Mãe Humilde
- Site IBMaranata
- 8 de mai.
- 6 min de leitura
Talvez você tenha lido esse título e já sentiu mais um peso cair sobre os seus ombros. Talvez você esteja lendo esse primeiro parágrafo buscando saber se lerá uma descrição de uma mãe inatingível. Talvez você esteja cansada de olhar para outras mães ao seu redor e sentir no seu coração que você não é suficiente. Talvez você esteja cansada da constante pressão e cobrança de ser aquela mãe perfeita que você vê na internet. No fundo do seu coração você almeja descanso para a sua alma e corpo.
Antes de entrar no texto de fato, quero te convidar a orar. Tome alguns minutos agora e chegue diante do Pai. Ele ouve e responde. Ore pedindo que Ele te permita ver o que, no seu coração, tem te impedido de verdadeiramente descansar e depender da graça dEle.
Primeiramente, precisamos falar que vivemos em dias em que mulheres e mães são bombardeadas por uma mentira: “Você é suficiente! Você consegue! Apenas se organize e faça”. Muitas vezes, acreditamos nessa mentira, que se torna visível no nosso esforço monstruoso de sermos mães suficientes. Acordamos com uma lista infinita de coisas a serem feitas, e com o coração completamente sobrecarregado e desanimado. Carregamos dia após dia um fardo que não é nosso com o coração cheio de murmurações. Por cima disso, ainda fingimos ser suficientes diante de outras pessoas. Não pedimos ajuda, quando de fato carecemos dela. Este é o perfil de uma mãe orgulhosa.
Mas o Evangelho pode nos libertar desse padrão, e transformar a maternidade em algo leve e muito prazeroso. Cristo é capaz de nos livrar desse fardo!
A Mãe Humilde Clama
Alguma vez você já se sentiu tentada a agir insensatamente em meio a uma situação difícil? As circunstâncias costumam ser a primeira desculpa que usamos para justificar as nossas atitudes pecaminosas. Em 1 Samuel 1 e 2, vemos a história de uma mulher que não tinha filhos. Ela lutava contra a amargura no seu coração e vivia sob constante ridicularização de outras mães ao seu redor.
Vemos esse padrão no mundo. Mães que se sentem inferiores e zombam de outras mulheres para se sentirem melhor! O orgulho cega! Não conseguimos enxergar ninguém além de nós mesmas, machucando pessoas ao invés de encorajá-las.
O texto continua descrevendo a tristeza profunda daquela mulher e como essa tristeza começou a afetar até mesmo o apetite dela (1 Samuel 1.7).
O que você costuma fazer quando se depara com circunstâncias esmagadoras? A quem você recorre?
Aquela mulher não buscou conforto na comida, no marido, ou na vingança como as outras mulheres. Ela não buscou refúgio em distrações, como bebidas (1 Samuel 1.12–16). Podemos até fazer um paralelo ao nosso contexto hoje, quando buscamos nos distrair com o ruído do entretenimento.
Ela clamou do fundo do seu coração (1 Samuel 1.11). Ela esvaziou seu coração diante do Senhor dos Exércitos. Ela chorou! A mãe humilde apresenta seus maiores medos e desejos diante do Pai com fé que Ele irá ouvir. Ela não dá importância ao que pessoas irão pensar quando verem suas fraquezas e sua dor, porque ela se refugia no Senhor.
No livro “Desafio aos Pais”, Paul Tripp diz o seguinte: “Mas a boa-nova do evangelho é: você não precisa ocultar sua dificuldade. Não precisa agir como se estivesse se saindo melhor do que realmente está. Você é bem-vindo pela graça a clamar por socorro; pode correr para Deus em sua necessidade sabendo que não será rejeitado e seu Pai celestial lhe dará toda atenção aos seus clamores”. O salmista escreve, "Perto está o SENHOR dos que têm o coração quebrantado e salva os de espírito oprimido" (Salmo 34.18).
A Mãe Humilde Se Sacrifica e Se Alegra ao Fazê-lo
Muitas de nós acreditamos que devemos sacrificar tudo pelos nossos filhos. De fato, a maternidade é um ato de sacrifício constante. Sacrificamos nossos corpos, nosso tempo, nosso dinheiro, e nosso conforto. Mas de que adianta sacrificar estas coisas tendo um coração que continuamente murmura? Uma mãe orgulhosa olha apenas para si mesma e se entristece com tudo que ela irá perder, por isso murmurações estarão sempre em seus lábios.
