Os ensinamentos de Jesus são contrários a tudo o que pensa a mente humana manchada pelo pecado. Esse dissenso, cada vez com mais intensidade, transborda na mente de uma geração apaixonada por si mesma, que refém de um imediatismo caótico, busca no prazer instantâneo que este mundo oferece, o bem máximo a ser alcançado. A consequência é sempre nociva porque milhões de pessoas acabam aprisionadas na masmorra do sofrimento, assistindo, inertes, a plenitude de suas vidas ser consumida pela opressão das crises emocionais, onde reina absoluto um dos mais destrutivos sentimentos que podem afligir uma pessoa: o sentimento de culpa.
Davi, famoso rei de Israel, como tantos outros personagens bíblicos, experimentou intensamente esse sentimento depois de cometer adultério e perpetrar o assassinato do marido de sua parceira, a fim de não ser descoberto “… envelheceram os meus ossos pelos meus constantes gemidos todo o dia. Porque a tua mão pesava dia e noite sobre mim, e o meu vigor se tornou em sequidão de estio” (Salmos 32.3,4).
A culpa vem sempre de um pecado não confessado e é um fardo duro e difícil porque gera, dentre outros sintomas, muita tristeza, mal-estar, medo, vergonha e remorso, que acabam por desencadear uma sensação insuportável de angústia emocional e escravidão mental. É como se a pessoa sentisse sua consciência algemada a uma pesada âncora, que lançada num mar de sofrimentos, afunda com a mesma velocidade de sua degradação física, emocional e espiritual.
A vida, então, passa a ter um ritmo desordenado, ora com picos de inquietação, ora com declínios de desânimo. Os dias se tornam insuportáveis porque o vazio de esperança é preenchido por justificativas e desculpas que criam trevas existenciais impedindo que o brilho da bondade de Deus ilumine o caminho que conduz ao arrependimento bíblico sincero. Neste ponto, o desespero e a aflição correm de mãos dadas no escuro em busca de alívio, mas o que encontram pela frente é somente a loucura de braços abertos.
A ênfase no “eu” suscita o pecado e, juntos, massageiam o ego daquele que imagina ter os meios para salvar a si mesmo. E já que a consciência arde em sede de descanso, a mente rebelde procura afogar o corpo em álcool, drogas, sexo, remédios ou quaisquer outros enganos deste mundo que poderão de certa forma, até eliminar os efeitos da culpa, mas, traiçoeiramente, esconderão suas causas como verdadeiras minas terrestres, prontas para implodirem, a qualquer momento, novas crises emocionais.
Mas não precisa ser assim! É certo que ninguém está completamente imune ao sentimento de culpa nem, tampouco, livre das crises emocionais. O que, verdadeiramente, temos de saber é que, apesar de quão dura e difícil determinada situação possa parecer, o Senhor Jesus já a venceu. E é maravilhoso quando entendemos que o sangue e a água vertidos na cruz nos libertaram definitivamente da culpa e do poder do pecado e, por isso, estamos livres para viver de forma disciplinada e fiel à Palavra de Deus, sabendo identificar nossos pecados, nos arrependendo deles, confessando-os e abandonando-os como ato de fé, de oração, de louvor, adoração e amor ao único Deus Santo e Criador de todas as coisas. E quanto mais respondermos biblicamente às nossas dificuldades, mais daremos a oportunidade para que o poder de Deus se manifeste intensamente em nossas vidas. É simples assim! O sofrimento, de uma forma geral, vem sempre do afastamento de Deus pelo desejo de uma mente cauterizada pelo pecado. E isso causa uma espécie de demência espiritual que põe no esquecimento o verdadeiro e único amor daquele que se fez pão e vinho para que tivéssemos vida com fartura e alegria. Mas, ao contrário do que muitos imaginam, esta plenitude de vida não aponta para riquezas, poder, prestígio, posição social e, nem mesmo, boa saúde, mas somente para uma pessoa. Vida abundante é a vida eterna que, mediante a fé, nos foi dada pela graça e que começou no momento em que conhecemos a Cristo Jesus e O recebemos como nosso único Senhor e Salvador: “E a vida eterna é esta: que te conheçam a ti, o único Deus verdadeiro, e a Jesus Cristo, a quem enviaste” (João 17.3).
Conhecer, temer e amar a Deus sobre todas as coisas, despojar-se da desobediência à Sua Palavra, revestir-se das obras de justiça no poder do Espírito Santo e crescer em santidade no poder da cruz: eis a receita onde encontraremos, debaixo de sol ou tempestade, o encanto de viver eternamente a alegria de uma vida sem crises emocionais, sem culpa e com toda a plenitude da paz espiritual em Cristo Jesus.
Amém! Aleluia!
Editorial de Walter Feliciano
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