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Maravilhoso Conselheiro

A sabedoria popular (na verdade a falta dela), já dá o tom do assunto com um famoso ditado: “Se fosse bom, seria vendido e não dado”.  Se você já o conhece, sabe que estamos falando sobre CONSELHOS, chamados também de "pitacos", dicas ou palpites, geralmente no mínimo, questionáveis.

 

Assim temos o desafio de inverter o velho conceito e explorar o termo conselheiro de forma a nos apropriar do benefício de sermos filhos de um Deus que nos conduz com amor e cuidado em todos os caminhos da nossa vida.

 

Imagine se no Natal, ao invés de ganhar um presente qualquer, você recebesse o Maravilhoso Conselheiro de presente. Não, não é aquele amigo que sempre tem uma solução para os seus problemas — mas quase isso! Esse título, dado a Jesus, não é apenas um elogio vazio, mas um verdadeiro superpoder. O Maravilhoso Conselheiro é aquele tipo de “guru” celestial, só que sem as taxas de consulta ou a necessidade de marcar horário. Jesus chegou ao mundo para dar conselhos não sobre como melhorar seu feed do Instagram, mas sobre como viver de forma mais plena, justa, e claro, com mais paz. Afinal, quem não precisaria de um conselheiro desse para lidar com o caos do dia a dia?

 

O termo conselheiro é um dos títulos dados a Jesus no contexto do Natal, refletindo uma das muitas dimensões profundas e simbólicas de Sua pessoa e missão. Esse título aparece de forma destacada na profecia de Isaías, no Antigo Testamento, e é amplamente associado à natureza de Jesus como um ser divino e humano. Mas o que significa conselheiro nesse contexto específico?

 

O conceito de conselheiro é encontrado no livro de Isaías, uma passagem messiânica que descreve as qualidades de uma criança que nasceria para governar com justiça e sabedoria:

 

"Porque um menino nos nasceu, um filho nos foi dado,

e o governo estará sobre os seus ombros; e o seu nome será:

Maravilhoso Conselheiro, Deus Forte, Pai da Eternidade, Príncipe da Paz."

(Isaías 9.6)

 

Essa profecia, escrita séculos antes do nascimento de Jesus, é uma das mais significativas e é considerada um anúncio de que o Messias, o Salvador, viria para cumprir o plano de Deus. No contexto de Isaías, a palavra conselheiro denota alguém com uma sabedoria divina, alguém capaz de guiar as pessoas com conselhos perfeitos e orientações. E é exatamente isso que, de acordo com as Escrituras, Jesus representaria em Sua missão.

 

No Novo Testamento, encontramos várias passagens que reforçam a ideia de que Jesus era um conselheiro por excelência. Sua vida e ensinamentos mostraram uma sabedoria incomum e transcendental. Ele não apenas fornecia conselhos práticos para a vida cotidiana, mas também oferecia uma visão radical do Reino de Deus, desafiando as normas e mostrando o caminho da verdade, justiça e misericórdia.

 

Em muitos momentos Jesus ensinava Seus discípulos e seguidores através de parábolas, relatos e instruções que ajudavam as pessoas a compreenderem melhor a vontade de Deus para suas vidas. Jesus também dava respostas sábias e profundas a quem O questionava, como quando lidou com os fariseus e doutores da lei, os quais desafiavam Sua interpretação das Escrituras.

 

O título de conselheiro aponta, assim, para a capacidade única de Jesus em oferecer direção para a vida espiritual e moral de Seus seguidores, iluminando o caminho da salvação. Para os cristãos, Ele não é apenas um líder terreno, mas um orientador espiritual eterno.

 

Outro aspecto importante desse título está relacionado ao fato de que Jesus, como conselheiro, não só ensina, mas também traz a paz. A paz que Ele oferece vai além da ausência de conflitos, é uma paz interna, que se reflete no relacionamento do ser humano com Deus, consigo mesmo e com os outros. Essa paz é fruto do entendimento profundo de Deus e da Sua vontade para o mundo.

 

Em muitas das palavras de Jesus, encontramos um convite para a paz, como no Sermão da Montanha, onde Ele diz: “Bem-aventurados os pacificadores, porque serão chamados filhos de Deus” (Mateus 5.9). Jesus não apenas aconselha sobre como viver em paz, mas Ele mesmo é a fonte dessa paz:

 

“Deixo-vos a paz, a minha paz vos dou;

não vo-la dou como o mundo a dá.”

(João 14.27)

 

No contexto bíblico, o conselheiro de Isaías é alguém que oferece uma sabedoria contrária à sabedoria do mundo. O mundo, muitas vezes, busca conselhos em filosofias passageiras, em líderes carismáticos ou em estratégias temporárias para lidar com os problemas humanos. Em contraste, Jesus, como o Maravilhoso Conselheiro, oferece uma sabedoria que transcende às circunstâncias terrenas, e que é eterna. Sua orientação está enraizada na verdade divina, que é imutável e perfeita.

 

Esse título, portanto, também pode ser visto como uma crítica à busca por respostas em fontes que não conduzem à verdadeira paz e à reconciliação com Deus. Ao contrário das soluções superficiais do mundo, Jesus, como conselheiro, aponta para um caminho de transformação interior e de alinhamento com a vontade de Deus.

 

A relevância do título de conselheiro no contexto do Natal não se limita à época em que Jesus nasceu. Para os cristãos, Ele continua sendo um conselheiro acessível, cuja sabedoria e orientação estão presentes através das Escrituras, da oração e da presença do Espírito Santo. Assim como foi conselheiro de seus discípulos e do povo de Israel, Ele continua a ser um guia para todos aqueles que buscam a verdade e a salvação.

 

No Natal, celebramos não apenas o nascimento de uma criança, mas o advento de um Conselheiro divino que veio para transformar o mundo e oferecer a todos a possibilidade de uma vida nova. Jesus é o exemplo perfeito de sabedoria, o Conselheiro cujo amor e verdade nunca falham, e que, em todos os tempos, continua a chamar os corações humanos a se voltarem para Deus e a viverem segundo Seus preceitos.

 

O título de Maravilhoso Conselheiro é uma das expressões mais ricas e significativas do Natal. Ele nos lembra que o nascimento de Jesus trouxe à humanidade mais do que um líder político ou militar, trouxe um guia divino capaz de ensinar, transformar e trazer paz verdadeira. Jesus, o Conselheiro, continua sendo uma fonte inesgotável de sabedoria e orientação para todos aqueles que desejam viver uma vida em harmonia com a vontade de Deus. Portanto, é o momento de reconhecer e acolher esse Maravilhoso Conselheiro que veio iluminar o caminho de todos nós.


Editorial de Márcio Giffoni

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