“Porque um menino nos nasceu, um filho se nos deu;
o governo está sobre os seus ombros;
e o seu nome será: Maravilhoso Conselheiro,
Deus Forte, Pai da Eternidade, Príncipe da Paz.”
(Isaías 9.6 — ênfase do autor)
Uma das promessas mais fascinantes da Bíblia é dada em um contexto de aflição e trevas. O profeta Isaías escreve por volta de 750 a.C., antecipando para o povo de Israel o dia em que eles veriam uma grande luz como sinal do nascimento de um menino. Mas este não é qualquer menino, pois o texto diz que “o governo está sobre os seus ombros” e que um dos seus nomes será “Maravilhoso Conselheiro”.
Neste contexto, “Maravilhoso” significa extraordinário, difícil de entender e inefável, e “Conselheiro” se refere não a um simples colega com sugestões, mas ao governante ideal, alguém dotado de autoridade para aconselhar e ensinar.
Esta profecia encontra seu cumprimento no nascimento do nosso Senhor Jesus Cristo, o Maravilhoso Conselheiro. Neste editorial vamos abordar três verdades sobre Jesus como Mestre:
Jesus tem autoridade para ensinar
O sermão mais famoso de Jesus está registrado em Mateus 5 a 7 e é conhecido como O Sermão da Montanha. Moisés, líder de Israel do passado, também ensinou em uma montanha quando recebeu do próprio Deus as tábuas da Lei. O fato de Jesus fazer o mesmo no Novo Testamento — e considerando que seu ensino é um aprofundamento da Lei de Moisés — nos leva a concluir que Jesus possui autoridade maior do que a de Moisés (Hebreus 3.1–6), portanto, maior do que qualquer outro líder de Israel.
Esta verdade deve ser fonte de consolo e encorajamento para confiarmos na Palavra de Deus e nos maravilharmos com o ensino de Jesus. Devemos ir além da reação da multidão ao pé do monte quando lemos: “Quando Jesus acabou de proferir estas palavras, estavam as multidões maravilhadas da sua doutrina; porque ele as ensinava como quem tem autoridade e não como os escribas” (Mateus 7.28, 29). O Mestre Jesus nos chama a não somente nos maravilharmos com o Seu ensino, mas a segui-lO como Senhor de nossas vidas.
Jesus convoca os seus para segui-lO
O capítulo 13 do Evangelho de João narra o episódio em que Jesus lava os pés dos discípulos. Estes são os doze que Jesus designou para estarem com Ele e que disseram sim ao Seu chamado. Após o ocorrido, Jesus explica para os discípulos a lição do seu ato:
“Vós me chamais o Mestre e o Senhor e dizeis bem; porque eu o sou.
Ora, se eu, sendo o Senhor e o Mestre, vos lavei os pés, também vós deveis lavar os pés uns dos outros. Porque eu vos dei o exemplo, para que, como eu vos fiz, façais vós também.
Em verdade, em verdade vos digo que o servo não é maior do que seu senhor,
nem o enviado, maior do que aquele que o enviou.
Ora, se sabeis estas coisas, bem-aventurados sois se as praticardes.”
(João 13.13–17)
Esta verdade nos encoraja a seguirmos Jesus como Seus discípulos, imitando o nosso Mestre. Porém, não devemos imitar em todos os aspectos e sim naqueles que Ele mesmo nos chama a imitá-lO. Por exemplo, não devemos nos tornar Mestre e Senhor como Jesus, pois só existe um Mestre e um Senhor. Pelo contrário, devemos ensinar e servir aos outros humildemente debaixo da autoridade do nosso Maravilhoso Conselheiro.
A Palavra de Jesus autoriza nosso ensino
O único meio pelo qual Jesus autoriza o nosso ensino é pela sua Palavra. De maneira mais ampla, a Palavra de Jesus é toda a Bíblia, pois Ele mesmo afirma a autoridade das Escrituras (Mateus 5.18; João 10.35). É fascinante a ênfase que Jesus dá para que permaneçamos nas suas Palavras (João 15). Ele diz: “Vós já estais limpos pela palavra que vos tenho falado; permanecei em mim, e eu permanecerei em vós” (vv. 3, 4a); “Eu sou a videira, vós, os ramos. Quem permanece em mim, e eu, nele, esse dá muito fruto; porque sem mim nada podeis fazer” (v. 5); “Nisto é glorificado meu Pai, em que deis muito fruto; e assim vos tornareis meus discípulos” (v. 8).
Ao permanecermos na Palavra de Deus e em Jesus, nosso Mestre, daremos fruto e glorificaremos a Deus como Seus discípulos. Só existe um Maravilhoso Conselheiro, mas como discípulos do Mestre temos o privilégio de ensinar e aconselhar por meio das Escrituras (Mateus 28.18–20; Romanos 15.14).
Neste Natal, reflita na promessa do menino Jesus, o Maravilhoso Conselheiro, que veio até nós como Mestre, chamou os Seus para segui-lO e nos chama a ensinar conforme a Palavra de Deus.
Editorial de Leonardo Cordeiro
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