“Atende a voz do povo em tudo quanto te diz, pois não rejeitou a ti, mas a mim, para eu não reinar sobre ele. Segundo todas as obras que fez desde o dia em que o tirei do Egito até hoje, pois a mim me deixou, e a outros deuses serviu, assim também o faz a ti. Agora, pois, atende à sua voz, porém adverte-o solenemente e explica-lhe qual será o direito do rei que houver de reinar sobre ele”
1 Samuel 8.7-9
Essa foi a orientação dada por Deus a Samuel em resposta ao desejo do povo de Israel de ter um rei que governasse sobre ele.
A partir de então, o que se viu foi um completo desastre, pois os reis falharam e o povo de Israel pagou um alto preço por não reconhecer Deus como seu único e verdadeiro Rei.
Qualquer semelhança com os dias atuais não será mera coincidência.
Em meio à crise que assola o nosso país, deflagrada pelo escândalo da corrupção de políticos e autoridades públicas, o que se vê hoje também é a esperança e o clamor do povo por um líder terreno que o governe e seja capaz de acabar com a injustiça, com a desigualdade, com a violência, com a opressão e com toda forma de sofrimento que o escraviza. Mas, à semelhança de Israel, este povo também deixou o Senhor e ignora que a providência que tanto clama está exatamente naquilo que mais rejeita. Porque cego em sua revolta e narcotizado pelo desejo de justiça, se inflama contra tudo e contra todos, buscando ingenuamente na capacidade de pessoas uma solução milagrosa capaz de lhe saciar o desejo ardente de habitar um lugar melhor, sem qualquer forma de discriminação, exclusão ou tirania. Um lugar ideal, mas, infelizmente, onde Deus não é mais necessário.
Mero engano que expõe a perigo iminente o mais contrito coração, porque é exatamente aí onde tende a se instalar o ameaçador e tenebroso vírus da indignação, porquanto nenhum líder, por mais justo e dedicado que seja, jamais conseguirá estabelecer um reino de justiça e paz nesta terra e proporcionar tudo o que a alma humana mais anseia.
Mas eis que, com o desejo de justiça, Salomão nos dá o exemplo do mais puro sentimento de confiança no amor de Deus e ora, clamando pelo Rei Justo e Seu reinado eterno:
“Concedei ao rei, ó Deus, os teus juízos e a tua justiça, ao filho do rei. Julgue ele com justiça o teu povo e os teus aflitos, com equidade. Os montes trarão paz ao povo, também as colinas a trarão, com justiça. Julgue ele os aflitos do povo, salve os filhos dos necessitados e esmague ao opressor”
Salmos 72.1-4
Esta é a esperança esculpida em ouro no Salmo 72, que convida a todo aquele que crê a clamar pelo Rei Justo, Cristo Jesus, porque “...o governo está sobre os seus ombros; e seu nome será: Maravilhoso Conselheiro, Deus Forte, Pai da Eternidade, Príncipe da Paz”(Isaías 9.6). Nosso verdadeiro redentor, salvador e único capaz de saciar a sede de justiça, de igualdade, de paz e libertar os aflitos da teia asquerosa da opressão. Um Rei que não pode ser corrompido, que é totalmente bom e perfeitamente justo. Jesus salva, transforma e cuida soberanamente de seu povo, que vem a Ele e reconhece com alegria a Sua autoridade.
Por isso, não nos importa quantas e quais sejam as crises, nem qual o seu tamanho ou gravidade, porque todos nós como verdadeiros cristãos devemos compreender que aqui não é o céu e que toda forma de sofrimento, injustiça, desigualdade, escassez já está resolvida no amor de Cristo, porque “Ele acode ao necessitado que clama e também ao aflito e ao desvalido” (Salmos 72.12). E, assim como o salmista, devemos também ansiar pelo reino eterno, onde o domínio do Rei Justo será universal, supremo, poderoso e digno de toda adoração e serviço, pois somente Nele seremos abençoados.
Mas enquanto isso não acontece, devemos continuar seguindo os passos de Jesus com o coração blindado com o mesmo amor que Ele teve por nós, louvando e glorificando ao Senhor nosso Deus pela certeza que Ele dá a todos os que creem no Seu nome, que serão abençoados eternamente no plano de redenção do único e verdadeiro Rei Justo que virá resgatar o Seu povo.
“Bendito seja o Senhor Deus, o Deus de Israel, que só ele opera prodígios. Bendito para sempre o seu glorioso nome e da sua glória se encha toda a terra”
Salmos 72.18-19
Amém! Aleluia!
Editorial de Walter Feliciano
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