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Portanto, vós orareis assim...

Ah, não! Outro texto sobre oração? A internet já está saturada de publicações a respeito desse assunto. Para que, então, dar-se o trabalho de continuar essa leitura?


Não por indiferença, mas, certamente por cansaço e desânimo, Pedro também deve ter experimentado uma sensação parecida quando ouviu a orientação de Jesus no Monte das Oliveiras: “Orai, para que não entreis em tentação” (Lucas 22.40). Orar mais uma vez? Não! Pedro não resistiu aos olhos pesados e adormeceu. O que se viu logo em seguida foi a ação de um homem dominado pela ira e pela violência (João 18.10) que choraria amargamente por ter negado, três vezes, o seu próprio Mestre (Lucas 22.54-62).


Infelizmente, a negligência da oração tem se tornado uma das principais causas de estagnação da vida cristã. Embora tenhamos sido criados para uma comunhão constante com o nosso Deus, os efeitos da Queda têm-nos deixado preguiçosos e apáticos para um envolvimento mais íntimo com o Criador. Na maioria das vezes, quando decidimos recorrer ao Pai é quase sempre como último recurso e não como primeira necessidade.


Nossa missão de ser e fazer discípulos será sempre pautada na ação, no ânimo e na atitude positiva de seguir a Cristo e carregar diariamente a nossa própria cruz. E se não aprendermos a priorizar e a desenvolver uma vida de oração genuína, nosso coração jamais terá uma mentalidade apropriada para desejarmos viver uma vida piedosa de dependência, submissão e constante obediência ao Pai.


Mas, como fazer isso? Como posso ter uma vida de oração que honra e glorifica a Deus?


Embora a Bíblia esteja recheada de instruções sobre a oração, é, especialmente, em Mateus 6.5-15, que Jesus ensina aos seus discípulos (e a nós) um padrão sobre como eles deveriam orar. Antes, porém, da instrução, o Mestre fala sobre algumas condições fundamentais a serem observadas para o efetivo exercício dessa prática:


Não sejais como os hipócritas” (Mateus 6.5) – Jesus alerta sobre o uso de atitudes e motivações erradas, como as utilizadas pelos fariseus da época: dissimulação, falsa religiosidade, aparência, desejo de reconhecimento público, entre outras. Condutas não reconhecidas por Deus e que, portanto, o benefício próprio que recebiam já lhes serviam como recompensa.


“Quando orares, entra no teu quarto e, fechada a porta...” (Mateus 6.6) – Jesus não condena a oração em público, mas deixa claro que, a sós, no secreto de nossa intimidade com Deus, é que devemos derramar toda a nossa alma e desfrutar da Sua companhia.


“E orando, não useis de vãs repetições” (Mateus 6.7) – O Mestre explica que não são as muitas palavras que abrirão os ouvidos do Senhor, mas as essenciais, sinceras e verdadeiras.


“...o vosso Pai sabe do que tendes necessidade” (Mateus 6.8) – Deus é Deus, pode tudo, está em todo lugar e sabe de todas as coisas, mas isso não significa que não precisamos dizer a Ele tudo o que necessitamos. Nosso Pai se agrada em escutar nosso sincero clamor.


Então, depois de ter dito todas essas coisas, Jesus passou a ensiná-los a orar.


“PORTANTO, VÓS ORAREIS ASSIM: Pai nosso, que estás nos céus” – A palavra Pai não era comumente utilizada pela comunidade do Antigo Testamento para se dirigir a Deus. Não havia essa intimidade, mas Jesus, por meio da Sua expiação, rasgou o véu do templo e nos deu o incomparável privilégio de chamar Deus de Pai.


“Santificado seja o Teu nome” – Quando nos dirigimos ao Pai, devemos nos lembrar o quanto a nossa pecaminosidade ainda nos separa da Sua majestade. Com temor e tremor, todo cristão deve clamar por uma vida de santidade, para que nela o nome de Deus seja mantido Santo, porque Ele é Santo.


“Venha o Teu Reino; faça-se a Tua vontade” – A vontade de Deus é que aprendamos e vivamos de acordo com Sua Palavra e isso inclui o estudo disciplinado das Escrituras, adoração sincera, condutas ajustadas com Seus mandamentos, temor filial, fé legítima e um amor autêntico que honra e reverencia o Pai.


“Assim na terra como no Céu” – Devemos clamar a Deus para que nos ajude a executar as Suas ordens e obedecer à sua Palavra aqui na terra, assim como os santos anjos as cumprem no céu.


“O pão nosso de cada dia dá-nos hoje” – Devemos agradecer e nos contentar com o essencial que já recebemos. Deus vai suprir todas as nossas necessidades, mas nem sempre todos os nossos desejos.


“Perdoa-nos as nossas dívidas, assim como nós temos perdoado os nossos devedores” – Devemos ter muito cuidado com esse pedido, porque somos devedores do amor e do perdão que recebemos em Cristo e, por isso, não podemos negá-los. Deus vai nos julgar da mesma maneira como temos julgado as outras pessoas.


“E não nos deixes cair em tentação, mas livra-nos do mal” – Sem comunhão íntima e sem a presença redentora de Deus, somos presas fáceis para Satanás. Por isso, Graças a Deus por Jesus Cristo, nosso protetor e intercessor!


Se, portanto, compreendermos que esse modelo delineado por Jesus estabelece todas as prioridades para uma vida de oração, sentiremos a segurança de que, ao praticá-lo, estaremos não somente orando da forma como Ele instruiu, mas essencialmente cumprindo o verdadeiro propósito do Seu ensino: adorar, honrar e glorificar o nome Santo de Deus.

“Pois teu é o reino, o poder e a glória para sempre. Amém!”


Editorial de Walter Feliciano



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