“Bem-aventurados os limpos de coração, porque verão a Deus.”
(Mateus 5.8)
Continuando nossa série nas bem-aventuranças, falaremos neste editorial sobre os limpos de coração. Ao descrever o cidadão do Reino de Deus e a Si próprio nessas características, Jesus chega agora em um aspecto relevante com uma bênção especial: ver a Deus. O problema é que ver a Deus parte de se ter um coração. Isso gera a seguinte pergunta: Como serei puro de coração, sabendo quem sou?
Quando falamos sobre a pureza, a Bíblia é muito objetiva. Ao falar sobre o coração, o centro de nossos desejos e de quem somos, Jesus disse: “Porque do coração procedem os maus desígnios, homicídios, adultérios, prostituição, furtos, falsos testemunhos, blasfêmias” (Mateus 15.19). O profeta Jeremias também afirma que o nosso coração é corrupto e enganoso (Jeremias 17.9). Esta realidade do nosso coração deve estar bem clara para nós, trazendo-nos a consciência de que este mal precisa urgentemente de restauração e purificação. No entanto, assim como a Bíblia é clara sobre o nosso problema, Ela também é clara com relação a solução: Aquele que nos chama à pureza é O mesmo que nos purifica pela fé.
Além disso, compreender o coração sob uma perspectiva bíblica é fundamental para compreendermos os nossos pecados e os da sociedade em que estamos inseridos. Enquanto a Bíblia nos ajuda a trilhar um caminho na Verdade, firme e imutável, o mundo se enche de “verdades” que mudam de tempos em tempos e de pessoa para pessoa. A liberdade que o mundo vive com intensidade e intencionalidade, seus pecados, a impureza de seus corações, os levam cada vez mais para longe de Deus, trazendo para si condenação sem fim.
Deus é puro
O nosso Deus é puro, e demanda pureza dos Seus filhos (Efésios 1.4). Os autores bíblicos sempre enfatizaram a santidade por estarem lidando com um Deus puro, santo. O profeta Isaias, no capítulo 6, descreve a cena em que ele é levado à presença de Deus. “Santo, santo, santo” era o que clamavam os Serafins, então ele reconhece os seus pecados e enxerga a sua impureza. Assim deve acontecer conosco também. Servimos ao mesmo Deus de Isaias, que Se importa com nossa pureza. E, para que fossemos purificados, enviou o seu Filho, para nos fazer enxergar o nosso coração, nos trazer perdão e dar nova vida em santidade.
Caminhar em pureza não é tão simples. É uma jornada difícil, de muitas lutas. Se você creu no Senhor, mas sua luta contra o pecado não existe, há algo muito errado. Talvez não tenha entendido a Boa-nova, ou até tenha compreendido, mas ainda não crê que seja verdade. Aqueles que buscam a pureza estão numa guerra consigo e com o mundo. Cansados das lutas, mas sempre com força renovada pela graça do Salvador que os sustentam.
Vida pura
A pureza de coração não deve ser confundida com o cumprimento de regras. Esta era marca dos fariseus na época de Jesus. Eles tinham uma boa aparência, aparentavam ser puros, mas por dentro, um coração orgulhoso de sua posição religiosa. Ao invés disso, devemos amar o Senhor de todo nosso coração e ao próximo mais do que a nós mesmos, não atentando somente na performance, mas na motivação que nos move. Viver um padrão de dualidade como os fariseus viviam é totalmente reprovado por Deus.
Em Tiago 4.8, o autor nos chama a atenção para esta dualidade, detalhe importante se ansiamos pela pureza, e diz: “Chegai-vos a Deus, e ele se chegará a vós outros. Purificai as mãos, pecadores; e vós que sois de ânimo dobre, limpai o coração” (ênfase do autor). Jesus, em Mateus 22.37, disse que devemos amar ao Senhor de todo o nosso coração. Para termos uma vida pura, precisamos amar a Deus com integralidade. Ter a mente dividida entre o mundo e Deus é ter o ânimo dobre, é tentar servir a dois senhores. Façamos um exercício prático de buscar pensar, amar e agir como o Senhor Jesus fez. Agindo assim, o mundo não será tão agradável aos nossos olhos e estaremos firmes, com uma fé sólida para passarmos pelas tribulações até o grande dia.
Enquanto não chega a consumação de todas as coisas, certamente podemos experimentar muito do Senhor já, aqui e agora. Pense bem quanta coisa Deus fez por você e sua família. Quanto Ele tem sido bondoso, provedor e fiel. De muitas maneiras vemos Deus e o Seu agir, seja na nossa vida, na de nossos irmãos e em nossa igreja. Seja grato, pois Deus não escolheu um povo e o purificou para deixá-lo esquecido. Deus é conosco!
Assim, busquemos uma vida pura, apontando nossos corações unicamente para Deus. Cientes que, mesmo com resquícios do pecado em nós, lutemos contra uma vida de pecados centrada em nós, para glorificarmos ao único que é digno, o Deus Santíssimo. Desejemos ardentemente a pureza, e veremos a Deus.
Para refletir:
Como tem sido a sua luta contra o pecado?
Onde você tem ancorado seu coração, seus desejos mais profundos?
A sua vida é marcada por comprometimento com a igreja e seus ministérios? Você tem servido?
Se alguém perguntasse para sua esposa, filhos ou pais como você é, será que teria respostas que horariam ao Senhor? A pureza seria uma marca na sua vida?
Editorial de William Rubial
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