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Não consigo!

Atualizado: 19 de set. de 2018

Em alguns momentos da vida cristã, as tentações a nossa volta parecem ir muito além das nossas forças (1 Coríntios 10.13). Nosso procedimento parece estar muito aquém daquilo que lemos nas Escrituras, o que pode gerar dúvidas quanto a nossa própria salvação, já que ela não deveria ser caracterizada por uma vida de pecado (1 João 3.6). Nesses períodos o desânimo é comum ao cada vez mais vir a nossas mentes o pensamento de que não conseguimos fazer a vontade de Deus, mesmo quando é isso que parecemos querer (Romanos 7.18,19). Os caminhos de Deus parecem elevados demais para que os sigamos, parecem tão mais altos do que o céu é da terra (Isaías 55.8-9).


Entretanto, esta última referência não está sozinha na narrativa bíblica. Apesar de Deus possuir um padrão de santidade infinitamente maior do que o nosso, Sua misericórdia é igualmente grande: “Pois quanto o céu se alteia acima da terra, assim é grande a sua misericórdia para com os que o temem” (Salmo 103.11).


É neste contexto de grande misericórdia que nos aproximamos do texto em que gostaria que refletíssemos um pouco nos cinco aspectos a seguir:


“Visto como, pelo seu divino poder,

nos têm sido doadas todas as coisas que conduzem à vida e à piedade,

pelo conhecimento completo daquele que nos chamou para a sua própria glória e virtude, pelas quais nos têm sido doadas as suas preciosas e mui grandes promessas,

para que por elas vos torneis coparticipantes da natureza divina,

livrando-vos da corrupção das paixões que há no mundo.”

(2 Pedro 1.3,4)


Temos tudo de que precisamos para uma vida que agrada a Deus

Por mais que nosso procedimento por vezes mostre o contrário, Deus já nos proveu com ”todas as coisas que conduzem à vida e à piedade”. Não posso deixar que o pensamento de que “não consigo” justifique meus pecados, antes, preciso reconhecer que, ao ser salvo por Jesus Cristo, já possuo todas as condições para cumprir aquilo que Deus me pede, pois é Ele mesmo quem me dá estas condições (Filipenses 2.13).


O conhecimento de Deus nos conduz à vida e à piedade

Mas como viver essa vida que agrada a Deus? A resposta está logo em seguida: “pelo conhecimento completo daquele que nos chamou”! Daí a grande importância de buscarmos cada vez mais conhecer o caráter, os atributos, a natureza de Deus. De maneira mais prática, muitos desses atributos são vistos claramente na vida e obra de Jesus, pois Ele é quem conhece plenamente o Pai e é Ele quem O revela para nós (Mateus 11.27).


Ele nos chamou para a sua própria glória e virtude

Esse é um dos motivos pelos quais Ele nos forneceu “todas as coisas” que necessitamos para uma vida santa, porque, além de isso O agradar, traz glória a Ele. A existência dos cristãos é justamente para o “louvor de sua glória” (Efésios 1.3-14). Já a virtude está associada à fé e ao conhecimento (2 Pedro 1.5), sendo aquilo que deve ocupar nosso pensamento (Filipenses 4.8) para que glorifiquemos a Deus.


Suas promessas nos fazem coparticipantes da natureza divina

Sua grande glória e virtude se mostram a nós na forma de “preciosas e mui grandes promessas”. Tais promessas incluem aquelas que garantem o nosso crescimento à semelhança de Cristo até o fim de nossa vida aqui na Terra (Filipenses 1.6). A Bíblia é repleta de promessas a respeito dos mais variados temas, o que mostra quão complexa e rica é a natureza de Deus!


A natureza divina nos livra de nossos desejos pecaminosos

Ao coparticiparmos de sua natureza que é infinitamente santa, somos libertos, como Deus o é, das “paixões que há no mundo”. Sua natureza é tão santa, que nem mesmo tentado pelo mal Ele pode ser (Tiago 1.13). Sermos coparticipantes desta natureza nos restaura à imagem de Deus, levando a uma comunhão com Ele que nos permite viver no centro de Sua vontade, que, no contexto da vida cristã, é a nossa própria santificação (1 Tessalonicenses 4.3).


Encorajo seguir um pouco mais a leitura deste capítulo (2 Pedro 1), no qual é descrito como fazer para não sermos “nem inativos, nem infrutuosos” no conhecimento de Cristo (2 Pedro 1.8), que é o que nos conduz a uma vida de santidade.


Por fim, use esse trecho das Escrituras como um grande encorajamento da parte de Deus nos momentos de desânimo com relação ao seu próprio procedimento, à sua incapacidade de fazer aquilo que Deus ordena, aos pecados que tornam a aparecer em sua vida. Lembre-se que você já possui todas as ferramentas necessárias para agradá-Lo e o primeiro passo para usá-las é justamente conhecer mais de Cristo!


Editorial de André Negrão



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