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Como NÃO estar pronto para ouvir

Atualizado: 17 de set. de 2018

Uma das maiores dificuldades do ser humano é ouvir. Percebemos isso por meio da nossa vivência e temos certeza disso pela quantidade de exortações que a Bíblia nos dá para ouvirmos mais, principalmente em oposição ao falar de mais, sendo um dos textos mais conhecidos o de Tiago: “Portanto, meus amados irmãos, todo o homem seja pronto para ouvir, tardio para falar, tardio para se irar.” – Tiago 1.19. Uma das situações mais críticas nesse sentido é quando somos confrontados do nosso pecado por uma outra pessoa, devido à incidência de uma segunda grande dificuldade do homem: lidar com o orgulho (Efésios 5.29). Portanto, quando isso ocorre passamos por uma situação em que, se não estivermos preparados, facilmente cairemos em pecado, por isso a necessidade de estarmos prontos para ouvir, principalmente em um contexto de exortação. Analisemos algumas formas comuns de negligência desse propósito.


1. Não estando pronto em conhecimento

Provérbios 9.7-9 nos traz um ensino importante: somente o sábio é capaz de ouvir corretamente! Sabemos que é justamente a Palavra que nos torna sábios (Salmo 119.98). Portanto, negligenciar o conhecimento da Palavra é também não se importar com a prática de boas obras, entre elas o ouvir. De fato, se não estivermos familiarizados com as verdades das Escrituras, a repreensão de um irmão soa como ofensa e não como ato de amor. O resultado desse estado é que, em obediência à instrução bíblica (Provérbios 9.7-9), os cristãos dificilmente se empenharão a nos repreender se agirmos assim.


2. Não estando pronto em prática

O conhecimento da Palavra nunca aparece dissociado da prática (2 Timóteo 3.16-17). Se acumularmos conhecimento bíblico e não encontrarmos formas práticas de aplicá-lo nas nossas vidas, perdemos a consciência do nosso estado pecaminoso e voltamos a práticas reprováveis (Tiago 1.22-27). Vale ressaltar ainda que é um erro pensar que por em prática a Palavra só é possível no momento em que estamos submetidos a uma situação adversa. Já podemos de antemão tomar atitudes que reforcem para nós mesmos (e para os outros) que valorizamos o ouvir. Por exemplo, se nossas conversas com outros irmãos são marcadas por espiritualidade e graça, estamos ensinando ao nosso coração a importância disso (além de abrir espaço para as pessoas falarem da mesma forma conosco). Outra forma é quando somos intencionais e proativos em pedir (e principalmente ouvir atentamente) a opinião de outras pessoas sobre nós. Tudo isso nos direciona a termos corações abertos a ouvir.


3. Não estando pronto em graça

Às vezes nos esquecemos da nossa dependência de Cristo, porque sem Ele não conseguimos fazer o bem (João 15.5). Precisamos da ação sobrenatural do Espírito Santo em nossas vidas para que a Palavra de Deus seja verdadeiramente aplicada e traga transformação de vida (João 16.8). Então, não será simplesmente uma resolução de sermos uma pessoa que ouve mais que irá nos fazer uma pessoa que ouve (Gálatas 3.2-3). Portanto, precisamos usar os diversos meios de graça os quais Deus prometeu abençoar (leitura da Palavra, oração, meditação, etc.) para nos tornarmos cada vez mais conscientes da nossa inteira dependência dele.


O objetivo deste texto foi nos orientar a estarmos preparados para ouvir, principalmente no contexto de sermos repreendidos. O teste final que mostra como foi nossa preparação é como reagimos na hora de ouvir uma exortação. Reagimos de forma amorosa (em lugar da ira) mesmo quando não somos exortados em amor? Ficamos felizes por termos sido repreendidos, no sentido de que agora sabemos como agradar melhor a Deus? Deixamos as pessoas numa situação confortável para elas falarem? Valorizamos a amizade de pessoas que nos falam a verdade em amor? Procuramos formas de nos tornarmos mais parecidos com Cristo (ao invés de formas de nos defender)?


Que Deus seja glorificado também na forma como nos comunicamos!


Editorial de Tássio Côrtes Cavalcante



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