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Não deixe o Chewbacca falar!

Atualizado: 26 de out. de 2018

Essa onda de STAR WARS me fez refletir sobre o nosso comportamento no dia a dia, em especial quando a nossa zona de conforto é afetada com nossa reação de insatisfação. São situações do cotidiano que passam desapercebidas, mas que podem causar um grande estrago caso não reconhecidas e tratadas. Por exemplo: quando uma mãe pede para o filho que desligue o vídeo game, ou quando o pai pede ao filho mais velho que ajude o irmão mais novo a guardar os brinquedos, ou ao se deitar a noite para dormir a esposa lembra ao marido que tem que levar o lixo para fora, pois, o caminhão de lixo irá passar bem cedo para recolher, ou ainda quando os pais pedem ao filho de que desligue o celular na hora do jantar. Essas são apenas algumas situações entre tantas outras que refletem uma interferência em nossa zona de conforto. Subitamente, reagimos de forma parecida com o personagem Chewbacca: “Ahhowwwahow!!!!” ou “Rrrooaarrgghh!!!!”, não necessariamente de forma audível, mas internamente de forma idêntica. Reclamamos, reclamamos e reclamamos, pois duvidamos daquilo que Deus tem para nós.


Chewbacca – ou Chewie como era conhecido pelos amigos – também era co-piloto da nave Millenium Falcon de seu amigo chamado Han Solo (Interpretado pelo ator Harrison Ford). Sua fala irada é análoga à nossa reação interior quando ficamos desapontados devido a algum pedido, comentário, ação, etc, que nos incomodam ou nos chateiam. Isso é uma murmuração. Murmuramos no trânsito, murmuramos contra a política, murmuramos no trabalho, e em tantos outros lugares e situações. Coloquialmente, o significado de murmurar é produzir um som breve e baixo, (como se fosse em segredo). Porém, biblicamente, o significado de murmurar tem a ver com ansiedade; falta de fé; falta de sabedoria; falta de conhecimento da Palavra ou falar com alguém no sentido de criticar, difamando ou desacreditando outro alguém.


Quando murmuramos estamos duvidando da perfeita vontade de Deus, esquecendo de que Deus está no controle. Duvidamos e, consequentemente, murmuramos. Olhando para as Escrituras, vemos alguns fatos históricos que nos lembram da seriedade da murmuração. O povo de Israel ficou caminhando no deserto por 40 anos por causa da murmuração. O povo murmurou ao sair do Egito (Êxodo 14), o povo murmurou de fome (Êxodo 16), de sede (Êxodo 17), o povo murmurou contra o Senhor várias vezes. Chegaram ao ponto de fazer um bezerro de ouro para adoração por causa de um coração corrupto (e murmurador).


No entanto, Deus, em Sua perfeita sabedoria, estava selecionando e separando Seu povo, estabelecendo regras e condições a serem observadas e obedecidas. Era o coração corrompido do povo que o levava a não se submeter a Deus completamente. Quando recebia as bênçãos, ficava feliz e satisfeito. Porém, quando vinham as provas, logo murmuravam. Essa dinâmica logo identificava quem era que servia a Deus de todo coração e quem eram os que só serviam pelos benefícios.


Por outro lado, seria um erro concluir que Deus está sempre pronto para nos flagrar. Em Sua Palavra, Ele não apenas diz que odeia a murmuração, como também deixa claro o porquê. Ele deseja que aceitemos as razões em nosso coração com o mesmo apreço que Ele. O nosso Deus quer que entendamos que tudo ocorre para nosso próprio bem.


O apóstolo Paulo instruiu: “Fazei tudo sem murmurações nem contendas” (Filipenses 2.14). Quando paramos de murmurar, ficamos livres para ser tudo o que Deus deseja que sejamos. “Sede, pois imitadores de Deus, como filhos amados” (Efésios 5.1). Paulo afirmou que refletimos a natureza de Deus sendo “irrepreensíveis e sinceros, filhos de Deus inculpáveis no meio de uma geração pervertida e corrupta, na qual [resplandeceremos] como luzeiros no mundo, preservando a palavra da vida” (Filipenses 2.15-16). A maneira como vivemos exerce um efeito surpreendente não apenas em nós, como filhos de Deus, mas também na maneira como influenciamos o mundo ao nosso redor (através do nosso testemunho).


A essência do apelo de Paulo é direcionada ao nosso propósito evangelístico. Uma implicação clara do evangelho é que os filhos de Deus resplandecem como luzeiros neste mundo em trevas.


O Evangelho nos alerta para pararmos de murmurar contra Deus. Obedecendo ao Senhor com alegria, brilhando como luz no mundo, você experimentará um impacto imediato, pois uma vida transformada é a maior propaganda do Evangelho. Um espírito negativo, mal-humorado e murmurador é o pior testemunho que pode existir da transformação (ou não) do Evangelho. Então não liberte o Chewbacca que há dentro de você. Graça e paz a todos.


Editorial de Emerson "Tiguelo" Marques



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