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Entendendo quem Cristo é, para entendermos quem devemos ser (Parte 1)

Atualizado: 21 de ago. de 2018

Qual a importância de sabermos quem somos e qual o propósito da nossa vida? É interessante perceber que as pessoas que sabem responder essa pergunta normalmente são mais maduras e constantes em suas decisões. Isso acontece por dois motivos principais: (1) ninguém chega a lugar algum sem saber para onde está indo, e (2) não nos preparamos adequadamente quando não conhecemos nossos pontos fortes e fracos, quando não sabemos quem somos.


Quando olhamos para os discursos de Jesus no Evangelho de João, nós O vemos Se descrevendo às pessoas de forma perfeita, e comunicando a elas a Sua missão aqui na terra de forma clara – tanto em ações quanto em palavras. Jesus sabia exatamente quem era, e sabia exatamente o que precisava fazer. Mas o que será que é mais importante, saber a minha identidade e a minha missão, ou saber a identidade de Cristo e a Sua missão?

A verdade é que se nos declaramos cristãos, a resposta para as duas perguntas será a mesma – nossa identidade está em Cristo, e nossa missão é a mesma de Cristo (viver para a glória do Pai). Mas o que deve mudar na minha vida depois de saber que minha identidade está em Cristo e que Deus é quem define a minha missão? Tudo! Deus não nos deixou a Bíblia simplesmente para conhecimento, mas para transformação. Conhecer a Cristo e os planos de Deus para nós irá nos mover a viver uma vida que glorifique a Ele em todas as áreas (Colossenses 1.9,10).


Ao longo do Evangelho de João, Jesus descreve a Si mesmo em sete ocasiões usando a expressão “Eu sou”. Nesta primeira parte veremos cinco delas. Cada uma delas mostra um pouco de quem Ele é e se aplica de forma diferente a situações e dificuldades específicas no nosso dia a dia.


“Eu sou o pão da vida...” (João 6.35). Ao fazer essa metáfora, Jesus tira de perspectiva o que é terreno e coloca em perspectiva algo eterno. Jesus contrasta o pão terreno com o pão celeste, mostrando que o segundo é o único que pode suprir as necessidades eternas e espirituais das pessoas. Ser o pão da vida significa que Jesus é o nosso sustento, que Ele satisfaz plenamente nossas necessidades reais, que nEle encontramos tudo o que precisamos. Nós não precisamos de reconhecimento, precisamos de Cristo; nós não precisamos de um relacionamento, precisamos de Cristo; nós não precisamos do prazer que o mundo nos oferece, nós precisamos de Cristo; nós não precisamos de pais diferentes, nós precisamos de Cristo. Não precisamos de nada passageiro. Jesus é suficiente! Jesus é eterno!


“Eu sou a luz do mundo...” (João 8.12). Jesus faz um contraste muito claro ao falar que aquele que O segue não andará em trevas, mas terá a luz da vida – ou a luz que produz vida. Se Cristo é a luz, e a luz produz vida, isso significa que o próprio Cristo é quem produz vida. Não há vida longe de Cristo! Muitas vezes buscamos vida naquilo que o mundo pode nos oferecer, sem perceber que, ao fazer isso, estamos indo na direção oposta da vida que estamos procurando. Buscamos vida nas pessoas, no lazer, no dinheiro, e o que recebemos em troca é escravidão e morte. Só Cristo pode nos dar vida, porque Ele é a vida! A metáfora da luz também relaciona a palavra encarnada (Cristo) com a palavra escrita (Bíblia). A Bíblia ilumina nosso caminho, nos guia, nos dá sabedoria, nos mostra os nossos pecados e como podemos agradar a Deus. A palavra de Deus é suficiente, eficaz, inerrante, imutável, constante, porque ela reflete o caráter do seu Autor. Nela encontramos as respostas eternas que precisamos (não as que queremos), as ferramentas que precisamos para viver uma vida piedosa (2 Pedro 1.4,5), diferente dos conselhos inconstantes e passageiros que o mundo nos oferece.


“Eu sou a porta...” (João 10.7,9). Jesus garante o nosso acesso ao Pai, restabelecendo o relacionamento quebrado pelo nosso pecado. Não há outra porta, não há outra forma de nos relacionarmos com Deus, não podemos conquistar nossa salvação pelas nossas obras. Isso é muito comum dentro das igrejas; começamos a trabalhar, trabalhar, trabalhar, e o trabalho se torna facilmente ativismo, sendo uma simples atividade como um meio para conquistar a aprovação de Deus. Isso é abominável diante de Deus. Ele quer o nosso coração, não somente atitudes vazias (Isaías 1.15,16). As nossas atitudes justas são reflexo de um coração que já foi transformado, que entende nossa condição de pecadores e que não merecemos nada, mas que Cristo conquistou tudo por nós e nos dá acesso ao Pai.


“Eu sou o bom pastor...” (João 10.11). O pastor é alguém que cuida, protege, e que está disposto a se sacrificar pelas suas ovelhas. Cristo é o bom e perfeito pastor. Ele é soberano, poderoso, e sabe o que é melhor para nós. Nada foge ao controle dEle, mesmo quando tudo parece perdido. Quando Jesus foi preso e tudo parecia fora de controle, Ele sabia exatamente o que estava fazendo e sabia que era a única forma de garantir a segurança das Suas ovelhas. Quando as situações na nossa vida parecem completamente fora de controle, quando nada parece dar certo, quando parece não ter mais saída, precisamos nos lembrar que o nosso supremo Pastor está cuidando das Suas ovelhas. Ele é bom, tudo o que Ele faz é bom, e nas dificuldades nós podemos experimentar o Seu cuidado e amor de formas impressionantes.


“Eu sou a ressurreição e a vida...” (João 11.25). O maior medo da vida do homem é a morte. Mas nós não entendemos que quando nossa identidade está em algo que não é Cristo, “morreremos” quando perdermos esse algo. Se minha identidade está em um relacionamento, morrerei quando a outra pessoa me decepcionar. Se minha identidade está na minha beleza, morrerei quando ganhar alguns quilos ou começar a envelhecer. Se minha identidade está no trabalho, morrerei quando perder meu emprego. Se minha identidade está no meu descanso, morrerei quando não conseguir o descanso que eu tanto quero. Cristo venceu a morte para nos dar vida! Quando Cristo for a nossa vida, nossas circunstâncias ficarão em segundo plano (Filipenses 1.21); quando colocarmos nossa segurança na eternidade que já foi garantida por Cristo, tudo o que é passageiro entrará na perspectiva correta.


Cristo é suficiente em todas as coisas, e as afirmações que a Bíblia (e Ele mesmo) faz sobre quem Ele é nos mostram isso. Semana que vem continuaremos olhando para o Evangelho de João, com os dois últimos “Eu sou...” de Jesus, para entender um pouco mais sobre quem Ele é e sobre como isso impacta a nossa vida hoje.


Editorial de Gustavo Henrique Santos



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