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Cuidando do Nosso Lar Provisório

Hoje em dia se fala muito sobre os perigos de negligenciarmos a tarefa de cuidarmos do nosso planeta, do meio ambiente e da criação de Deus. No entanto, é comum pensarmos que a fé cristã e o meio ambiente são assuntos que não estão ligados, pois quando pensamos no cuidado com o meio ambiente, vem à nossa mente os ambientalistas, que se portam como se cultuassem a natureza. Isso realmente pode acontecer, e deve ser evitado. Mas o fato é que nós cristãos não podemos ignorar o cuidado com a natureza.


“Tomou, pois, o Senhor Deus ao homem

e o colocou no jardim do Éden para o cultivar e o guardar.” (Gênesis 2.15 – ênfase do autor)


Essa é uma das passagens onde encontramos Deus falando sobre a questão do cuidado com a natureza. O que temos que entender é que para nós esse cuidado com a natureza é uma ordenança. Como vemos no texto acima, o Senhor colocou Adão no jardim para o cultivar e o guardar.


Cultivar faz parte de trabalharmos para que as coisas cresçam, e guardar faz referência a como iremos proteger e sustentar o progresso já alcançado pela criação de Deus.


Olhando para a nossa situação atual, me questiono se realmente estou colocando em prática essa ordenança. Vivemos em uma sociedade marcada pelo consumismo, onde sempre queremos mais. Temos um guarda-roupa cheio de roupas que nem utilizamos, consumimos produtos de forma exagerada, desperdiçamos alimentos etc. E de onde vem toda essa matéria-prima? Da criação de nosso Deus.


Quando olhamos para Gênesis 1 e 2, vemos que estamos no mundo como senhores sobre a criação e como servos de Deus, a fim de cumprimos a ordenança de cultivar e guardar.


“E Deus os abençoou e lhes disse:

Sede fecundos, multiplicai-vos, enchei a terra e sujeitai-a;

dominai sobre os peixes do mar,

sobre as aves dos céus e sobre todo animal que rasteja pela terra.”

(Gênesis 1.28)


Adão deveria espelhar a glória de Deus por toda a criação. Como senhores sobre as coisas criadas, devemos cuidar daquilo que Deus criou. Essa ideia se resume em uma palavra: mordomia.


Quando pensamos no conceito de mordomia, entendemos que não somos donos de nada, e que somente Deus é. A criação não é nossa, mas sim de Deus. E como bons mordomos, somos chamados a cuidar daquilo que é de Deus. Ele é o dono de tudo e nada nos pertence. Não somos donos de nada, somos apenas mordomos das coisas de Deus.


A Bíblia diz que Deus é o possuidor dos céus e da terra (Gênesis 14.22). Tudo o que há no universo é do Senhor (Deuteronômio 10.14). O salmista ensina que “ao Senhor pertence a terra e tudo o que nela se contém, o mundo e os que nele habitam” (Salmo 24.1).


Então como mordomos do Senhor, temos a responsabilidade de cuidar de tudo aquilo que Ele nos dá e fazermos uma boa utilização dos recursos de nosso planeta.


“pois todos os animais da floresta são meus,

como são as cabeças de gado aos milhares nas colinas.

Conheço todas as aves dos montes, e cuido das criaturas do campo.

Se eu tivesse fome, precisaria dizer a você?

Pois o mundo é meu, e tudo o que nele existe.”

(Salmo 50.10–12 – ênfase do autor)


Não podemos esquecer do nosso trato e cuidado com os animais. Eles também fazem parte da criação de Deus, e, portanto, se encontram dentro de tudo aquilo que o Senhor nos entregou para cuidarmos. Quando olhamos para o livro de Gênesis antes do pecado, Adão e Eva conviviam e cuidavam de todos os animais. Após o pecado, nossa convivência com os animais mudou. Assim como a humanidade, eles também foram afetados pelo pecado.


A Bíblia deixa claro que Deus também se importa com o cuidado para com os animais. Quando olhamos para Êxodo 23, vemos Deus dando algumas leis que falam sobre o cuidado com o solo e com o descanso dos animais. Outros textos nos falam da preservação dos mesmos (Deuteronômio 22.6 e 7).


Ao mesmo tempo, precisamos ter cuidado com os pets que atualmente têm tomado conta das famílias. Para alguns, eles são como parte da família. Não podemos deixar que o maltrato leve a extinção deles, e também não podemos tratá-los como se fossem seres humanos.


Outra coisa que temos que ter em mente é que toda a criação aguarda a redenção (Romanos 8.19–23). A redenção da criação aponta para a promessa última de Deus de novos céus e nova terra, para um aspecto futuro em que tudo será novo e perfeito. E essa redenção também aponta para o nosso presente, nos lembrando que uma nova direção é dada às coisas que fazemos e que existem nesse mundo com base no senhorio de Cristo Jesus. A preocupação com o meio ambiente tem que ser uma marca do cristão, que reconhece que esse mundo pertence ao Senhor.


Como já vimos, não é sobre adorar a criação em lugar do Criador, mas em como o cuidado com a criação revela nosso amor ao Criador.


Editorial de Natalício Queiroz






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