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Crentes revitalizados: Amor

Atualizado: 29 de abr. de 2021

“Mas o fruto do Espírito é: amor, alegria, paz, longanimidade, benignidade, bondade, fidelidade, mansidão, domínio próprio. Contra estas coisas não há lei.”

(Gálatas 5.22, 23)


Este é o primeiro editorial de uma série sobre o fruto do Espírito. Mas antes de entrar no tema desta semana, gostaria de salientar o contraste que Paulo faz entre as “obras da carne” e o “fruto do Espírito”. As obras são o resultado de um esforço, enquanto o fruto é algo natural. Donald Guthrie diz que a mudança de “obras” para “fruto” é importante porque remove a ênfase do esforço humano. As obras são o resultado de um esforço, já o fruto é uma realização do Espírito em nós.


Segundo o comentário de Matthew Henry, “O fruto do Espírito mostra claramente que esse é guiado pelo Espírito. Ao descrever as obras da carne e o fruto do Espírito, somos informados do que devemos evitar e nos opor, e o que devemos cuidar e cultivar; e este é o sincero cuidado e empenho de todos os verdadeiros cristãos. O pecado não reina agora em nossos corpos mortais (Romanos 6.12) ... e não basta somente deixar de fazer o mal, mas aprender a fazer o bem (Romanos 8.5–6)”.


Também é interessante notar que Paulo não fala frutos, mas fruto. Podemos enxergar nove virtudes morais como gomos de um mesmo fruto, que não podem ser produzidos isoladamente, tampouco produzidos artificialmente.


Com isso em mente, espero que esta série de editoriais alcance nossos corações e produza frutos de arrependimento e mudança, para que deixemos de “produzir obras” e passemos a “dar frutos”, para a glória de Deus.


O AMOR

A palavra amor tem sido cada vez mais relativizada. Cada um define para si o que é mais adequado, causando grandes problemas em nossos dias. Um pai que não disciplina seu filho porque “o ama”, por exemplo, demonstra uma visão errada sobre o amor, que precisa ser ajustada à luz da palavra de Deus. Vejamos a definição que o mundo dá ao amor:


Definição: 1. Forte afeição por outra pessoa, nascida de laços de consanguinidade ou de relações sociais; 2. Atração baseada no desejo sexual; 3. Atração natural entre espécies... (Oxford Languages Dictionary).


Na Bíblia, encontramos basicamente três¹ termos diferentes da palavra que conhecemos como “amor”:


· Ágape (ἀγάπη) – amor incondicional, dar o seu melhor sem esperar nada em troca;

· Philia (Φιλία) – amor entre amigos e familiares, cresce ou diminui de acordo com o relacionamento;

· Eros (Ἔρως) – amor entre homem e mulher, sentimento seguido de paixão.


O amor citado na lista de Gálatas 5 é o Ágape, um amor não natural a nós. O amor Ágape não busca seus próprios interesses, ele é puro, genuíno, não é só um sentimento, é uma decisão em permanecer amando, capaz de amar o mais indigno dos homens.


Em 1 Coríntios 13 lemos: “O amor é paciente, é benigno; o amor não arde em ciúmes, não se ufana, não se ensoberbece, não se conduz inconvenientemente, não procura os seus interesses, não se exaspera, não se ressente do mal; não se alegra com a injustiça, mas regozija-se com a verdade; tudo sofre, tudo crê, tudo espera, tudo suporta.” Podemos concordar que esse amor não é natural. Nós só amamos porque Deus nos amou primeiro (1 João 4.19).


DEUS – A origem do amor

Não tem como falar de “amor” sem falar de sua origem. Deus é amor (1 João 4.8)! A mensagem da cruz é a maior demonstração de amor que esse mundo conheceu. Desde o jardim do Éden, após a queda, vemos que o coração do homem se rebela contra Deus. A partir desse momento, todo desígnio do coração do homem se torna mau (Gênesis 6.5); como Jesus diz: “do coração procedem os maus desígnios” (Mateus 15.19). Para mudar isso, para nos dar um novo coração e restaurar Seu relacionamento conosco, o próprio Deus tomou a iniciativa e agiu de forma amorosa, enviando Seu Filho amado para morrer no nosso lugar!


Uma vez resgatados pelo Senhor, o próprio Deus começa uma obra de restauração em nós e começamos a desenvolver a santificação, exercitando e crescendo no fruto do Espírito.


“Amados, amemo-nos uns aos outros, porque o amor procede de Deus; e todo aquele que ama é nascido de Deus e conhece a Deus. Aquele que não ama não conhece a Deus, pois Deus é amor. Nisto se manifestou o amor de Deus em nós: em haver Deus enviado o seu Filho unigênito ao mundo, para vivermos por meio dele. Nisto consiste o amor: não em que nós tenhamos amado a Deus, mas em que ele nos amou e enviou o seu Filho como propiciação pelos nossos pecados. Amados, se Deus de tal maneira nos amou, devemos nós também amar uns aos outros. Ninguém jamais viu a Deus; se amarmos uns aos outros, Deus permanece em nós, e o seu amor é, em nós, aperfeiçoado.”

(1 João 4.7–12)


Conclusão

Devemos buscar desenvolver o fruto do Espírito dependentes da graça de Deus, sabendo que é Ele quem produzirá os frutos em nós (Filipenses 2.13), “apesar de nós”.


“Todo aquele que crê que Jesus é o Cristo é nascido de Deus; e todo aquele que ama ao que o gerou também ama ao que dele é nascido. Nisto conhecemos que amamos os filhos de Deus: quando amamos a Deus e praticamos os seus mandamentos.” (1 João 5.1, 2)


Com base no versículo acima, pergunto: Você ama a Deus? Você é capaz de demonstrar esse amor ao viver em obediência aos Seus mandamentos? Se sua resposta for não, a esperança está em Jesus Cristo. Só através dEle amamos a Deus e podemos dar o fruto do Espírito. Se sim, persevere em obediência aos mandamentos do Senhor, dando frutos para a Sua glória.


Editorial de Dimas Rodrigo



¹ Há outras palavras que podem ser traduzidas como amor. Ex.: Storge (στοργη), amor fraternal, entre outras.

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