salmo 42 versículo 11, “Por que está abatida, ó minha alma? Por que te perturbas dentro de mim? Espera em Deus... meu auxilio...” O salmista busca se lembrar da constante presença do Senhor em sua vida. Sua vida é pautada na certeza de que somente em Deus ele pode confiar, pois nEle encontra abrigo e genuína preocupação com seus filhos.


O pecado ainda é uma realidade em nosso coração e muitas vezes será o motivo de nossa ansiedade e falta de paz. Certamente, nossos pecados serão motivo de muitas de nossas dificuldades. Mas, se você entende que Deus usa todas as circunstâncias de nossas vidas, até mesmo os nossos pecados, para nosso progresso em santidade, então poderemos estar em paz. Se você perdeu a paz em sua vida pelo seu pecado, volte-se novamente para Deus, com um coração humilde e arrependido. Confie na obra de Jesus Cristo na cruz, em seu perdão infinito. Retome seu caminho de confiança em Deus, de obediência à sua Palavra e de fé no Senhor Jesus.


Portanto, a paz é Jesus! Só pode vir do Senhor Todo-Poderoso, que não apresenta nenhuma possibilidade de mudança em seu caráter (Tiago 1.17). Pela Sua graça, revelada na obra e pessoa de Jesus, podemos ter paz para nossa alma, em todo tempo. Se tudo parece desabar e a paz desvanece, clame a Deus e confie! Ele não falha!


Sua graça abunda nas profundezas das águas

Sua mão soberana me guiará

Onde meus pés podem falhar e o medo me cercar

O Senhor não falhará e não será agora que irá começar

(Música Oceans/Hillsong; tradução livre)


Editorial de William Rubial



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