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Disciplinas Espirituais — Introdução

Estamos começando mais uma série, e a nossa temática são as Disciplinas Espirituais. No cerne da jornada cristã reside o anseio por um relacionamento mais profundo e significativo com Deus. Nessa jornada, as Disciplinas Espirituais surgem não como um conjunto de regras, mas como ferramentas divinamente ordenadas, meios de graça que nos capacitam a crescer em santidade e a experimentar uma vida plena em Cristo. É importante compreender que estas práticas são pontes e não o final; são instrumentos que nos conduzem à presença de Deus e à transformação do nosso caráter, e não fins em si mesmas.

 

O Que São Disciplinas Espirituais?

 

Disciplinas Espirituais são, em sua essência, práticas intencionais e regulares que adotamos para cultivar nosso relacionamento com Deus e promover o crescimento espiritual. Pense nelas como os "exercícios" da vida espiritual. Assim como um atleta bodybuilder treina seu corpo para melhorar o desempenho físico e fortalecer os músculos, o cristão se engaja em Disciplinas Espirituais para fortalecer sua "musculatura espiritual", tornando-se mais semelhante a Cristo e mais apto a viver de acordo com os propósitos de Deus.

 

Elas nos ajudam a treinar nossa vontade, a focar nossa mente e a abrir nosso coração para a atuação divina. São, em essência, canais através dos quais a graça de Deus age de maneira mais abundante em nossas vidas.

 

Quais São as Disciplinas Espirituais?

 

Talvez não exista uma lista definitiva ou exaustiva sobre as disciplinas espirituais, mas acredito que existem algumas muito importantes, diria até vitais, que nos ajudam intensamente na nossa jornada cristã.

 

  1. Ouvir a Palavra: Ouvir a Palavra vai além da simples audição física. Implica em uma atenção ativa, reverente e receptiva quando as Escrituras são lidas publicamente, pregadas ou ensinadas. Romanos 10.17 nos diz: "a fé vem pelo ouvir, e o ouvir pela palavra de Cristo". Um coração preparado e ouvidos atentos permitem que o Espírito Santo use a Palavra proclamada para falar diretamente às nossas necessidades, desafios e para nos conformar à imagem de Cristo.


  2. Ler a Palavra: A leitura bíblica nos familiariza com a narrativa da redenção, o caráter de Deus, Seus mandamentos e Suas promessas. Ela alimenta nossa alma diariamente (Mateus 4.4), fornece sabedoria para a vida (Salmo 119.105) e renova nossa mente (Romanos 12.2). Através da leitura, Deus nos fala individualmente, moldando nosso pensamento e coração.

     

  3. Memorizar a Palavra: O Salmo 119.11 diz: "Guardo no coração as tuas palavras, para não pecar contra ti". A memorização fortalece o cristão com a verdade divina para resistir às tentações (Mateus 4.1-11), para meditar na Palavra ao longo do dia, para aconselhar e encorajar outros e para ter a mente de Cristo. 


  4. Orar a Palavra: Acredito que seja de pouco conhecimento dos cristãos ainda hoje, mas é uma ferramenta muito poderosa. Orar a Palavra alinha nossas orações com a vontade de Deus, pois estamos usando Suas próprias palavras na Bíblia. Enriquece nossa vida de oração e ajuda a eliminarmos padrões repetitivos, cíclicos enquanto falamos com Deus.

     

  5. Viver a Palavra: Este é o resultado e o objetivo das disciplinas anteriormente citadas. Viver a Palavra significa aplicar seus ensinamentos, mandamentos e princípios em todas as áreas da vida em seu dia a dia. É a obediência que nasce da fé e do amor, como diz em Tiago 1.22: "Tornai-vos, pois, praticantes da palavra e não somente ouvintes, enganando-vos a vós mesmos". É através da vivência da Palavra que glorificamos a Deus, somos luz para o mundo, e experimentamos a bênção e a direção de Deus.

 

 Meios e Não Fins

 

Certamente, um erro ao viver as Disciplinas Espirituais é transformá-las em um fim em si mesmas. Quando isso acontece, a prática pode se tornar legalista, orgulhosa e infrutífera. O objetivo das disciplinas não é ganhar o favor de Deus, este já nos foi concedido gratuitamente pela graça mediante a fé em Jesus Cristo. Muito menos visam uma exibição de piedade ou uma forma de um super “status gospel”. Pelo contrário, as disciplinas espirituais são meios pelos quais:

 

  1. Nos aproximamos de Deus: Elas criam espaço e tempo em nossas vidas para cultivar a intimidade com o Senhor.


  2. Somos transformados pelo Espírito Santo: Ao nos colocarmos constantemente na presença de Deus através dessas práticas, permitimos que o Espírito Santo realize Sua obra em nós, moldando nosso caráter à semelhança de Cristo (Gálatas 5.22 e 23).

 

  1. Crescemos em amor a Deus e ao próximo: À medida que conhecemos mais de Deus, Sua obra por nós, crescemos em serviço e zelo uns pelos outros.

 

  1.  Lutamos contra o pecado e as tentações: As disciplinas fortalecem nossa fé e capacidade de resistir às inclinações pecaminosas e às ciladas do inimigo.

 

  1. Vivemos a vida abundante que Cristo prometeu: Elas nos ajudam a experimentar a alegria, a paz e o propósito que vêm de uma vida centrada em Deus.

 

Em suma, o valor das Disciplinas Espirituais reside em sua capacidade de nos levar para além delas mesmas, em direção a um relacionamento impactante e transformador com Deus. Elas não são a linha de chegada, mas o caminho que trilhamos, pela graça, para conhecer e amar mais profundamente Àquele que nos amou primeiro. Que possamos abraçar essas práticas não como um fardo, mas como um convite gracioso para o nosso crescimento espiritual, com objetivo maior de conhecermos a Cristo e sermos conformados à Sua imagem, pela obra do Espírito Santo.

 

Editorial de William Rubial


 
 
 

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