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Um líder saudável

Não existe líder perfeito. Mas pode existir um líder saudável. A saúde da liderança é vista na forma como a liderança é exercida e o seu objetivo final. Ambos precisam refletir o que a Bíblia ensina sobre liderança, caso contrário, iremos copiar o modelo do mundo numa postura de "dar ordens" para atingirmos objetivos pessoais ou levantaremos hierarquias tóxicas que inibem a maturidade da igreja.


Do início

Logo em Genesis 2.15, somos informados do mandato dado ao homem de cultivar e guardar. No início, tratava-se do cultivo e da proteção do jardim do Éden, onde Adão e Eva viviam. Mas podemos entender o "jardim" como o ambiente onde Deus nos colocou aqui e agora, seja ele um lugar físico, um relacionamento ou até mesmo uma vocação. Assim sendo, o homem, por natureza, tem o chamado de cultivar e guardar aquilo que lhe foi confiado. Esse é o fundamento de uma liderança saudável. Líderes cultivam e protegem. Cultivam para que haja frutos. Protegem para que os frutos não se percam.


O processo

O processo da liderança é tão importante quanto seu objetivo final. Jesus Cristo deixou um modelo de servo que deve ser o coração de cada líder (Marcos 10.45; João 13.34). O líder saudável lidera pelo exemplo de serviço. Aqui que o exercício da liderança se mistura com o caráter do líder nas virtudes de humildade e mansidão, características que aprendemos do próprio Senhor Jesus Cristo (Mateus 11.29). Não tem liderança saudável sem humildade, a disposição de mente de buscar o bem do próximo. Não existe liderança saudável sem mansidão, a disposição em abrir mão de direitos para o bem do próximo. E que bem é esse? O objetivo!


O objetivo

O objetivo do líder saudável não é o seu projeto pessoal ou sequer sua visão. O líder saudável segue o objetivo do Senhor da igreja, Jesus Cristo. Essa realidade deve moldar sua paciência, entendendo que o processo de maturidade dos liderados é parte fundamental do próprio objetivo (2 Coríntios 11.2; Efésios 4.11-16; Colossenses 1.28, 29). A realidade do processo de maturidade da igreja irá determinar seus métodos, não como resoluções finais para um projeto, mas práticas que apontam liderados para a maturidade em Cristo. Deus não se impressiona com nossas habilidades de executar tarefas, eventos ou administrar organizações. Na lógica do Reino, a fidelidade evidenciada por um caráter transformado é o parâmetro fundamental para uma liderança saudável (1 Timóteo 3.1ss). Isso não exclui a necessidade de passos práticos para qualquer organização, mas certamente irá definir os passos que contribuem para o objetivo, Deus glorificado na maturidade da igreja.


Muito ainda deve ser pensado e refletido sobre liderança saudável, mas algumas perguntas nos ajudam a refletir sobre o exercício de nossa liderança (seja lá onde o Senhor tenha lhe colocado dentro do corpo de Cristo):


  • Pessoas debaixo de minha liderança estão crescendo à semelhança de Cristo em como elas respondem às diversas circunstâncias da vida?


  • Estou atento aos perigos que ameaçam a maturidade de cada um dos liderados? Quais são esses perigos e como combatê-los?


  • Como eu reajo quando projetos e eventos não saem como idealizei? Fico frustrado (irado) ou sou sensível à maneira como Deus está usando essa situação para trabalhar na vida de pessoas (incluindo a minha)?


  • Como eu reajo quando as pessoas não apresentam um desempenho com a excelência que eu gostaria? Descarto as pessoas ou animo as pessoas?


  • Quando pessoas discordam de mim, elas são oposição a um projeto pessoal ou oportunidade de entender uma perspectiva diferente que pode somar a uma compreensão mais ampla do projeto divino?


Que Deus nos abençoe com um coração de servo, com líderes servos e com líderes e liderados crescendo à semelhança de Cristo.


Editorial do Pr. Alexandre "Sacha" Mendes



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