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Nomes de Deus: Elohim e Yahweh


Os nomes de Deus são fundamentais para compreendermos mais sobre o Senhor e sobre Sua natureza. Ao longo das Escrituras, uma lista é revelada com nomes que dizem muito sobre a essência e o caráter do nosso Deus. Nesse editorial falaremos sobre dois deles: Elohim e Yahweh.


Elohim

"No princípio criou Deus o céu e a terra."

(Gênesis 1.1)


No primeiro versículo da Bíblia, temos a referência a Deus por meio do uso da palavra hebraica Elohim. É curioso o fato de que a palavra Elohim é, na verdade, o plural da palavra Eloah. Essa palavra é usada em diversos contextos diferentes nas Escrituras, podendo se referir a homens poderosos (juízes), seres angelicais e a deuses pagãos. Entretanto, o seu sentido principal na Escritura é o único e verdadeiro Deus de Israel (Gênesis 1.1; 3.5; Deuteronômio 4.35,39; Jeremias 10.10).


Apesar de estar na forma plural, quando a palavra Elohim se refere ao Deus de Israel, ela não transmite a ideia de pluralidade, o que implicaria politeísmo. Para entender isso, é preciso conhecer o fato de que os povos de língua semítica usavam a forma plural de determinado termo para se referir a algo em sua plenitude. Isso é conhecido como "plural de majestade". Sendo assim, a palavra Elohim denota o singular Deus de Israel, mas em Sua plenitude, no sentido de Sua natureza incomparável, maravilhosa e extraordinária.


Portanto, a palavra Elohim, estando no plural, expressa a supremacia, a grandiosidade, a majestade e a plenitude de Deus, o único Deus verdadeiro. Não pode haver qualquer ideia de politeísmo, pois o Antigo Testamento deixa claro por diversas vezes que não há outro Deus (Deuteronômio 4.39; Isaías 40.18-22; 43.10; João 1.1; Colossenses 1.17). Ele é o Deus supremo!


O nome Elohim é usado em algumas situações na Bíblia que nos revelam bastante sobre o caráter de Deus:


● a soberania de Deus (Deuteronômio 10.17; Jeremias 32.27);

● o poder criador de Deus (Gênesis 1.1; Isaías 45.18; Jonas 1.9);

● a ação de Deus como juiz (Salmo 50.6; 58.11);

● as poderosas obras de Deus em favor do Seu povo (Salmo 68.7, 8).


Yahweh


O termo hebraico Yahweh refere-se ao tetragrama YHWH, o nome pessoal de Deus. Esse nome é encontrado pelo menos 6.823 vezes nas Escrituras.


Boa parte dos estudiosos entende que esse nome vem do verbo hayah, que significa "ser" ou "existir". Essa posição é suportada, especificamente, pela passagem de Êxodo 3.13 e 14 na qual o próprio Deus diz a Moisés Seu nome. Nesse sentido, o nome de Deus é interpretado como "Eu sou o que sou", e traz a ideia de que Deus é autoexistente.


O uso do nome Yahweh está associado às seguintes ideias ao longo das Escrituras:


● a autoexistência infinita de Deus (João 8.58; Êxodo 3.14);

● a presença fiel de Deus no meio do Seu povo (Êxodo 3.12, 14);

● o poder de Deus para agir em favor do Seu povo e para manter Sua aliança (Êxodo 6.6).


Há algumas possíveis transliterações ou vocalizações (Jeová, Javé, Yahweh ou Yehovah), porém a pronúncia exata do nome de Deus é desconhecida. Possivelmente, o principal motivo para isso é que, em algum momento do período pós-exílio babilônico, os judeus passaram a considerar YHWH um nome tão sagrado que eles deixaram de pronunciá-lo.


Independentemente da sua pronúncia original ou da maneira como escrevemos hoje, o mais importante a ter em mente é que esse nome enfatiza a imutabilidade de Deus e o Seu caráter eterno e fiel. Ele é o eterno, autoexistente e autossuficiente Deus.


Elohim e Yahweh em Gênesis e nas nossas vidas


Um aspecto muito interessante que pode ser notado no livro de Gênesis é a variação que Moisés faz entre os capítulos 1 e 2. No capítulo 1, falando sobre a criação, ele usa o nome Elohim, referindo-se ao Deus soberano e majestoso que criou todas as coisas. Já no capítulo 2, ele usa o nome Yahweh, dando ênfase ao relacionamento de Deus com o homem, mostrando que Ele é um Deus de aliança e de relacionamentos.


Pensando sobre as ideias poderosas por trás desses nomes de Deus, é difícil não se espantar com o fato de que mesmo não precisando de nós, Ele decidiu nos amar e Se entregar em nosso lugar. O Eterno entrou no curso da história para nos salvar. Aquele que é majestoso, grandioso, pleno, eterno e autossuficiente Se esvaziou, Se tornou semelhante a nós e morreu a nossa morte. Isso é motivo para glorificarmos e engrandecermos o Seu nome hoje e por toda a eternidade!


Editorial de Fernando Saraiva

Referências bibliográficas:


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