Celebrando a Nossa Dependência de Deus
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“pois dizes: estou rico e abastado e não preciso de coisa alguma,
e nem sabes que tu és infeliz, sim, miserável, pobre, cego e nu.”
(Apocalipse 3.17)
O texto acima se refere a uma das Cartas de Cristo enviadas às sete igrejas da Ásia. Aqui, em especial, a que pertencia à autossuficiente Laodiceia, que era uma cidade rica e estratégica na região da Frígia (atual Turquia). Era um centro comercial importante e um lugar de promissoras indústrias médicas e têxteis.
E de forma visível, assim como a cidade, a sua complacente igreja, era vista também como muito rica, bem estruturada e próspera. No entanto, era exatamente essa visão inflada de prosperidade, aliada ao espírito de independência, que impedia os crentes daquela igreja de enxergarem a sua real condição espiritual.
Mesmo não sendo um povo declaradamente rebelde, não demonstravam qualquer interesse pelas coisas de Deus e, por isso, viviam uma fé morna, sem compromisso, sem profundidade, e o que é pior, sem nenhuma dependência de Cristo.
E, por se sentirem conformados e, até mesmo, satisfeitos com essa situação, foi que Jesus os repreendeu duramente ao revelar o verdadeiro estado espiritual daquela comunidade, expondo, com isso, o seu real nível de miserabilidade, pobreza, cegueira e nudez diante de Deus.
Qualquer semelhança com a realidade de hoje não será mera coincidência, porquanto, não há a menor dúvida de que a autossuficiência ainda continua sendo um dos ídolos mais perigosos que enfrentamos nos tempos atuais. Infelizmente, em muitas sociedades modernas, especialmente as do Ocidente, e pasmem você, até mesmo em lares cristãos, desde muito cedo crianças já são ensinadas a buscarem, por si só, sua própria independência, quer seja ela emocional, intelectual, financeira, social, enfim, a ideia é a de fazer o possível (e, às vezes, até mesmo o “impossível”) para nunca se depender de nada e de ninguém.
O trabalho para tanto, é quase sempre muito difícil e desgastante e, ao final, o resultado se torna enganosamente compensador. Talvez, conseguir um bom emprego com uma ótima renda, alcançar uma boa segurança financeira, adquirir reconhecimento, influência, status, poder, que, muito embora, não sejam condições necessariamente erradas ou reprováveis, mas que, sem Deus, denunciam, apenas, uma realidade ilusória de controle e direção, de liberdade e glória, de autoridade e mérito, cheia de um grande vazio, que pode acabar se escorrendo pelo ralo da ansiedade e do esgotamento, causando uma angustiante sensação de fracasso dentro do próprio “sucesso”.
Mas, há algo de surpreendente quando voltamos ao texto acima e damos sequência à leitura do versículo seguinte, porquanto, Jesus em Sua infinita bondade e misericórdia, ciente de que a fortuna dos laodicenses não podia comprar coisas eternas, não apenas os confronta, mas também aconselha a cada um deles (e a todos nós), a trocar a ilusão da autossuficiência pela realidade da graça:
“Aconselho-te que de mim compres ouro refinado pelo fogo para te enriqueceres,
vestiduras brancas para te vestires, a fim de que não seja manifesta a vergonha da tua nudez,
e colírio para ungires os olhos, a fim de que vejas.”
(Apocalipse 3.18)
O que Jesus está dizendo é que a verdadeira riqueza, a tão desejada suficiência, a legítima sabedoria e a mais pura dignidade só podem vir dEle. Somente nEle é que os laodicenses poderiam encontrar a única possibilidade de cura para a sua real condição.
E é unicamente na dependência de Jesus que nós também conseguimos adquirir o verdadeiro tesouro espiritual. Só por meio dEle é que alcançamos um coração contrito e recebemos o dom de uma fé genuína, fortalecida e refinada nos mais variados tipos de provas desta vida, assim como o ouro que é purificado pelo fogo, num árduo, mas necessário processo para remover suas impurezas (1 Pedro 1.7); só pela graça de Jesus é que somos vestidos com as vestes brancas que cobrem a vergonha do nosso pecado e nos cingem com a Sua pureza e justiça (Apocalipse 7.14; Salmo 51.7); somente por intermédio do nosso Salvador é que temos os olhos ungidos pelo colírio do Espírito Santo, que tira nossa cegueira espiritual e nos dá o discernimento necessário para enxergarmos com clareza a Sua vontade, presença e verdade (Efésios 1.17; Salmo 119.18).
Amado leitor, não existe uma fórmula, ou ensino, ou método, ou sabedoria, ou qualquer outra coisa neste mundo, que, por si só, nos faça prosperar e adquirir a única riqueza que importa.
Mas, a Palavra de Deus nos ensina que, independentemente das circunstâncias, a verdadeira satisfação de uma vida frutífera, tranquila e feliz vem da nossa total confiança, obediência e dependência do Senhor (Jeremias 17.7 e 8).
Muitos, no entanto, ainda acreditam que essa submissão é um sinal de fraqueza e, até mesmo, de ignorância e ingenuidade. Mas, todos aqueles que já estão em Cristo, sabem que sem Ele nada podem fazer (João 15.5), e celebrar essa dependência é um ato de força, sabedoria e fé.
O Salmo 127.1 e 2 também nos lembra que:
“Se o Senhor não edificar a casa, em vão trabalham os que a edificam;
se o Senhor não guardar a cidade, em vão vigia a sentinela.
Inútil vos será levantar de madrugada, repousar tarde,
comer o pão que penosamente granjeastes;
aos seus amados ele o dá enquanto dormem.”
Isso significa que todo nosso esforço será em vão, se Deus não estiver no centro de tudo o que fazemos.
Quer, então, ter direção segura em sua vida? Confie no Senhor de todo o seu coração e não se apoie no seu próprio entendimento (Provérbios 3.5 e 6);
Quer ter a certeza de que nunca mais caminhará sozinho? Entregue-se, de corpo e alma, a Jesus, o único Bom Pastor que jamais abandona Suas ovelhas (Salmo 23);
Quer se sentir confiante em meio a todo tipo de perigo e desafio? Faça do Senhor o seu escudo, o seu refúgio e a sua fortaleza! (Salmo 91);
Quer experimentar a paz que todos buscam ansiosamente, aqui neste mundo, mas ninguém consegue encontrar? Deixe Deus guardar o seu coração e a sua mente em Cristo, nosso Senhor! (Filipenses 4.7); enfim,
Quer viver plenamente, mesmo em meio às tempestades, adversidades e incertezas desta vida? Então, viva para Jesus e faça dEle o centro de sua vida, o Senhor do seu coração e a razão da sua fé!
E celebre essa dependência com alegria e gratidão, porquanto, ela abre caminho para
uma vida guiada não pela ilusão e pelo peso de depender apenas de si mesmo, mas, acima de tudo, pela serenidade que nasce da certeza de estarmos amparados por um Deus que é infinitamente suficiente.
Editorial de Walter Feliciano

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