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Preocupação: suas raízes e a libertadora perspectiva de Deus

A ansiedade foi escolhida como o principal tema dos últimos editoriais, não sem motivo. Numa sociedade em que tudo acontece rapidamente, e a “espera” é uma grande fonte de frustração, a ansiedade, juntamente com a sua forma superlativa, o pânico, são consideradas como doenças por alguns. Tal problema se mostra claro em nossa mente e, dependendo da sua intensidade, pode se manifestar em nosso próprio corpo. Mas você já parou para pensar qual é a perspectiva de Deus sobre isso? O que a sua Palavra diz sobre algo que esgota os nossos corações e turva nossas mentes? O escritor Robert Jones, em seu livreto “Preocupação: suas raízes e a libertadora perspectiva de Deus”, nos ajuda a entender o problema biblicamente e nos guia a uma solução nas Escrituras, indo além do clássico “não se preocupe, vai dar tudo certo” para uma solução infinitamente mais poderosa: o Evangelho.


Definindo preocupação biblicamente

Preocupação, temor e ansiedade são muitas vezes usadas de maneira intercambiável na Bíblia, não só por terem muitas similaridades entre si, mas por terem a mesma origem. Esses termos são relacionados com uma reação a ameaças (repentinas ou não) que enfrentamos no presente ou no futuro. Mas afinal, o que a Bíblia diz sobre preocupação? Esse termo pode ser usado tanto de maneira positiva (como em 1 Coríntios 7.32b) quanto de maneira negativa (como em Mateus 6.19-34 e Filipenses 4.6), dependendo do contexto. Isso sugere que a preocupação é cuidado/interesse fora de controle, algo que pode começar como um interesse legítimo que permitimos nos consumir e que não submetemos a Deus. É por isso que, em Mateus 6.19-34, por três vezes Jesus nos ordena a não nos preocuparmos. Por isso, Paulo nos ordena a não andarmos ansiosos por coisa alguma (Filipenses 4.6). Preocupação é um pecado que tem origem na nossa idolatria.


Preocupação é idolatria

A preocupação, sendo idolatria, toma o lugar de Deus como centro das nossas vidas e se coloca como foco da nossa atenção, revelando nosso pecado remanescente. Segundo Mateus 6.19-24, ela faz isso de três maneiras: em primeiro lugar, a preocupação revela as maneiras pelas quais nós procuramos e confiamos em bens terrenos em vez de bens divinos (versículos 19-21). Nossas preocupações usualmente estão ligadas a coisas terrenas como trabalho, casamento, dinheiro, etc. Ao focar nessas coisas, esquecemos o quanto são transitórias e deixamos de confiar no Grande Sustentador de todas elas. Ao contrário, deveríamos focar em tesouros celestiais, ou seja, em todo benefício encontrado em Cristo e em seu sacrifício – de maneira última, a comunhão eterna com Deus e o Cordeiro. Essa visão ofusca o brilho de qualquer coisa que poderíamos entesourar nessa terra.


Outra maneira pela qual a preocupação mostra nosso pecado é revelando as maneiras de olharmos a vida com olhos contraditórios (versículos 22 e 23). Fixar nossos olhos em Jesus mantém nosso coração no lugar certo (um corpo cheio de luz). Ao desviá-los dele, somos preenchidos pela escuridão da preocupação, o que resulta numa visão nublada, temporal, terrena e limitada. Por fim, a preocupação revela as maneiras de servirmos a mestres rivais (versículo 24). Fomos comprados por Cristo na cruz para servimos a um novo mestre; logo, nossa lealdade deveria ser exclusiva de Deus. Nossas preocupações, ao contrário, mostram que muitas vezes nossa lealdade está com outros deuses: sucesso, reputação, agradar a outros... Em última instância, preocupação é um grito pela autonomia e independência de Deus.


A solução bíblica

O fato da preocupação ser pecado não deve nos desanimar – note que o texto de Mateus 6 não é dirigido a pagãos, mas aos discípulos. Aqueles discípulos (e nós, atualmente) iriam enfrentar situações que gerariam preocupação, e deveriam combater isso focalizando no caráter e nas promessas de Deus como Pai. De forma prática, se preocupar é negar o poder, a sabedoria e o amor de Deus por nós em nossa situação aflitiva. Logo, a maior arma contra a preocupação é justamente crer nessas características de Deus – em suma, crer no Evangelho. Crer que o Deus Todo-Poderoso, criador de tudo enviou seu Filho para morrer por nós e, por meio desse sacrifício, somos adotados como filhos de Deus, que passa a cuidar de nós como tais. É dessa forma que Deus supre todas as nossas necessidades de maneira superior ao modo em que supre e sustenta toda a natureza, e os resultados dessa graça se estendem até a eternidade.


O fato é que Jesus Cristo veio para redimir e transformar pessoas como você e eu que nos preocupamos. Portanto, entregue-se a Deus, e faça das prioridades dele as suas prioridades. Confie que, mesmo se tudo ao seu redor ruir, Deus ainda é grande o suficiente para te amar, cuidar, prover e proteger. Creia nas suas promessas e desfrute da segurança que só os filhos de Deus podem ter. Deixe que as garantias do reino de Deus instiguem a nossa fé e dissipem as nossas preocupações.


Editorial de Petrônio Nogueira



Aproveite e leia também nossa série de editoriais sobre ansiedade e preocupação:


Ansiedade: o resultado de uma busca errada (editorial de Dimas Rodrigo)

https://www.ibmaranata.org.br/editoriais/ansiedade-o-resultado-de-uma-busca-errada


Ansiedade: há uma rota de fuga? (editorial de William Rubial)

https://www.ibmaranata.org.br/editoriais/ansiedade-há-uma-rota-de-fuga


Ansiedade: a vida de Paz (editorial de William Rubial)

https://www.ibmaranata.org.br/editoriais/ansiedade-a-vida-de-paz


Ansiedade: descansando humildemente (editorial de Rafael Ceron) https://www.ibmaranata.org.br/editoriais/ansiedade-descansando-humildemente



Nota: Editorial baseado no livro “Preocupação: suas raízes e a libertadora perspectiva de Deus”, de Robert D. Jones, Editora Nutra.


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