“Fique firme!” É muito provável que, ao longo de seus anos de vida cristã, você já tenha ouvido alguma frase nesse sentido de algum irmão preocupado com seu crescimento espiritual. Geralmente, esse tipo de incentivo vem após uma situação difícil, algo que possa ter abalado nossa fé. Ou então no meio a tentações que possamos estar passando, que podem afetar a firmeza com que levamos nossa caminhada Cristã. Mas o que é ser firme? O que posso fazer para permanecer desse jeito? No editorial dessa semana refletiremos um pouco sobre alguns aspectos contidos em Filipenses 3.4 a 4.1, nos quais o apóstolo Paulo mostra como o crente pode permanecer firme em Cristo Jesus.
Valores diferentes
“Bem que eu poderia confiar também na carne.
Se qualquer outro pensa que pode confiar na carne, eu ainda mais:
circuncidado ao oitavo dia, da linhagem de Israel, da tribo de Benjamim,
hebreu de hebreus; quanto à lei, fariseu, quanto ao zelo, perseguidor da igreja; quanto à justiça que há na lei, irrepreensível. Mas o que, para mim, era lucro,
isto considerei perda por causa de Cristo.
Sim, deveras considero tudo como perda, por causa da sublimidade do conhecimento de Cristo Jesus, meu Senhor;
por amor do qual perdi todas as coisas e as considero como refugo,
para ganhar a Cristo e ser achado nele, não tendo justiça própria,
que procede de lei, senão a que é mediante a fé em Cristo,
a justiça que procede de Deus, baseada na fé; para o conhecer,
e o poder da sua ressurreição, e a comunhão dos seus sofrimentos,
conformando-me com ele na sua morte; para, de algum modo,
alcançar a ressurreição dentre os mortos.”
(Filipenses 3.4-11)
As palavras de Paulo começam mostrando que os valores do mundo, e até mesmo de alguns de dentro da igreja, são, muitas vezes, diferentes dos de Deus. Por mais que o apóstolo tivesse um currículo impressionante com relação aos padrões da época, ele deixa claro que confiar na carne não é uma opção nem mesmo para ele, pois, todas as suas credenciais não podem ser comparadas à “sublimidade do conhecimento de Cristo”. Paulo desprezava todas as aquisições pessoais para “ganhar a Cristo e ser achado nele”, “para o conhecer”, para conhecer o “poder da sua ressurreição e a comunhão dos seus sofrimentos”, para se conformar “com ele na sua morte” e para “alcançar a ressurreição dentre os mortos”.
Objetivos claros
“Não que eu o tenha já recebido ou tenha já obtido a perfeição;
mas prossigo para conquistar aquilo para o que também fui conquistado por Cristo Jesus. Irmãos, quanto a mim, não julgo havê-lo alcançado; mas uma coisa faço: esquecendo-me das coisas que para trás ficam e avançando para as que diante de mim estão, prossigo para o alvo, para o prêmio da soberana vocação de Deus em Cristo Jesus. Todos, pois, que somos perfeitos, tenhamos este sentimento;
e, se, porventura, pensais doutro modo, também isto Deus vos esclarecerá. Todavia, andemos de acordo com o que já alcançamos.”
(Filipenses 3.12-16)
Paulo tinha consciência de que não havia alcançado a perfeição em todas essas coisas, mas conservava um objetivo claro de fazer aquilo para o qual tinha sido “conquistado por Cristo Jesus”, esquecendo-se de suas realizações do passado, que poderiam gerar nele orgulho e acomodação. Paulo buscava o “prêmio da soberana vocação de Deus em Cristo Jesus”, isto é, “o prêmio celestial para o qual Deus nos chama” (NVT).
Modelos corretos
“Irmãos, sede imitadores meus e observai os que andam segundo o modelo que tendes em nós. Pois muitos andam entre nós, dos quais, repetidas vezes,
eu vos dizia e, agora, vos digo, até chorando, que são inimigos da cruz de Cristo. O destino deles é a perdição, o deus deles é o ventre, e a glória deles está na sua infâmia, visto que só se preocupam com as coisas terrenas.”
(Filipenses 3.17-19)
Ser um cristão exige imitar e observar pessoas certas, pessoas cujos valores e objetivos estão alinhados com Cristo e que possuem a humildade necessária para não viver para seus próprios ventres e nem se gloriarem em si mesmas, mas em Cristo Jesus. Paulo nos alerta nesse trecho que muitos dos que frequentam a igreja, na realidade estão preocupados com as coisas terrenas e tem a perdição como destino.
Anseios gloriosos
“Pois a nossa pátria está nos céus, de onde também aguardamos o Salvador,
o Senhor Jesus Cristo, o qual transformará o nosso corpo de humilhação,
para ser igual ao corpo da sua glória,
segundo a eficácia do poder que ele tem de até subordinar a si todas as coisas.”
(Filipenses 3.20,21)
Dessa forma, a esperança do crente está no fato de que seu lugar não é neste mundo. Ele aguarda ansiosamente a volta do salvador e a transformação de seu corpo humilhado ao longo de uma vida inteira se opondo aos padrões do mundo em um corpo de glória.
“Portanto, meus irmãos, amados e mui saudosos, minha alegria e coroa, sim, amados, permanecei, deste modo, firmes no Senhor.”
(Filipenses 4.1)
Por fim, Paulo nos desafia a sermos “firmes no Senhor”, com valores, objetivos, modelos e anseios redimidos que suportem esta corrida contra a nossa carne e o mundo caído em que vivemos.
Editorial de André Negrão
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