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Crentes Revitalizados: Alegria e Paz

Atualizado: 29 de abr. de 2021

Paz

Temos contato com várias descrições e situações nas quais se faz menção da palavra paz. Pode ser comumente um voto de início de ano, como “que você tenha um ano repleto de muita paz...”. Pode ser mencionada em negociações entre nações em conflito ou, até mesmo, em um desejo de boa viagem — “vai-te em paz”.


Ainda que sejam desejos legítimos e sinceros, eles são insuficientes, pois quando levamos em conta uma abordagem bíblica, a ligação entre Deus e a paz se mostra intimamente correlacionada. E a paz que o homem pecador necessita vai muito além da paz nas circunstâncias — nós precisamos de paz com Deus, o Criador Justo. A paz não é o resultado da ausência de dificuldades ou problemas. Nas escrituras, existem passagens nas quais encontramos um Deus que se intitula o “Deus da paz” (Romanos 16.20). Em outras ocasiões, Jesus é descrito como o “Príncipe da Paz” (Isaías 9.6).


Essa caracterização proposital nos mostra que existe uma disposição divina de efetuar o resgate da paz entre Deus e a humanidade. Em Romanos, existem diversas situações nas quais encontramos Deus apresentando o Evangelho (Jesus) como a solução para o pecador — o meio pelo qual o ser humano pode experimentar a paz com Deus. Essa realidade é evidenciada no texto de Paulo aos romanos: “Justificados, pois, mediante a fé, temos paz com Deus por meio de nosso Senhor Jesus Cristo” (Romanos 5.1).


A partir desta nova condição espiritual, faz-se livre o caminho para desfrutarmos da paz em nosso cotidiano, com a possibilidade de experimentá-la em nossos relacionamentos, “assim, pois, seguimos as coisas da paz e também da edificação de uns para com os outros” (Romanos 14.19), bem como nos desafia a desenvolver o que Paulo nos ensina ser um dos aspectos da obra do Espírito Santo em nós, descrito na carta às igrejas da Galácia: “Mas o fruto do Espírito é: amor, alegria, paz, longanimidade, benignidade, bondade, fidelidade, mansidão, domínio próprio. Contra estas coisas não há lei” (Gálatas 5.22­­, 23).


Vale ressaltar que hoje ainda vemos uma amostra imperfeita desta realidade, da qual teremos plena realização na eternidade com Deus, onde, aí sim, desfrutaremos da paz completa e irrestrita, resultado da obra sacrificial de Jesus por nós.


Conscientes desta paz que já está disponível em Cristo, podemos usufruir de outra conquista de Jesus para nós, a alegria.


Alegria

O contexto atual está, a todo momento, oferecendo formas para que cada um possa realizar os desejos buscando atingir seus objetivos em busca de uma suposta alegria. Algumas das formas mais comuns são ascensão profissional, boa saúde, uma família estruturada ou até mesmo conquistas esportivas ou acadêmicas. Mas quando voltamos nossa atenção para a Palavra de Deus em busca do significado para alegria, encontramos um trecho escrito por Paulo que nos diz: “Pois o Reino de Deus não é comida nem bebida, mas justiça, paz e alegria no Espírito Santo” (Romanos 14.17).


Esse texto nos apresenta a alegria como sendo uma característica de quem participa do Reino de Deus. Além disso, podemos ver claramente uma relação da fonte de alegria diretamente ligada ao Espírito Santo.


Em ensinamento aos Seus discípulos, Jesus mostra um complemento enfatizando que a verdadeira alegria só vem de Deus, e que podemos desfrutar dela à medida que andamos em comunhão: “Se guardares os meus mandamentos, permanecereis no meu amor; assim como também eu tenho guardado os mandamentos de meu Pai e no seu amor eu permaneço. Tenho vos dito estas coisas para que o meu gozo esteja em vós, e o vosso gozo seja completo” (João 15.10, 11).


Além disso, nota-se que existe uma relação entre a obediência aos mandamentos e a alegria, indicando que aqueles que buscam ser caracterizados por uma vida de santidade, experimentarão alegria em sua caminhada cristã, gerada por vitórias sobre pecados e comportamentos dominadores — que Jerry Bridges classifica como sendo a alegria da obediência. Uma vida de desobediência não pode ser — e nem será — caracterizada por gozo.


Por outro lado, a alegria também nos ajuda a produzir uma vida santa, pelo conhecimento e pela apropriação da verdade de que estamos unidos a Cristo, O qual “nos libertou do império das trevas e nos transportou para o reino do Filho do seu amor, no qual temos a redenção, a remissão dos pecados” (Colossenses 1.13, 14). Ele nos proporcionou a condição de vivermos uma vida de obediência.


Finalmente, podemos desfrutar, já no presente, de verdadeira alegria, tendo em vista o que está prometido a nós no futuro. Jesus nos deixou uma demonstração dessa alegria antecipada quando suportou todo tipo de humilhação, dor e privações ciente do que Lhe estava preparado e da glória prometida a Ele: “Olhando firmemente para o Autor e Consumador da fé, Jesus, o qual em troca da alegria que lhe estava proposta, suportou a cruz, não fazendo caso da ignomínia, e está assentado à destra de Deus” (Hebreus 12.1–2).


Portanto, o desafio proposto a nós, que já estamos unidos com Deus por meio de Cristo, é experimentar a paz em nossos relacionamentos, esperando pela concretização definitiva dessa paz com Deus. Ao mesmo tempo, fortalecidos com a alegria, devemos lutar para vencer nossos pecados, destacando que o gozo de uma vida santa satisfaz mais do que os prazeres transitórios do pecado, confiando no cumprimento das promessas disponíveis a nós nas Escrituras.


Editorial de Neemias X. P. Santos



Nota: Editorial baseado em: Jerry Bridges – A busca da santidade; Robert D. Jones – Em busca da paz; e Jerry Bridges – Exercita-te na piedade.

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