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Crescendo em sabedoria: a mente de Cristo

Atualizado: 5 de out. de 2019

Finalizando nossa série de editoriais em Provérbios (ver também O tolo de Provérbios e O sábio de Provérbios), vamos iniciar nossa reflexão nos seguintes versículos do capítulo 9:


“O temor do Senhor é o princípio da sabedoria, e o conhecimento do Santo é prudência. Porque por mim se multiplicam os teus dias,

e anos de vida se te acrescentarão. Se és sábio, para ti mesmo o és;

se és escarnecedor, tu só o suportarás.“

(Provérbios 9.10-12)


Neles, a ideia principal do livro – de que o temor do Senhor é o princípio da sabedoria – é reafirmada, sendo esta conjugada com outro interessante aspecto da sabedoria: o conhecimento do Santo. Este conhecimento multiplica nossos dias, tornando nossas vidas mais longas. Se o desprezarmos, sofreremos sérias consequências. Se, todavia, o possuirmos, teremos prudência (ou discernimento), o que trará imensuráveis benefícios. Ao longo do Novo Testamento, vemos que conhecer a Deus está intimamente ligado a conhecer a Jesus. De forma bastante direta, Paulo fala que é por meio do conhecimento de Cristo que compreendemos plenamente o mistério de Deus:


“... para compreenderem plenamente o mistério de Deus, Cristo,

em quem todos os tesouros da sabedoria e do conhecimento estão ocultos.”

(Colossenses 2.2b, 3)


Toda a sabedoria descrita em Provérbios está contida em Jesus. Pedro afirma que, pelo conhecimento completo de Cristo, todas as coisas que conduzem à vida e à piedade nos foram doadas, inclusive a sabedoria (2 Pedro 1.3). Ou seja, para tê-la, precisamos entender a mente de Cristo, moldando-nos a ela pela renovação de nossas próprias mentes (Romanos 12.2).


“Quem, pois, conheceu a mente do Senhor?”

(Romanos 11.34a)


A pergunta de Paulo se repete em outra de suas cartas, dando-nos contudo a resposta:


“Pois quem conheceu a mente do Senhor, que o possa instruir?

Nós, porém, temos a mente de Cristo.”

(1 Coríntios 2.16)


A mente de Cristo é humilde


“Tende em vós o mesmo sentimento que houve também em Cristo Jesus, pois ele, subsistindo em forma de Deus, não julgou como usurpação o ser igual a Deus.”

(Filipenses 2.5, 6)


A palavra sentimento (φρονεῖτε) nesse trecho pode ser também traduzida por mente, isto é, Paulo nos incentiva a termos a mente de Jesus, a qual descreve para nós. O primeiro aspecto é que sua mente é humilde, pois, mesmo sendo Deus, não considerou que ser igual a Deus fosse algo a que devesse se apegar. No versículo 3 do mesmo capítulo, a ideia de humildade é expandida da seguinte forma, conectando-se ao próximo aspecto da mente de Cristo:


“Nada façais por partidarismo ou vanglória, mas por humildade,

considerando cada um os outros superiores a si mesmo.”

(Filipenses 2.3)


A mente de Cristo considera primeiro os outros


“antes, a si mesmo se esvaziou, assumindo a forma de servo,

tornando-se em semelhança de homens; e, reconhecido em figura humana.”

(Filipenses 2.7)


Em humildade, Jesus se fez servo, isto é, considerou a todos superiores a Si mesmo. Sua obra é o maior reflexo disto, estando Ele disposto a dar a Sua própria vida em favor de muitos (1 João 3.16).


Novamente, há um paralelo com um versículo anterior de Filipenses, o qual nos desafia a não pensarmos de forma egoísta, colocando os outros em primeiro lugar:


“Não tenha cada um em vista o que é propriamente seu,

senão também cada qual o que é dos outros.”

(Filipenses 2.4)


A mente de Cristo é obediente


“a si mesmo se humilhou, tornando-se obediente até à morte e morte de cruz.”

(Filipenses 2.8)


Por fim, os outros aspectos se dão em meio a total obediência de Cristo a Deus, inclusive em Sua morte. A humildade e o amor ao próximo são frutos diretos do amor obediente ao Pai, que é fundamentalmente o doador de toda a sabedoria (Tiago 1.5).


Resumindo, a mente de Cristo nos foi dada para que possamos conhecer com mais profundidade o Santo (Provérbios 9.10). Conhecê-la, é aceitar o convite da sabedoria (Provérbios 9.5), apropriando-nos dos tesouros da sabedoria em Cristo (Colossenses 2.3), em humildade, obediência e considerando os outros.


“Como são grandes as riquezas, a sabedoria e o conhecimento de Deus!”

(Romanos 11.33a)


Editorial de André Negrão



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