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Atributos de Deus: Deus é Justo

Atualizado: 26 de ago. de 2021

“...SENHOR Deus compassivo, clemente e longânimo e grande em misericórdia e fidelidade; que guarda a misericórdia em mil gerações, que perdoa a iniquidade, a transgressão e o pecado, ainda que não inocenta o culpado...” (Êxodo 34.6b, 7a – ênfase do autor)


Imagine a seguinte situação: um homem chega em sua casa e se depara com sua esposa e filhos amarrados e mortos por um bandido. O criminoso ainda está dentro da casa e a polícia chega a tempo para prendê-lo.


No dia do julgamento, o marido está presente assistindo juntamente com várias testemunhas. O juiz se dirige ao réu citando seus crimes bárbaros e o criminoso responde estar arrependido. O juiz então dá a sentença: “O réu está livre das acusações, não haverá nenhuma pena sobre ele, pois, ele se declara arrependido. Eu o absolvo!”.


Como você acha que este homem, que perdeu sua esposa e filhos em um crime bárbaro, se sentiu com tal sentença? Esse juiz foi justo? O juiz tem o poder de inocentar o criminoso? Mesmo que o marido o perdoasse, o juiz agiria de forma justa ao eximir o criminoso de sua pena?


Justiça


De acordo com o dicionário Oxford, justiça é a “qualidade do que está em conformidade com o que é direito; maneira de perceber, avaliar o que é direito, justo.” De acordo com o dicionário bíblico Almeida, justiça é o “atributo pelo qual, ao tratar com as pessoas, Deus age de acordo com as normas e exigências da perfeição da Sua própria natureza”.


A justiça de Deus pode ser dividida em categorias, das quais convém citar a justiça governamental, que O reconhece como o governante moral que, ao impor Sua Lei, promete galardão aos obedientes e punição aos desobedientes; a justiça remunerativa (um reflexo do amor divino) que recompensa os obedientes e a justiça retributiva, (uma expressão da ira divina contra o pecado) que pune os desobedientes.¹


“Justo é o Senhor em todos os Seus caminhos, benigno em todas as Suas obras.”

(Salmo 145.17)


Em termos gerais, é dar a cada um o que lhe é devido. É o reflexo da santidade legislativa de Deus. Na criação, Deus estabeleceu Leis para que tudo funcionasse em perfeição e harmonia. Uma vez que uma dessas Leis é transgredida, deve haver punição ao transgressor.


Deus não inocenta o culpado


Na ilustração, vemos, de forma absurda, um juiz livrando um criminoso de sua pena. Em Êxodo 34.6, 7 vemos que Deus perdoa a iniquidade, mas não inocenta o culpado. Deus não poderia simplesmente ignorar o pecado do homem e o perdoar, porque isso fere Sua justiça. Alguém deveria pagar o preço! Como Deus pode perdoar um pecador sem aplicar a Lei e não ser injusto? (veja o editorial Deus é Misericordioso)


Em Romanos 3.9–20, o apóstolo Paulo nos mostra que estamos debaixo do pecado, que não há justo, nenhum sequer, e que ninguém será justificado por obras da Lei, pois todos pecamos e carecemos da graça de Deus.


Nos capítulos 4 e 5 de Romanos, vemos a justificação pela fé em Jesus. Na cruz, Jesus pagou o preço por nosso pecado. Ele se fez maldito em nosso lugar e levou sobre Si toda nossa culpa.


“Certamente, ele tomou sobre si as nossas enfermidades e as nossas dores levou sobre si; e nós o reputávamos por aflito, ferido de Deus e oprimido. Mas ele foi traspassado pelas nossas transgressões e moído pelas nossas iniquidades; o castigo que nos traz a paz estava sobre ele, e pelas suas pisaduras fomos sarados.”

(Isaías 53.4, 5)


Justificados pela Fé em Jesus


O Evangelho é a resposta para a justificação. Aprouve ao Senhor ter misericórdia de nós e mandar um substituto para receber a pena do pecado e nos tornar justos.


A condição para alcançarmos esta justificação é crer que Jesus morreu em nosso favor e torná-lO Senhor de nossa vida.


“Pois não me envergonho do evangelho, porque é o poder de Deus para a salvação de todo aquele que crê, primeiro do judeu e também do grego; visto que a justiça de Deus se revela no evangelho, de fé em fé, como está escrito: O justo viverá por fé.”

(Romanos 1.16, 17 – ênfase do autor)


Não basta apenas “acreditar” em Deus. A fé salvífica transforma nosso ser, e ela não é alcançada pelo nosso intelecto ou boas obras. Não há nada que parta de nós para alcançar ou merecer a salvação.


“Ora, ao que trabalha, o salário não é considerado como favor, e sim como dívida. Mas, ao que não trabalha, porém crê naquele que justifica o ímpio, a sua fé lhe é atribuída como justiça.”

(Romanos 4.4, 5)


Conclusão


A justiça de Deus se revela no Evangelho! Deus mostrou Sua justiça derramando Sua ira sobre o Cordeiro na cruz, e Sua misericórdia ao estender Seu perdão a nós através do sacrifício expiatório de Jesus. Na cruz, a grande troca acontece: nosso pecado é colocado em Jesus, e Sua justiça é imputada a nós (2 Coríntios 5.21).


A justiça também é um dos atributos comunicáveis de Deus, ou seja, é uma atitude que Deus espera que Seus filhos desenvolvam. Jesus inclusive afirmou que são bem-aventurados os que têm fome e sede de justiça (Mateus 5.6). Isso é um desejo ardente de ver os padrões de Deus estabelecidos e obedecidos em todas as áreas da nossa vida e no mundo, ao mesmo tempo em que entendemos que a justiça vem de Cristo, que amamos e buscamos uma vida de santidade e justa diante de Deus, desejando construir um mundo justo para as pessoas ao nosso redor. É buscar vermos a vontade de Deus ser realizada, um desejo pelo próprio Deus — nossa fonte de justiça.


Que Deus nos conceda graça de crescermos em justiça, não como meros observadores da Lei, mas com um caráter amável e misericordioso.


Editorial de Dimas Rodrigo



¹ Paul Lens, Manual de Teologia Moody, 219.

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