À primeira vista, podemos pensar que a tristeza daquela mulher era apenas porque ela era estéril. Em parte, sim. Mas, ao examinar o texto mais a fundo, descobrimos que ela amava ao Senhor, se entristecia por ver a rebeldia do povo de Deus, e estava disposta a dedicar seu filho para que ele liderasse o povo nos caminhos do Senhor — exatamente o que ela faz quando o menino Samuel é desmamado.
Lindo, não é? E como se isso não bastasse, no dia em que ela entrega seu filho ao Senhor, ela o exulta e se alegra. Quantas de nós estamos dispostas a sacrificar tudo porque almejamos ver o Messias? Uma mãe humilde anseia pelo privilégio de sacrificar tudo por Cristo, porque ela entende quem Ele é.
A Mãe Humilde Reconhece a Grandeza do Senhor e Sua Própria Pequenês
Se a única coisa que seus filhos conhecessem sobre Deus fosse baseada no que eles te ouviram falar nessa última semana, como isso mudaria a vida deles?
Uma mãe orgulhosa pouco se importa com as consequências das suas atitudes, pensamentos e palavras na vida dos seus filhos. Ela gosta de enfatizar que os desejos dela são supremos, então as crianças não devem perturbá-la com interrupções e problemas. A mãe orgulhosa ensina que quando as circunstâncias estiverem difíceis ou entediantes, é preciso apenas assistir a uma série e escapar. Ela ensina que os filhos não devem gritar, desrespeitar e mentir, mas faz exatamente o que condena nos filhos.
É difícil de admitir, mas nossos filhos são um reflexo de quem nós somos. Não é porque você virou mãe que você atingiu nível “satisfatório” de santidade. Nós somos tão pecadoras quanto eles, ainda estamos aprendendo, e falharemos (muito)! Paul Tripp é cirúrgico quando diz: “Achamos difícil reconhecer onde erramos. Geralmente temos medo de confessar que estamos no limite. [...] Para os filhos de Deus, contudo, a fraqueza não mais aterroriza, pois a fonte de descanso não é nossa própria força, mas a força do nosso Pai. É libertador ser capaz de encarar as próprias imperfeições sem vergonha ou pânico, mas é exatamente isso que a graça de Deus nos capacita a fazer”.
Vemos essa postura leve e jubilante na vida daquela mãe que entregou seu filho. Ela reconhece quem Deus é! Um Deus santo, poderoso, que governa sobre todas as coisas, até mesmo a morte (1 Samuel 2.6). Mas ela encara suas imperfeições! Ela entende que a força não vem dela (1 Samuel 2.9)! E por isso ela O exalta e descansa nas verdades de quem Ele é!
Todo momento é uma oportunidade para apontarmos para Cristo! Vemos isso na história dessa mãe. Acredito que muitas de vocês já saibam o nome dela. Uma mãe conhecida por seu clamor e louvor! Ana, a mãe que teve seu coração voltado para Deus em meio a muita dor e alegria — uma mãe humilde.
A verdade do Evangelho é o que nos liberta do orgulho e desejo de sermos suficientes. Por mais difícil que seja reconhecer isso, nossos filhos não precisam de nós, e nem de uma mãe perfeita. Eles precisam de Jesus! Nós somos apenas vasos de barro rachados com um tesouro preciosismo dentro.
Lembre-se: é na humildade que encontramos paz e descanso. É na humildade de Cristo que encontraremos alegria e júbilo sincero em dias ordinários. Ana nos ensina que não existe circunstância em que não poderemos apontar nossos filhos para Jesus. Seja isso em momentos de dor profunda por causa do pecado quando chegamos diante de Deus com nossas súplicas e dúvidas. Seja isso sorrindo enquanto trocamos a sétima fralda do dia. Seja isso citando um versículo pela milésima vez enquanto catamos meias jogadas no chão. Ou até mesmo louvando a Deus em alta voz enquanto lavamos uma pilha de louça.
Todas precisamos aprender com o Mestre! Aquele que tinha todo motivo para se orgulhar, mas foi servo! O exemplo perfeito, que também tem o melhor presente de Dia das Mães que você poderia receber:
“Venham a mim todos vocês que estão cansados e sobrecarregados, e eu os aliviarei.
Tomem sobre vocês o meu jugo e aprendam de mim, porque sou manso e humilde de coração; e vocês acharão descanso para a sua alma. Porque o meu jugo é suave, e o meu fardo é leve.”
(Mateus 11.28–30)
Editorial de Amanda Santos

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