“...é que hoje vos nasceu, na cidade de Davi, o Salvador, que é Cristo, o Senhor.”
(Lucas 2.11)
Meu filho mais novo nasceu dia 27 de dezembro. Neste dia, fomos à última consulta para agendarmos a data do seu nascimento. Chegando lá, o médico disse que minha esposa estava entrando em trabalho de parto e que em breve ele nasceria. Saímos da consulta, pegamos as bolsas e fomos para a maternidade. Neste mesmo dia ele nasceu.
Os louvores e as mensagens de Natal ainda estavam muito vivas em minha mente. As cantatas e as encenações teatrais que a cada Natal enchem nossos corações nos lembrando daquele glorioso dia que o nosso Salvador nasceu se faziam bem presentes em meu coração.
Eu acompanhei a cirurgia, vi meu filho nascendo, fiquei junto de minha esposa em todo o tempo, e o paralelo com o nascimento de Jesus ficava latente em minha mente. Assim que ela saiu do centro cirúrgico, nosso filho já estava conosco, saudável, em um “bercinho especial” ao lado da cama da mãe, cheio de equipamentos em volta, temperatura controlada, panos confortáveis, ambiente devidamente higienizado, profissionais da saúde acompanhando para que tudo saísse da melhor maneira possível — e eu lá, observando tudo.
Depois de tudo isso, durante a madrugada, enquanto minha esposa e meu filho dormiam, eu olhava para eles meditando em tudo o que Deus havia feito em nossas vidas. Como pode um ser pecador como eu ter o privilégio de desfrutar de todo esse conforto e cuidado no nascimento do meu filho (também pecador), e o próprio Deus, criador de todas as coisas, ter vindo ao mundo em situação precária, em um estábulo e seu primeiro berço ter sido um cocho?
Não havia lugar para Ele
Na narrativa de Lucas, vemos que não havia lugar para eles na hospedaria. O Filho de Deus não teve um nascimento glamoroso. Sua mãe não tinha uma cama de hospital. Ele não foi reconhecido pelos homens, tendo uma condição mínima de conforto e cuidado.
A condição humilde que Jesus veio ao mundo nos mostra Seu esvaziamento (Filipenses 2.5–11), fazendo-Se como nós para Se identificar com o nosso sofrimento. Hebreus 5.8 nos fala que “embora sendo Filho, aprendeu a obediência pelas coisas que sofreu.” Sendo dono de tudo, Ele se apegou ao nada por amor de nós.
Nossa real identidade – inimigos de Deus
Nossa condição natural é a de inimigo de Deus (Romanos 3.23a; Colossenses 1.21; Tiago 4.4), escravos do pecado (João 8.34), carentes da graça de Deus (Romanos 3.23b) e a única maneira de sermos aceitos diante de Deus era uma morte substitutiva. Deus, em Seu infinito amor, nos amou sendo nós ainda Seus inimigos (Romanos 5.8; João 3.16).
Paz com Deus
“Glória a Deus nas maiores alturas, e paz na terra entre os homens,
a quem ele quer bem.”
(Lucas 2.14)
No contexto deste versículo, “paz na terra” não significa ausência de guerras ou conflitos entre os homens, mas paz entre Deus e os homens.
Adão era nosso representante na criação — ou seja, nossa ação também seria rejeitar o Senhor. Deus tinha sido claro que Adão morreria se desobedece, e uma vez que desobedecemos, estamos sujeitos à morte eterna e à ira de Deus, pois Ele é justo. Mas Deus, em Seu infinito amor, Se fez homem para morrer esta morte e levar sobre Si nossa culpa para nos revestir de vestes de justiça — justiça conquistada por Cristo na cruz.
Conclusão
O nascimento de Jesus é um marco de nossa esperança, é a maior demonstração de amor que este mundo conheceu. Deus se fez homem para morrer em nosso lugar e nos libertar da culpa do pecado, possibilitando um relacionamento com Ele. Como Billy Graham certa vez disse: “o maior acontecimento da história não foi o homem subir e pisar na lua, foi Deus descer e pisar na terra”.
Enquanto eu ficava admirando meu filho recém-nascido na maternidade, Deus me fazia lembrar daquela figura do presépio onde Ele deu Seu único Filho por amor de nós. Aquele bebezinho indefeso na manjedoura era o Salvador como Cordeiro de Deus na cruz, e um dia voltará como um Leão. Que Deus maravilhoso!
Editorial de Dimas Rodrigo

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